Quarta-feira, 15 de maio de 2024.
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Washington Rodrigues, "O Apolinho" - Foto: Reprodução. |
Morreu
nesta quarta-feira (15), aos 87 anos, Washington Rodrigues. Apolinho,
considerado um dos maiores comunicadores da radiodifusão brasileira,
era comentarista e apresentador na Super Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Ele estava
internado no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do
Rio de Janeiro, tratando um câncer.
Washington
Carlos Nunes Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, no dia 1º de
setembro de 1936. Revelou-se desde cedo um amante do futebol e sempre
se orgulhou em dizer que organizava saídas da escola para frequentar
o recém-inaugurado Maracanã. Na juventude, enquanto era bancário,
tinha como hobby a prática do futebol de salão e, ainda de forma
amadora, enviava boletins sobre a modalidade para a Rádio Guanabara,
que o contrataria em um futuro não tão distante.
O
apelido Apolinho, num primeiro momento, foi dado para o seu microfone
pelo locutor Celso Garcia, em alusão aos equipamentos usados pelos
astronautas da missão Apollo 11. Logo, o também lendário Waldir
Amaral seguiu usando o termo. Não demorou para todos transferirem o
apelido do microfone para Washington Rodrigues.
Irreverente
e criativo, Apolinho não demorou para se notabilizar como um dos
principais repórteres do rádio brasileiro. Trabalhou nas principais
emissoras do Rio de Janeiro e fez parte de formações históricas.
Depois da Copa do Mundo de 1978, na Argentina, recebeu um convite de
um de seus parceiros mais notáveis, o Garotinho José Carlos Araújo,
para virar comentarista. Juntos, formaram uma das parcerias mais
emblemáticas de toda a história em veículos como as rádios Globo
e Nacional, além do reencontro na Super Rádio Tupi, em 2015.
Na
Rádio Tupi, a passagem mais recente foi iniciada em 1999, com o
tradicional Show do Apolinho, que informou e divertiu os ouvintes,
além de pautar a imprensa por mais de duas décadas. No período,
formou mais uma dupla marcante da comunicação, ao lado do locutor
Luiz Penido, nas principais transmissões envolvendo o futebol
carioca e Seleção Brasileira.
Além
de seu programa, Washington Rodrigues assinava a ‘Palinha do
Apolinho’ no Giro Esportivo, além do quadro ‘Geraldinos &
Arquibaldos’ – termos inventados pelo próprio – nas manhãs da
Tupi com Clóvis Monteiro, entre segunda e sexta, e Roberto Canazio,
aos sábados. Também fazia parte da bancada de comentaristas do Show
da Galera, exibido nas tardes de sábado e ancorado por Luiz Penido,
além de ser o principal comentarista esportivo da Super Rádio Tupi.
No
último mês de fevereiro, o Show do Apolinho completou 25 anos na
Super Rádio Tupi. O programa contou com companheiros de longa data,
como o produtor e comentarista Marcus Vinícius e o sonoplasta
Anderson Almeida. A formação atual também contava com a produtora
Deysi de Assis e o famoso ‘Robetão’, o robô, E.T. e anão.
“Convocação”
do Flamengo e ótima relação com o Vasco
No
ano de seu centenário, em 1995, em meio a um momento de crise, o
Flamengo, com o então presidente Kleber Leite, convidou Apolinho
para assumir o comando técnico e domar o ataque formado por Sávio
Romário e Edmundo. Na ocasião, foi vice-campeão da Supercopa da
Libertadores. Três anos depois, voltou ao clube no cargo de diretor
técnico. Washington costumava se referir ao episódio como uma
“convocação”. Meses depois voltaria de forma definitiva aos
microfones na Super Rádio Tupi.
Como
repórter, Apolinho sempre considerou ter mais facilidade em cobrir
qualquer clube que não fosse o Flamengo em razão da passionalidade.
Tal leitura o notabilizou como um dos maiores setoristas da história
do Vasco da Gama. Eurico Miranda, dirigente histórico do Gigante da
Colina, sempre demonstrou preferência em falar com o comunicador em
vez de outros veículos e profissionais.
Apolinho
deixa três filhos, sete netos, uma legião de fãs, ouvintes,
ex-companheiros e colegas de trabalho em todo o mundo. Fonte: Super Rádio Tupi / Rio de Janeiro.