Domingo,
16 de abril de 2023.
Rival
conseguiu decisão favorável para realizar partida contra o
Palmeiras no estádio
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Clubes alegam que quantidade de partidas ultrapassa parecer técnico com recomendação para evitar danos ao gramado (Foto: Marina Garcia - FFC) |
Depois
do Vasco conseguir,
na sexta-feira, decisão na Justiça permitindo a realização da
partida contra o Palmeiras,
no próximo domingo, pela segunda rodada do Campeonato
Brasileiro,
no Maracanã, Fluminense e Flamengo acionaram
o plantão judiciário no sábado com um recurso na tentativa de
impedir o jogo no estádio. Informa
o site ge que
a dupla pediu um efeito suspensivo e espera uma rápida resposta,
pois a qualquer momento o clube de São Januário pode abrir a venda
de ingressos. Um dos pedidos no recurso é que isso seja proibido até
a apreciação do tribunal.
Confira
trecho da argumentação feita pelo Flamengo, parceiro do Fluminense
na gestão do estádio:
“A
decisão agravada representa um verdadeiro cheque em branco para que
o VASCO DA GAMA atropele os direitos e os deveres dos gestores de um
bem público, colocando em risco a conservação do gramado (que é
sua parte integrante), a integridade física dos atletas e a
qualidade técnica dos jogos de futebol.
O
VASCO DA GAMA, fechando os olhos de questões técnicas e da
necessária conservação do gramado do estádio, não pode obter,
sempre que assim o desejar e lhe for financeiramente mais vantajoso,
uma tutela jurisdicional favorável à utilização do MARACANÃ para
sediar as suas partidas futebolísticas. Em um momento no qual o
futebol brasileiro passa por uma série de mudanças, de modo a
profissionalizá-lo, deixando no passado aquela vetusta imagem de
amadorismo, a chancela da pretensão autoral representa um verdadeiro
retrocesso.
Um
campo precário de conservação e grande nível de desgaste
inviabiliza a realização de partidas profissionais do esporte,
sendo frequentemente objeto de irresignações como fator
determinante no resultado dos jogos. Pedindo escusas pela
contundência, mas gramados irregulares podem até ser comum na
várzea, mas jamais em competições de primeira linha, como aquelas
disputadas no MARACANÔ.
“Ocorre,
no entanto, que a aludida quantidade de partidas já extrapola, e
muito, o recomendado tecnicamente para manutenção adequada do
gramado. Esta situação excepcional, aliás, somente ocorreu porque
FLAMENGO e FLUMINENSE, ao contrário do VASCO DA GAMA, jogaram as
finais do CAMPEONATO
CARIOCA e
estão disputando a CONMEBOL LIBERTADORES e
a COPA
DO BRASIL”,
escreveu.
Na
ponderação do Fluminense destaca-se o fato de haver outras
possibilidades, como o estádio Nilton
Santos,
o Engenhão,
cuja administração é feita pelo Botafogo.
— E
existem, ainda, meios alternativos. Por qual razão, considerando a
enorme quantidade de jogos no Maracanã, o Vasco não pode, da mesma
forma, jogar no Estádio Nilton Santos, que tem capacidade de público
bem superior ao Estádio de São Januário? – ponderou o
Fluminense.
Os
clubes também informaram as datas em que o Maracanã estará
disponível para o Vasco. Inclusive, se colocaram à disposição
para jogarem em outras praças em alguns momentos da temporada. Veja:
“Isso
porque, ao impugnar, neste ato, o requerimento do clube cruzmaltino,
os permissionários, em atenção ao calendário de eventos
esportivos a serem realizados no estádio em 2023, informam abaixo as
datas específicas em que o VASCO DA GAMA poderá utilizar o MARACANÃ
(a depender da autorização da CBF), caso o réu permaneça na sua
gestão, sem prejuízo ao gramado e a todo o investimento já
realizado, para sediar os seus jogos:
Julho:
22
Setembro: 07, 08 e 09
Outubro: 12, 13, 14 e 22
Novembro:
08, 16, 17 e 18
Note-se,
com relação às datas (22 de julho e 22 de outubro), que nestes
dias inicialmente estavam marcadas, respectivamente, as partidas
entre FLAMENGO x AMÉRICA FUTEBOL CLUBE e FLUMINENSE X GOIÁS ESPORTE
CLUBE no próprio MARACANÃ.
Todavia,
no intuito de evidenciar a sua mais completa boa-fé, os
permissionários, frise-se V.Exa., estão dispostos a ceder o estádio
para o VASCO DA GAMA e sediar os seus jogos em outro Estado, de modo
a que não restem dúvidas quanto à ausência de monopólio”.