SEGUNDA FEIRA, 03 DE MARÇO DE 2014.
Goleiro Dida
O empate entre Alecrim
e América no clássico deste domingo (02/03) garantiu a liderança provisória do
campeonato potiguar ao alviverde, porém, um fato negativo marcou a partida. O goleiro alvirubro, Dida, alegou ter sido
vítima de um ato racista durante o jogo, realizado no Ninho do Periquito.
O arqueiro informou
que um torcedor alecrinense o chamou de
macaco após uma defesa. Ainda durante a partida, Dida foi até o árbitro
Suélson Diógenes e relatou o ocorrido. Os clubes agora esperam pela súmula, o
acontecimento pode gerar punições ao Alecrim.
"Eu ouvi muita
coisa durante esse jogo de hoje, mas estava tudo tranquilo até me chamarem de
'macaco'. Não consegui identificar quem foi, mas gostaria de dizer, a quem fez
isso, que tenho orgulho da minha cor. Tenho um carinho enorme pelo Alecrim e jamais
esperaria isso de um torcedor do Alecrim. Sei que é um fato isolado e o clube
não tem culpa. Se conseguirmos identificar esse 'torcedor', vou tomar as
providências porque se trama de um criminoso", declarou o goleiro.
Dida já foi jogador do
Alecrim, defendendo as cores do time na série D. Hoje, o goleiro é um dos
destaques do América na Copa do Nordeste. O atleta conversou com diretores do
alviverde, que pediram desculpas pelo ocorrido, em nome do clube e da torcida,
após a partida.
A diretoria do Alecrim divulgou nota sobre o assunto. Segue
na íntegra:
"O ALECRIM
FUTEBOL CLUBE se solidariza ao atleta DIDA, vítima de atos covardes de racismo
sofridos na partida de hoje, válida pela sexta rodada do Campeonato
Potiguar, enquanto exercia sua profissão
em campo.
A prática
discriminatória étnico-racial é crime, e o clube repudia de maneira veemente
todo e qualquer ato de discriminação, seja dentro ou fora das quatro linhas.
Episódios como o de hoje, ocorrido com o goleiro do América Futebol Clube, são
inaceitáveis. Não se deve haver mais espaço para este tipo de comportamento
criminoso do qual o atleta foi vítima.
Lembramos que o mesmo
DIDA já vestiu, e honrou a camisa do Alecrim de forma que a projeção o levou ao
atual clube.
O futebol foi criado
para unir crenças, raças e gerações. O maior ídolo do futebol brasileiro é
negro, e um dos homens mais influentes do mundo, também. A torcida do Alecrim
sempre se caracterizou não só pelo amor às cores que pintam o manto, como
também pelo exemplo de comportamento e paz. Fato como este JAMAIS aconteceu em
partidas do clube. Esperamos que o cidadão – ou cidadã – que cometeu tamanha
ignorância pense e repense sobre seus atos.
A DIRETORIA"
Fonte: Tribuna do Norte - Natal