Quarta feira, 23 de novembro de 2016.
Primeira partida
depois do acesso para Série A, o Avaí espera casa cheia no próximo sábado, mas
o clube não vai embolsar um centavo. A arrecadação irá para o volante Renanzinho, 19 anos (Foto), diagnosticado com
um tumor no cérebro.
O caso foi mantido em
sigilo até esta semana, quando foi anunciado que o atleta passou por duas
cirurgias e retirou 70% do tumor. A segunda operação causou sequelas e o
jogador está com a movimentação comprometida no lado direito do corpo. Ele
recebeu uma cadeira de rodas do clube para se locomover explica o médico do
time, Luis Fernando Funchal.
Renanzinho era um
promissor juvenil. Nascido Ariquemes (RO), chegou a Florianópolis há cinco anos
e fez sucesso nas categorias de base. A trajetória de sucesso projetada pela
diretoria do Avaí foi interrompida no começo do ano, quando problemas de visão
foram relatados.
O médico conta que
mesmo usando óculos o volante continuou a se sentir estranho. Funchal fez uma
ressonância magnética da cabeça e percebeu algo estranho. "Quando vi o
exame, havia uma massa crescendo na cabeça". Especialista em ortopedia,
ele preferiu não cravar o diagnóstico. Uma biopsia confirmou a má notícia.
A revelação foi um
baque para Renanzinho. O volante tem a típica história do jogador brasileiro.
Garoto pobre, mudou de estado para morar no alojamento do clube por ver na bola
uma forma de vencer na vida e ajudar a família. Funchal conta que o atleta
sentiu bastante por saber que estava com um câncer no cérebro. Abatido,
apresentou um quadro de depressão.
Os entendidos dizem
que o tumor fica no tronco cerebral invadindo o terceiro e quarto ventrículo.
Traduzindo, está perto da área que controla a respiração e os movimentos.
Funchal diz que a primeira cirurgia, ocorrida há três meses, foi menos radical
para tentar evitar sequelas.
Mas o procedimento não
resolveu e nova operação foi realizada mês passado. Retirar 70% do tumor
resultou em Renanzinho perder a força no braço e perna direita. Funchal declara
que no momento o tratamento é feito com radioterapia. Outras alternativas como
quimioterapia podem ser aplicadas dependendo da evolução da doença. "Se
não jogar mais, que pelo menos sobreviva. É um garoto com menos de 20
anos".
Renda para comprar uma
casa
Renanzinho chegou a
voltar aos treinamentos em agosto. Acima do peso, foi recebido com festa pelos
companheiros que não tiveram a companhia dele por muito tempo. A saúde não
colaborou. Hoje, ele vive com a família em Florianópolis numa casa alugada pelo
Avaí.
A diretoria do time
informa que a renda do jogo deste sábado será entregue aos familiares na
esperança que seja suficiente para compra de uma casa. O time vai descontar
apenas os valores das taxas.
O jogo tem caráter
especial para o time porque é a primeira partida depois do acesso na Série A,
conquistado no último final de semana. Funchal conta que a torcida está
comprando a ideia. Uma partida festiva e com este apelo tem previsão de casa
cheia.
Fonte: UOL Esporte.