Segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017.
Gegê ainda é jogador
do Botafogo, mas seu casamento de mais de dez anos com o clube parece ter
chegado ao fim. Sem espaço em General Severiano, o meia foi emprestado até
dezembro ao ABC. Ao fim do empréstimo, estará sem contrato com o Alvinegro, e a
tendência é seguir sua carreira em outro lugar.
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Pela primeira vez fora do Botafogo,
Gegê busca sequência
no ABC (Foto: Fabiano de
Oliveira/GloboEsporte.com)
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Foram mais de dez anos
de altos e baixos. Destaque na base, Gegê foi integrado ao profissional como
grande promessa. Em 2013, com gol e assistência, ajudou o Botafogo a vencer o
Flamengo de virada por 2 a 1. Tudo parecia trilhar para um caminho de sucesso
em General Severiano. Mas não foi bem assim.
Veio o rebaixamento em
2014, atuações apagadas, e Gegê passou a ser perseguido pela torcida. O meia
teve o contrato renovado no início de 2016, ganhou oportunidades com Ricardo
Gomes, mas depois foi esquecido definitivamente na “Era Jair Ventura”.
Justamente o técnico que foi seu treinador na base e lhe deu a camisa 10 na
Série B, durante os três jogos que trabalhou como interino.
- Trabalhei muito
tempo com o Jair. Mas o futebol é uma doideira só. Ele não chegou a conversar
comigo quando assumiu. Não sei dizer o que aconteceu. Mas o Jair é um grande
treinador, vem provando seu valor e tem tudo para dar certo. Torço por ele –
disse Gegê.
No ABC, em Natal, Gegê
busca vida nova. De longe, afirma não ter tempo para acompanhar o ex-time. Pela
primeira vez fora do Botafogo, obviamente, vem sentindo diferenças. Titular,
encontrou a sequência que buscava há anos no Botafogo. Contra o Santa Cruz de
Natal, mostrou seu cartão de visitas, com um belo gol de fora da área. O cenário é o ideal, segundo o meia, para amadurecer e crescer
como jogador.
- Fiquei quatro anos
no profissional do Botafogo. Foi muito bom, aprendi bastante, mas era o momento
de sair, buscar novos ares. Acho que aqui vou crescer e evoluir bastante. É uma
nova experiência e estou gostando. Vou trabalhar muito, amadurecer e vai dar
tudo certo.
Confira outros trechos da entrevista com Gegê!
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Gegê teve bons momentos no Botafogo,
mas casamento não terminou bem.
(Reprodução/Twitter)
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Mágoa do Botafogo?
Nunca. Nunca vou ter
magoa do Botafogo. Sou muito grato por tudo o que o clube fez por fim. O
Botafogo estará sempre na minha memória. Passei muitas coisas no Botafogo, que
é um clube que tem muita história. Fico muito feliz de ter passado por lá.
Volta após o empréstimo?
Agora só estou
pensando em jogar bola. O futuro está nas mãos de Deus. Eu estou tranquilo
quanto a isso. Vou trabalhar e fazer o meu.
Relação conturbada com a torcida do Botafogo
Faz parte, é natural.
A torcida não gostava de mim. Vou fazer o que? É complicado. Prefiro ficar
quieto.
Início animador no ABC
Graças a Deus fiz um
bonito gol. Fui muito feliz na finalização. Também já dei assistência. Aos
poucos vou me adaptando, me encaixando na equipe, ganhando forma. Não fiz a
pré-temporada, e até por isso estou ganhando ritmo aos poucos. O time está
evoluindo.
Rotina em Natal
É diferente, né. Senti
bastante no inicio. O ABC é meu primeiro clube depois do Botafogo. Nunca tinha
jogando em outro clube. Agora está mais tranquilo. Estou conhecendo melhor a
cidade, fiz amizade com todos. Está mais suave. No inicio senti um pouco. São
clubes bem diferentes.
Tem cobertura da
imprensa, mas não é da mesma forma. Mas o ABC é um grande clube, e a imprensa
dá muita visibilidade. Assédio? Por enquanto, mais nos estádios e nos treinos.
Aqui é mais tranquilo, mas a torcida do ABC é apaixonada. É fera, uma torcida
boa.
Geninho
Primeira vez que
trabalho com ele. Estou gostando. Ainda é um início de trabalho, mas ele já
demonstrou ser um ótimo treinador, nos ajuda bastante no dia a dia. Temos
treinado pouco por conta dos jogos.
Por Marcelo Baltar – GloboEsporte.com/Rio de Janeiro