Sábado, 20 de
fevereiro de 2021.
Satélite possibilitará
também o monitoramento da região costeira, de reservatórios de água e de
florestas
Por AGÊNCIA BRASIL
O Brasil está prestes
a colocar em órbita o primeiro satélite de observação da Terra totalmente
projetado, integrado, testado e operado pelo país. O lançamento do Amazonia-1
será à 1h54 (horário de Brasília) do dia 28 de fevereiro, na missão PSLV-C51,
da agência espacial indiana Indian Space Research Organisation (ISRO).
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Lançamento do Amazonia-1 será à 1h54 (horário de Brasília) do dia 28 de fevereiro, na missão PSLV-C51 |
Foto: INPE / Divulgação.
Com 6 quilômetros de
fios e 14 mil conexões elétricas, o satélite integra a Missão Amazônia, que
tem, por objetivo, “fornecer dados de sensoriamento remoto para observar e
monitorar o desmatamento, especialmente na região amazônica”, além de monitorar
a agricultura no país.
Trata-se de um
satélite de órbita Sol síncrona (polar), que vai gerar imagens do planeta a
cada 5 dias. Sob demanda, poderá fornecer dados de um ponto específico em 2
dias – o que, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
ajudará na fiscalização de áreas que estejam sendo desmatadas, bem como na
captura de imagens onde haja maior ocorrência de nuvens.
De acordo com o
instituto, o novo satélite possibilitará também o monitoramento da região
costeira, de reservatórios de água e de florestas (naturais e cultivadas). Há,
ainda, a possibilidade de uso para observações de possíveis desastres
ambientais.
“Os dados estarão
disponíveis tanto para comunidade científica e órgãos governamentais quanto
para usuários interessados em uma melhor compreensão do ambiente terrestre”,
informa o Inpe. O Amazonia-1 será o terceiro satélite brasileiro de
sensoriamento remoto em operação. Os dois primeiros são o CBERS-4 e o CBERS-4A.
A Missão Amazônia
pretende lançar, em data a ser definida, mais dois satélites de sensoriamento
remoto: o Amazônia-1B e o Amazônia-2. “Os satélites da série Amazonia serão
formados por dois módulos independentes: um módulo de serviço - que é a
Plataforma Multimissão (PMM) - e um módulo de carga útil, que abriga câmeras e
equipamentos de gravação e transmissão de dados de imagens”, detalha o Inpe.
Plataforma
Multimissão
Além de ajudar no
monitoramento do meio ambiente, a missão ajudará na validação da Plataforma
Multimissão como base modular para diversos tipos de satélites. Essa plataforma
representa, segundo o Inpe, “um conceito moderno de arquitetura de satélites,
que tem o propósito de reunir em uma única plataforma todos os equipamentos que
desempenham funções necessárias à sobrevivência de um satélite,
independentemente do tipo de órbita.”
Entre as funções
executadas pela plataforma estão as de geração de energia, controle térmico,
gerenciamento de dados e telecomunicação de serviço - o que possibilitará a
adaptação a diferentes cargas úteis, além de reduzir custos e prazos no
desenvolvimento de novas missões.
“Essa competência
global em engenharia de sistemas e em gerenciamento de projetos coloca o país
em um novo patamar científico e tecnológico para missões espaciais. A partir do
lançamento do satélite Amazonia-1 e da validação em voo da PMM, o Brasil terá
dominado o ciclo de vida de fabricação de sistemas espaciais para satélites
estabilizados em três eixos”, informa o Inpe.
Entre os ganhos
tecnológicos que a missão deverá render ao país, o Inpe destaca, além da
validação da PMM, a consolidação do conhecimento do país no ciclo completo de
desenvolvimento de satélites; o desenvolvimento da indústria nacional dos
mecanismos de abertura de painéis solares, o desenvolvimento da propulsão do
subsistema de controle de atitude e órbita na indústria nacional e a
consolidação de conhecimentos na campanha de lançamento de satélites de maior
complexidade.