sexta-feira, 6 de julho de 2012

Carta a um sobrinho corintiano; Minhas últimas lágrimas completam 30 anos!

05-07-2012 QUINTA FEIRA Por José Renato Santiago – São Paulo/SP

Carta a um sobrinho corintiano!

Meu querido sobrinho, Felipe.


Sua mãe, minha irmã, é testemunha sobre o quanto a sua chegada foi desejada.
Em 1995, quando ela engravidou pela primeira vez, ganhei de presente ser padrinho de sua irmã, Mariana.
Uma grande alegria e orgulho para mim.
Em 1999, quando sua mãe nos avisou que o meu primeiro sobrinho viria ao mundo, vibrei!!!
Mesmo assumindo, apenas, o papel de tio, me satisfez muito saber que passaria a ter um novo amigo para ir comigo aos jogos do meu tricolor.
Olha que tentei.
Seu primeiro jogo no estádio foi um São Paulo x Juventus no Morumbi.
Escolha estratégica, adversário supostamente tranquilo, tudo convidativo para fazer alguém se tornar são paulino.
Bem, só não avisaram isso ao Juventus que venceu por 1 a 0 naquele dia.
Não foi problema, você era tão pequeno que nem notou a derrota do São Paulo.
Ainda assim, fui tentando de trazer para o meu lado rs rs.
Em uma partida do São Paulo x Rio Claro, conseguiu que você, juntamente com seu irmão, Marcos, entrassem junto com a equipe tricolor, ao lado de Ceni.
Desta vez, vitória tricolor, para mim, o jogo estava ganho.
Ledo engano...
Em 2007, o Corinthians estava muito mal no campeonato brasileiro e acabou rebaixado.
Novamente, achei que estava resolvida esta questão, ainda mais porque o São Paulo tinha sido campeão.
Mas naquele dia, o do rebaixamento, a primeira coisa que você fez foi: vestir a camisa do Corinthians e ficou com ela a semana inteira.
Realmente, o jogo estava ganho, você seria corintiano.
Aliás, foi com você que aprendi a respeitar efetivamente os torcedores rivais.
Não que eu fosse desses torcedores que saem ofendendo os rivais, mas achava, até então, impossível ter um corintiano na minha família (lembrando que cunhado, seu pai, não é parente rs).
Minha torcida contrária ao Corinthians continuou, mas certamente sem a mesma força de antes, graças a você.
Não conseguia realmente torcer de forma contrária da mesma maneira.
Esta Libertadores, torci a favor do Vasco, a favor do Santos e até mesmo a favor do Boca...
Mas, capitulei...
Acompanhei a sua aflição...
Acompanhei a sua alegria...
E mais, é difícil deixar de admitir que a atual equipe corintiana é realmente merecedora da conquista da Libertadores deste ano.
Sendo assim, não irei torcer a favor do seu time, mas sim que você fique feliz com o resultado. O Corinthians é sempre Corinthians e isto é o suficiente!
Um grande abraço de seu tio tricolor desde sempre.

Minhas últimas lágrimas completam 30 anos

Se na vida pessoal, um grande primeiro amor, embora jamais esquecido, possa ser substituído, quando falamos de futebol, nosso primeiro grande amor não pode ser esquecido tão pouco substituído.
Encaminho meu novo artigo sobre os 30 anos da tragédia do Sarriá.
Espero que goste...


Dia 5 de julho de 1982.
Não tinha aula aquele dia, pois era jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo.
O melhor time do mundo entraria em campo apenas para confirmar a sua classificação.
Depois de 4 vitórias, bastava um empate frente a Itália para passarmos as Semifinais.
Certamente não empataríamos, venceríamos...
Logo no começo da partida, a Itália abriu o placar.
Não era problema, pois contra a União Soviética e Escócia, também tínhamos saído atrás no placar.
Logo em seguida Sócrates empatou e abriu o caminho para mais uma vitória.
Venceríamos novamente...era uma questão de tempo.
Mas, veio a Itália e voltou a ficar a frente no placar.
O primeiro tempo acabou 2 a 1 a favor deles.
Certamente, voltaríamos no segundo tempo e passaríamos por cima deles.
O jogo era duro, mas era uma questão de tempo.
Falcão empatou e reabriu o caminho para a vitória.
Sim, pois o nosso time não empatava, só ganhava.
Pouco depois, a Itália voltou ao ataque e teve um escanteio a seu favor.
O mundo parou ali, e novamente os italianos voltaram a frente no placar.
Desta vez, não haveria mais gol algum.
Se bem que os italianos chegaram a fazer o quarto gol, anulado, de forma duvidosa, pelo árbitro.
Mas o sofrimento não acabou ali, uma vez que no último minuto Oscar marcou o gol de empate.
Não, foi apenas um sonho...
O fim de um sonho.
A última vez que chorei por causa de futebol.
Incrível como um assunto, menos importante como o futebol, pode provocar sentimentos tão intensos e eternos.
Digo isso, pois, se na vida pessoal, um grande primeiro amor, embora jamais esquecido, possa ser substituído, quando falamos de futebol, nosso primeiro grande amor não pode ser esquecido tão pouco substituído. 


Um grande abraço, 
José Renato.
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