Sexta feira, 05 de agosto de 2016.
O sonho de estudar em
uma universidade no exterior sempre esteve mais perto dos atletas de esportes
como futebol e natação. No entanto, as universidades norte-americanas têm
olhado com cada vez mais atenção para os tenistas brasileiros. As bolsas para
atletas de tênis, especialmente para mulheres, têm sobrado em algumas
universidades dos Estados Unidos da América (EUA).
Atletas bolsistas. |
Entre as bolsas para
atletas, o futebol ainda é o esporte mais procurado, mas outras modalidades
também têm aberto portas. Aos 18 anos, com o ensino médio recém-encerrado, a
tenista Julianna Bacelar disputava torneios nacionais e internacionais com
treinamento dos técnicos Didier Rayon e Gonçalo Fischer e acabou atraindo a
atenção de olheiros norte-americanos. “Foram muitos convites, em uma época em
que eu estava querendo tentar a carreira de atleta profissional. Mas, chegou
uma hora que acendeu aquela vontade de ter uma formação acadêmica também e eu
aceitei o desafio”. Julianna uniu o tênis aos estudos para cursar administração
financeira na San Jose State University, na California.
“A minha bolsa era de
100%, eu tinha direito a moradia e alimentação. Basicamente o único custo que
minha família teve foi de passagens de ida e volta para o EUA. Mas, estando lá
não dá para ficar de brincadeira. Você é primeiro estudante, tem que ter notas
boas e presença, para depois ser uma atleta, caso contrário você perde a vaga
no time principal”, explica a tenista que, já graduada, faz hoje um MBA na
mesma universidade e atua como Técnica Auxiliar, convite feito após a conclusão
da graduação.
Os convites são feitos
para jovens com idade entre 16 e 19 e que encerraram o ensino médio no prazo
máximo de 1 ano. O inglês intermediário atende as exigências iniciais. “Basta
ter contato com alguma empresa que possa facilitar esse relacionamento ou
equipes de treinamento que tenham contatos nos EUA, garantir boas notas na
escola, no inglês e bons desempenho nas quadras”, relata.
Atualmente, o time em
que Julianna atua como auxiliar só possui atletas internacionais: 4 francesas,
1 belga, 1 suíça e 1 tailandesa. “Temos vagas sobrando para tenistas mulheres e
estamos constantemente olhando para as atletas que se encaixam nesse perfil,
porém são vagas de alto padrão. Em faculdades menores ou com um nível de tênis
um pouco inferior, mas com um nível académico igual ou até melhor que minha
faculdade, é possível conseguir 100% de bolsa com maior facilidade”, explica.
Atualmente, os EUA
dividem suas universidades em divisões de nível, contando com aproximadamente
200 opções em três divisões diferentes o que aumenta ainda mais as chances de
um atleta conquistar uma bolsa. “Estamos apostando nessa geração que está sendo
formada nas academias, como a Didier Rayon Tennis Team aqui em Natal, para
daqui estar disputando vaga nas universidades americanas. Lá são verdadeiros
celeiros de atletas profissionais”, conta Bacelar.
Números
O número de
brasileiros estudando em universidades dos Estados Unidos cresceu 78% entre
2013 e 2014, passando de 13.286 para 23.675. Os dados são do relatório anual
Open Doors, produzido pelo Instituto de Educação Internacional (IIE, na sigla
em inglês). Com esse aumento, o país passou da 10ª para a 6ª posição no ranking
de nações que mais enviam universitários aos EUA. Hoje, representa 2,4% do
total de estudantes estrangeiros na graduação.
Por Portal No Ar
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