segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Itaquerão - areias movediças de um escândalo sem fim no Corinthians!

Segunda feira, 14 de novembro de 2016.
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O Itaquerão é um mistério: ninguém viu nada, ninguém sabe de nada. Aliás, alguns sabem muita coisa ...veja quem são!
Outro dia, o Macaco Simão reproduziu em sua coluna uma definição sobre o naming rights do Itaquerão: Areia Movediça. Se me permitem, o certo seria Areias Movediças porque um vazamento de 10 milhões de litros de água poderia inundar a Radial Leste e até comprometer a segurança do estádio e de moradias da vizinhança.

Na verdade, são dois problemas: um, o mais factível – construção mal feita, com falta de fiscalização – e o outro poderia ter sido uma dissimulação do fato de que no fim do mês passado terminava o prazo da Caixa em dar resposta ao clube sobre a renegociação ou não do contrato da arena.
Mario Gobbi assinou os contratos
Mário Gobbi assinou contratos.

NINGUÉM VIU, NINGUÉM SABE DE NADA
O Itaquerão é um mistério: ninguém viu nada, ninguém sabe de nada. Aliás, alguns sabem muita coisa – como é o caso de Mário Gobbi e Raul Correa da Silva, que assinaram todos os contratos na Caixa, BNDES e Odebrecht. Então por que não chamá-los, junto com Lula, Emílio Odebrecht e Andrés Sanchez, negociadores dos financiamentos e das obras?
A história do vazamento da água da Sabesp, os desbarrancamentos nos estacionamentos, a queda de pedaços de forros e placas de mármores são provas que ninguém acompanhou o andamento das obras. Ora, obra sem fiscalização, o construtor faz o que quer.

Só que agora, a verdade, subtraída ou negada à diretoria e ao Conselho Deliberativo agora começa a aparecer. Mas antes, algumas perguntas:

1 – A obra não foi entregue e recebida pelo Corinthians? Quem foi responsável por isso?

2 – A Prefeitura concedeu o habite-se, sem o certificado de conclusão do estádio? É bom não esquecer que o habite-se teria custado cerca de 3 milhões de reais.

Agora, surgiu um contrato de uma empresa - Tecnotrade Assessoria e Gerenciamento Ltda, presidida por Jorge Borja, autorizada pelo Corinthians e Odebrecht. Ora, ele trabalhou para o Corinthians ou para a Odebrecht? Se a remuneração da empresa foi assumida ou debitada na conta do Corinthians como é que ficamos, O clube não deve pedir a devolução por serviço mal ou não prestado?
Guilherme Strengher questiona muita coisa no Corinthians
Dr. Guilherme Strengher questiona
muita coisa no Corinthians.

CONSELHO ESTÁ EM CIMA
No fim de semana passado, o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, dr. Guilherme Strengher – ínclito desembargador – explicou na Jovem Pan, ao repórter Wanderlei Nogueira, alguns fatos sobre a vida tumultuada do Corinthians, a falsidade ideológica de Roberto Andrade, fraude contratual e etc, a saber:
1 – O Corinthians não sabe quais são as obras faltantes. Ora, mas e o contrato com a Tecnotrade? Não seria possível aí descobrir o que deixou de ser feito?

2 – A Comissão de conselheiros terminou em água de bacalhau porque a Odebrecht não forneceu os documentos? Os contratos e os documentos financeiros, nem pensar. São protegidos por normas de confidencialidade. O nome disso tudo aí é omissão.

3 – É lamentável que o Corinthians tenha caído nessa esparrela e, agora, talvez o Papa Francisco até possa dar uma mão. O clube tem que correr atrás da solução porque o tempo passa e a conta na Caixa e BNDES só aumenta. É bom não esquecer que o Corinthians não paga a fatura do débito desde março deste ano. Deve ser um valor de mais de 40 milhões. Daqui a pouco, pode vir uma CPI por aí.

4 – A situação de Roberto Andrade é complicada. Assinou um documento em 5/2/2015, quando ainda não era presidente. A eleição ocorreu dois dias depois. O contrato com a empresa de estacionamento do Itaquerão é de 10 de janeiro, Roberto não era presidente, isto é, 27 dias antes de se eleger.

5 – Outro absurdo é que, assinado em janeiro de 2015 – dia 10 – o contrato é retroativo a 14 de outubro de 2014. E a parceria valeria até 2014. A parte do estádio era de 70% e a da empresa Omni – 30%. No documento há uma cláusula que obriga a empresa a pagar 1,35 ao Fundo Arena, independentemente das receitas. Estranho, não? Tudo isso dependia da obra concluída e do habite-se, e a Omni pode romper o contrato sem pagar multa.
Deputado do PT, Andres Sanchez vira alvo de CPI
Deputado do PT, Andres Sanchez vira alvo de CPI
O dr. Guilherme Strengher disse em sua entrevista “as assinaturas dos contratos por Roberto Andrade caracteriza irregularidade formal porque não é fruto de ato existente por falta de representatividade. Apesar disso, são irregularidades que podem ser retificadas ou ratificadas, mas só valeriam a partir de agora”.

Por tudo isso, ficou bem a citação do Macaco Simão de que o Itaquerão virou Areia Movediça. Ou Areias Movediças. Porque uma arena que começa a cair é porque foi feita com areia e cuspe.
O Itaquerão é a areia movediça de um escândalo sem fim.

P.S.: 1 – A Lava Jato já chegou no Itaquerão. O ministro Teori Zavascki mandou abrir imquérito para apurar eventuais deslizes cometidos por Andrés Sanchez.

2 – Cadê a CPI? Não misturem futebol com o caso Itaquerão. Uma coisa é uma. Outra coisa e outra coisa. Quem não quer CPI é porque é como gato: gosta de encobrir com terra a sujeira sua ou alheia.

Por DALMO PESSOA - São Paulo
Jornalista Dalmo Pessoa
Um dos mais importantes e polêmicos jornalistas esportivos do país, foi colunista do Notícias Populares, jornal de maior venda avulsa da capital por vários anos. Falando uma linguagem direta para o torcedor, ele era temido pelos dirigentes e pelos que pisavam no tomate. E Carlos Caldeira Filho, Veja perfil completo.




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