Sábado, 02 de maio de 2020.
Clubes com patrimônios
bilionários decidiram usar a força conta seus atletas e funcionários.
Demissões, cortes de salários. E até ameaças de dirigentes
E os dirigentes de
clubes com patrimônio bilionários estão
mostrando seu lado mais cruel.
INTERNACIONAL.
O Internacional, de
Marcelo Medeiros, resolveu economizar 30% de seu orçamento. Direito de imagem
dos jogadores, salário do treinador argentino Eduardo Coudet, valeu tudo para
atingir os tais 30%.
Marcelo Medeiros, presidente do Internacional já teve coronavírus. mas ameça atletas assim mesmo. |
"Jogador que não
quiser jogar pode pedir demissão", cravou ontem o presidente do
Internacional, Marcelo Medeiros.
Justo ele que
sobreviveu à infecção do coronavírus, sentiu no organismo a ação das
doenças.
Inteligente, sabia que
os casos no país ontem chegavam a 91.589 infectados e 6.329 pessoas,
que não tiveram a sua sorte, e estão mortas. 428 delas perderam a vida ontem, sexta-feira
que Medeiros ameaçava seus atletas.
Como se eles não
tivessem o direito de ter medo do contágio treinando ou jogando.
Que vale mais?
A dívida do
Internacional sem jogos ou os atletas expostos ao coronavírus?
GRÊMIO.
O Grêmio diminui em
25% os salários dos atletas e Comissão Técnica.
FLAMENGO.
No Flamengo, o pensamento frio da diretoria teve
como alvo os funcionários do clube. Não os que lidam com os jogadores profissionais.
Mas os trabalhadores da base.
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, demitiu 62 funcionários. |
O presidente Rodolfo Landim demitiu 62 funcionários.
Sim, foi demissão sumária. Nada de redução nos salários ou suspensão do
emprego. Os mandou, sem dó, para a rua.
Na pior crise da história do país.
Foi além.
Reduziu em 25% os
salários dos funcionários que recebem acima de R$ 4 mil. A economia prevista é
de R$ 3 milhões.
A expectativa é que os
jogadores e a Comissão Técnica tenham uma redução de 25% nos salários.
VASCO
O Vasco não pagou
nenhum salário de 2020 a alguns jogadores. A outros deve meses de direito de
imagem. Há quem não recebeu férias. E funcionários tiveram seus contratos
suspensos.
O clube só bancará 30%
para os funcionários enquanto prevalecer a pandemia.
CRUZEIRO.
Quem quer seguir
trabalhando no Cruzeiro, seja jogador, técnico ou cozinheiro, já sabe. A partir
de ontem está ganhando 25% a menos. E o dinheiro não será reposto.
CORINTHIANS.
A direção do
Corinthians não quis saber de protestos. Avisou que os funcionários terão
redução de salários de 70%. Além da redução de carga de trabalho.
Técnico do Corinthians, Tiago Nunes, teve que aceitar 70% a menos do seu salário. |
O técnico Tiago Nunes
e o restante da Comissão Técnica foram tratados como simples funcionários e
tiveram corte de 70% no seus vencimentos.
Os jogadores
corintianos, 25% a menos.
Só que Andrés Sanchez não teve limites.
Decidiu cortar a ajuda
de custo para os jovens jogadores, ainda amadores, e atletas de outros
esportes.
Muitas vezes é com esse dinheiro que os atletas pagam condução
para ir ao clube, reforçam a alimentação, ajudam seus pais, enquanto tentam
seguir a carreira no esporte.
PALMEIRAS.
O Palmeiras diminuiu o
salário dos jogadores e de Vanderlei Luxemburgo em 25%. Os funcionários também
terão salários diminuídos.
Já há no Parque São
Jorge quem faça rifa, ou até 'vaquinha',
uma coleta coletiva, para ajudar esses garotos.
SÃO PAULO
O São Paulo cortou 50%
dos salários em carteira e suspensão do direito de imagem. O dinheiro será
reposto em seis vezes, depois que o futebol voltar.
Os jogadores ficaram
revoltados, porque não houve discussão, o corte foi imposto pela diretoria, mas
fizeram um pacto de não reclamar publicamente.
SANTOS.
O Santos queria
reduzir em 50% o salários dos atletas. Depois de muita discussão, o acordo foi
de 30%.
GOIÁS.
O Goiás
impôs redução de 50% nos salários de seus atletas. Sem discussão.
CORITIBA.
Demitiu, suspendeu e
reduziu salários de funcionários. Jogadores passam a ganhar um quarto de
salários a menos.
De uma maneira geral,
todos os clubes da Série A resolveram levantar dinheiro cortando salários dos
atletas e treinadores, que são privilegiados.
Mas agora descobriram
novos alvos.
Mais humildes.
Sem voz.
E funcionários estão
perdendo emprego, ficando sem salários.
Ou ganhando 30%.
Garotos da base
perderam a 'ajuda de custo', muitas vezes salários disfarçados.
Situação cruel
E que mostra que os
clubes brasileiros, apesar de patrimônios de centenas de milhões ou até mesmo
bilionários, não têm reserva, dinheiro para emergência.
É uma relação injusta.
Desunidos, jogadores
aceitam tudo.
Os sindicatos, na
prática, não têm serventia.
Os atletas jamais
estiveram tão nas mãos dos patrões.
Daí a ameaça de
Marcelo Medeiros...
Por COSME RÍMOLI - Futebol Do R7