quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O trote sofrido pelos meninos do Santos!


QUINTA FEIRA, 07 DE FEVEREIRO DE 2013.
José Renato Santiago




Autor: José Renato - 04/02/2013   Comentários Nenhum comentário 
Trote
Na vida de todo estudante recém-aprovado para cursar uma graduação, o primeiro desafio que vem a tona é algo tradicional que ano após ano teima em se repetir, o trote!
Sua realização, pretensamente, se justifica como uma forma de promover a integração entre alunos novos e antigos, ou calouros e veteranos.
Infelizmente, no entanto, a confraternização é normalmente deixada de lado, e o que se vê realmente são cenas de selvageria e agressão que já levaram muitos a morte.
Certamente o trote levar a morte é algo extremo e mais que injustificável.
No entanto, se formos excluir este absurdo, ainda sim, o que se perpetua?
Uma relação de dominante e dominado, o que, mesmo não levando a violência física, é algo deplorável.
Chamados de “trotes”, estas ações costumam estar enraizadas de poder.
O poder do “veterano”, ou o mais antigo, que impõe situações de humilhação sob aquele mais novo, “o calouro”.
Infelizmente no futebol isto tem se tornado uma triste realidade.
Jogadores novatos, que conseguem depois de muitos desafios “subir” para o elenco principal, precisam se submeter a situações de submissão promovidas, principalmente, pelos jogadores de maior destaque da equipe principal.
E ai deles, se reclamarem.
Ao serem promovidos, a timidez e o temor em realmente fazer valer esta “promoção” costumam preocupar muito todos estes meninos.
Aí o que vem?
O trote...
E novamente, se passar pela cabeça deles reclamar...  não é improvável que toda a sua carreira na equipe vá por água abaixo.
Pois bem, li neste final de semana sobre o que aconteceu com os jogadores santistas, campeões da Taça São Paulo de Juniores, ao serem promovidos para o elenco principal da equipe alvinegra.
Todos eles tiveram seus cabelos raspados.
Por quem?
Pelos próprios colegas de equipe, os chamados “veteranos”.
Quando entrevistados, o que falavam?
Meio calados e bem constrangidos, resumiam a afirmar que “faz parte”.
Será que poderiam falar outra coisa?
E se eles se recusassem a esta agressão?
Ter o cabelo cortado a força, não é agressão?
“Ah, mas é só uma brincadeira entre moleques” podem afirmar alguns.
Será que o futebol profissional ainda comporta isso?

Fonte da Imagem: Globo Esporte.com


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