Segunda feira, 17 de outubro de 2016.
Líder da equipe
alvinegra em campo, camisa 10 lembra que carreira está perto do fim e foge de
protagonismo após goleada sobre o Guarani de Campinas/SP. Meia lembra
Ronaldinho.
Lúcio Flávio fez justiça a sua fama
de bom cobrador de faltas
neste domingo (Foto: Alexandre
Lago/GloboEsporte.com)
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O maestro Lúcio Flávio não precisa de holofotes
para brilhar. Com 37 anos, o jogador é capitão do ABC e o principal líder da
equipe em campo. Até o jogo deste domingo, havia marcado apenas três vezes na
Série C e se configurava como o cérebro da equipe. Nos dois gols marcados
contra o Guarani, nas duas cobranças de faltas que bateu, relembrou o auge da
carreira e saiu de campo aplaudido de pé pelos torcedores que foram ao
Frasqueirão. Sem pretensão de ser protagonista, o camisa 10 dividiu os louros
da goleada por 4 a 0 com os companheiros.
Lúcio Flávio |
- Eu já estou
caminhando para o fim dessa carreira, já
passei por muitas coisas. O torcedor do ABC estava acostumado a ver o Lúcio
Flávio de outros clubes, e até eu ter uma adaptação no ABC, em outro campeonato
(Série C), foi difícil. O mais legal de tudo é que eu não preciso ser o
principal jogador. Eu não quero isso. Eu
quero que o Erivélton seja, como ele foi o cara que fez o gol do acesso, até
pela história dele no clube. Eu quero que o Jones (Carioca) seja, pelo fato de
ser um jogador que ano passado ficou um tempo sem jogar. E outros jogadores que
vão ter um longo percurso de estrada. Eu, mais um ou dois anos, estou
encerrando minha carreira. E o que eu quero fazer é isso que tive oportunidade
de proporcionar aqui, de o ABC ser campeão estadual novamente e ter o acesso. A
minha participação aqui, às vezes, é muito mais em relação a grupo, forma de
liderança, do que propriamente dentro de campo - declarou.
Com passagens
marcantes por times da elite do futebol brasileiro, como Botafogo/RJ e Santos/SP, Lúcio chegou ao ABC cercado de
expectativas pelo torcedor que queria a comprovação da fama de exímio cobrador
de faltas. Até o jogo deste domingo, só havia marcado uma vez, longe do
Frasqueirão, contra o ASA, pela nona rodada da Série C. Na oportunidade, a
falta foi cobrada da lateral esquerda, com veneno, e enganou o goleiro do time
alagoano. Hoje, o torcedor contemplou a elegância do camisa 10, em cobrança no
ângulo. Depois, viu a segunda cobrança por debaixo da barreira, à la Ronaldinho
Gaúcho.
Goleiro Leandro Santos se esticou
todo, mas não tinha
como pegar (Foto: Alexandre
Lago/GloboEsporte.com)
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- O Ronaldinho foi uma
inspiração para vários jogadores dessa geração. Eu já tinha feito um gol assim,
acho que em 2013, pelo Paraná. E por outras vezes eu também tentei. É claro que
em um jogo como esse (contra o Guarani), em que eu já havia feito um gol por
cima da barreira, era natural que ela saltasse, e foi o que eu pensei ali na
hora e, graças a Deus, fui feliz em mais uma conclusão, decretando um bom
resultado para o ABC - declarou.
O placar dilatado
diante do Bugre, equipe com melhor campanha na primeira fase da Série C, foi
inesperado até mesmo para os jogadores do Mais Querido. Depois de um início de
temporada com atuações inconstantes, o ABC evoluiu na competição e no jogo
deste domingo mostrou leveza e confiança em campo.
- O ABC é um time
diferente do início da temporada. O ABC mudou tudo do ano passado para cá,
trouxe atletas que em 2015 não estavam nem atuando. No decorrer do percurso, o
time foi ganhando corpo e começou de fato a andar na Série C. Até o acesso, a
equipe estava tensa, mas por isso todos os times passam. Agora é natural que
estejamos mais soltos, acabamos por fazer a melhor partida do ano - concluiu.
Por Luiz Henrique – GE/Natal