quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Após perder negócio na pandemia, potiguar decide leiloar camisa autografada que ganhou da coleção de Pelé!

Quinta freira, 19 de agosto de 2021. 

Empresário recebeu presente da vizinha, que é tia da atual esposa de Pelé, Márcia Aoki. Camisa oficial da década de 1970 foi usada uma vez e depois passou a ser exibida em um quadro.

Por Leonardo Erys — Natal

Camisa foi retirada do acervo de Pelé — Foto: Arquivo pessoal

O potiguar Edvaldo Santos Cunha, conhecido como Côca, tem em casa uma daquelas relíquias quase impossíveis de acreditar. Em 2016, uma vizinha decidiu presenteá-lo com uma camisa da seleção brasileira da década de 1970. Apesar do encanto com uma camisa oficial da época, que por si só já é item difícil no mercado, essa era ainda mais especial. Rara. Raríssima, aliás. O uniforme foi retirado do acervo de Pelé e autografado pelo Rei em dedicatória ao potiguar. 

Apesar da grandeza do item, o potiguar decidiu recentemente leiloá-lo. Isso porque a pandemia da Covid afetou diretamente o "ganha-pão" de Côca, que precisou fechar as portas do restaurante que mantinha em sociedade com a mulher no bairro Alecrim, um dos principais centros comerciais de Natal, há 20 anos.

Com a crise financeira, o potiguar percebeu que a camisa, que tem grande valor sentimental para ele, também pode ter um valor de mercado importante, o que o seria mais urgente no momento.

- Infelizmente eu estou sem dinheiro. E a camisa é uma das poucas coisas de valor que eu tenho para vender - disse o potiguar.

Mas não é fácil se desfazer de uma relíquia como essa. O carinho de Côca pela camisa com a dedicatória de Pelé é tão grande que ela hoje é estampada e preservada em um quadro que fica na sala de casa. Desde que ganhou, a camisa foi usada apenas uma vez.

Mas quando vesti, num Dia dos Pais, o povo não acreditou. Nem meu irmão acreditou. Aí eu tirei na hora, porque ninguém acreditou e também para não estragar - disse

Côca, na única vez que usou a camisa ganha de Pelé, ao lado da mulher — Foto: Arquivo pessoal

Caminho do presente

Conseguir uma camisa autografada pelo Rei e ainda mais do acervo dele é algo raro. E o caminho para essa relíquia foi trilhado pela vizinha de Côca, Assunção Aoki. Ela é mulher de Milton Aoki e os dois são tios de Márcia Aoki, atual mulher do rei do futebol.

Assunção aproveitou a ida ao casamento dos dois, em 2016, para fazer o pedido especial à sobrinha, na intenção de presentear o vizinho apaixonado por futebol.

Milton Aoki e Assunção Aoki, que são vizinhos de Côca, estão na ponta esquerda da imagem: ela, de azul; ele, ao lado, de terno e óculos. — Foto: Tatiana Aguena/Divulgação

- Eu sei que ele adora futebol, aí pensei: 'Vou dar essa camisa para o Côca, que ele vai ficar feliz' - contou.

Dito e feito. Côca entendeu na hora a grandeza do item que tinha nas mãos.

- A emoção foi grande. É a camisa de Pelé, não é todo mundo que tem - falou. 

Potiguar Côca e sua camisa autografada — Foto: Arquivo pessoal

Paixão pelo futebol

A paixão de Côca pelo futebol, que motivou a vizinha a presenteá-lo, não é de hoje. E esse gosto pelo esporte quase o fez virar atleta profissional. 

Ele conta que chegou a atuar nos times juvenil e juniores do ABC e também fez parte de equipes amadoras. Em uma delas, na antiga Aspetro (Associação dos Petroleiros do RN), atuou com nomes conhecidos do cenário do futsal potiguar da época, como Scala, Djavan, Ismar, Gibi, Weber, Serjão, Aladin e Jeremias. 

Ele lembra também ter sido campeão de futsal e do Primeiro Peladão de Futsal em Natal, em 1986.

- Eram mais de 100 equipes. Fui artilheiro e campeão - conta.

Ele diz que atua até os dias atuais, mas precisou parar de se dedicar ao restaurante.

- Eu nunca parei de jogar, mas profissionalmente precisei parar pra montar minha empresa - falou.

A família ainda organiza o leilão da camisa. Os detalhes serão postados em uma rede social da filha de Côca, a jornalista, poeta e redatora Vanessa Augusta.

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