Domingo, 19 de abril de 2020.
Antes da covid-19, outro coronavírus se espalhou pela China e assustou
o mundo: a SARS, sigla em inglês para síndrome respiratória aguda grave. Entre
novembro de 2002 e julho de 2003, 5.327 pessoas foram contaminadas no país,
causando 349 mortes.
Na época, o vírus não chegou ao Brasil, mas impactou brasileiros que
viviam na China, entre eles os jogadores que disputavam o campeonato
local .
Hoje treinador, André Gaspar estava no Qingdao Jonoon em 2003 e
relembrou o surto. “Foi no meio do ano. A gente estava em uma parada do
campeonato quando surgiu a SARS e aí ficamos 50 dias sem treinar, com o
campeonato parado”, contou à Gazeta Esportiva.
“Apareceu do nada. A gente podia até sair do país porque o problema
era interno, mas como tínhamos contrato, o clube não autorizou, falando que
iria passar rápido. E realmente passou mesmo, foram cerca de 40, 50 dias, aí já
voltamos para os treinamentos e o campeonato voltou normal”, relembrou.
|
André Gaspar treinando o Daegu da Coreia do Sul. Foto: Divulgação / Daegu |
Em comparação com a Covid-19, a epidemia de SARS foi mais rápida e
afetou menos pessoas. O brasileiro lembra que as medidas de segurança também
eram menos rigorosas que as de hoje.
“Basicamente era isso, uso de máscara, higiene com as mãos e evitar
aglomerações. Não chegou a decretar uma quarentena, ficar em casa sem poder
sair. Eu lembro que a gente podia sair, ir para restaurantes, mas os lugares
foram modificados, o espaço de uma pessoa para outra. Mas foi bem rápido, coisa
que a gente não está vivendo agora”, relatou.
Formado no Santos, André era meio-campista e acumulou passagens por
Portuguesa Santista, Marília e Anyang-COR até chegar no futebol chinês.
“Naquela época a China não tinha esse boom como tem hoje, salários milionários,
mas era uma coisa muito boa. Eu tinha jogado três anos na Coreia (do Sul) e fui
contratado pelo Qingdao. Era uma coisa que ainda estava começando”, lembrou.
O campeonato chinês de 2003 aconteceu entre 15 de março e 30 de
novembro, e foi a última edição antes do início da atual Super Liga Chinesa. O
Qingdao de André e também do zagueiro brasileiro Lula terminou no 11º lugar.
Após duas temporadas na China, o meia voltou ao
Brasil em 2005 e encerrou sua carreira defendendo o Bragantino. Depois,
integrou a comissão técnica da equipe de Bragança Paulista, até assumir como
treinador em 2014, e passou cinco anos no Daegu-COR. Hoje o brasileiro comanda
o Al-Hazm da Arábia Saudita.
Fonte: Gazeta Esportiva.