Sexta-feira, 15 de novembro de 2024.
Por Daniel Piva, Guto Marchiori e Nadja Mauad
Sem trabalhar como treinador desde 2020, ex-Cruzeiro
desabafa sobre motivos que o afastaram da beira do campo nos últimos anos:
"Diminuiu o ímpeto, o interesse de trabalhar com futebol".
Um dos treinadores mais vitoriosos no século no
futebol brasileiro, Marcelo Oliveira, abriu o coração em uma entrevista
exclusiva ao ge e revelou os motivos que o levaram a se afastar dos
gramados. Com uma carreira marcada por passagens por grandes clubes e títulos
importantes, o agora ex-treinador confessou que os desgastes físico e mental da
profissão foram determinantes para a decisão.
—
Eu, como treinador, parei sim. Acho que é uma pressão absurda e acredito que
depois de tantos anos passa até a fazer mal para a saúde — afirmou Marcelo
Oliveira.
Aos 69 anos, o treinador ressaltou que a falta de
convites, aliada à própria decisão de diminuir o ritmo, contribuíram para o fim
dessa etapa na carreira. O
último trabalho foi na Ponte Preta, em 2020. Por outro lado, ele
quer dar início a uma outra trajetória, agora como coordenador técnico.
— Em algum momento, eu manifestei que estava
diminuindo o ímpeto, o interesse de trabalhar com futebol, a não ser que fosse
uma função diferente de coordenação, onde pudesse levar minha experiência
armazenada para contribuir com algum clube, isso até já aconteceu, mas não foi
tão interessante e resolvi não aceitar — disse.
— A pessoa que viveu o que vivi, trabalhei como atleta
com excepcionais treinadores como Oswaldo Brandão, Telê Santana. Como técnico,
trabalhei em grandes equipes, em Minas sou saudado e cumprimentado pelas duas
torcidas, isso me orgulha muito, e trabalhei no Coritiba,
Paraná, Fluminense, Palmeiras, são muitos anos de experiência que você
armazena. Esse tipo de profissional, pessoa, pode contribuir em um clube dentro
dessa função especifica — prosseguiu.
Um histórico de conquistas e
reconhecimento
Marcelo Oliveira é um dos técnicos mais vitoriosos do
futebol brasileiro, com um currículo que inclui títulos expressivos e passagens
por grandes clubes. Foi bicampeão paranaense (2011 e 2012) pelo Coritiba, onde
ganhou destaque nacional. Em Minas Gerais, marcou época no Atlético e no
Cruzeiro, conquistando, entre outros títulos, os Campeonatos Brasileiros de
2013 e 2014. No Palmeiras, em 2015, o então treinador levantou a Copa do Brasil.
Cinco finais de Copa do Brasil
E quando o assunto é a competição nacional, Marcelo
Oliveira tem a chancela de especialista. Afinal, foram cinco finais quase que
de forma consecutiva: Coritiba (2011 e 2012), Cruzeiro (2014), Palmeiras (2015)
e Atlético-MG (2016), sendo campeão pelo Palmeiras.
— A gente teve essa honra e privilégio de chegar a
cinco finais da Copa do Brasil, quase que consecutivas, e não com o mesmo time.
Poderia ser com o Coritiba, que tinha grande time na época, com o Cruzeiro, mas
foram com quatro times diferentes. Tinha alguém que falava que eu não era bom
de mata-mata porque ganhei só uma. Mas para você poder chegar a uma final de
Copa do Brasil, você passa por vários mata-mata e são estratégias bem
específicas — apontou.
Conquistas
Marcelo Oliveira conquistou dois títulos paranaense
com o Coritiba, em 2011 e 2012, e depois teve sucesso no Cruzeiro, sendo
bicampeão do Campeonato Brasileiro, em 2013 e 2014, além de ganhar o Campeonato
Mineiro de 2014. Em 2015, foi campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras.
Vice-campeão da Copa do Brasil com o Atlético-MG, em
2016, ele não teve destaque nos desafios seguintes, como o próprio Coritiba, em
2017, o Fluminense, em 2018, e a Ponte Preta, em 2020.
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