Sexta feira, 18 de maio de 2018.
Clube tinha R$ 527 mil
em dívidas trabalhistas e teve sede campestre penhorada para pagamento. Área em
Macaíba foi arrematada por R$ 2,7 milhões em leilão.
Ruy Cabeção atuou pelo Alecrim em 2013 (Foto: Gabriel Peres) |
O Alecrim Futebol
Clube teve 19 terrenos da sua antiga sede campestre, em Macaíba, leiloados
nesta quarta-feira, 16/05, por conta de dívidas trabalhistas com ex-jogadores
do clube, que somavam o total de R$ 527 mil. Os terrenos, que juntos tinham 100
mil metros quadrados, haviam sido penhorados pela Justiça e foram vendidos por
um lance de R$ 2,7 milhões no leilão do Tribunal Regional de Trabalho (TRT).
Após o pagamento das dívidas, o valor restante será devolvido ao clube.
Entre as dívidas do
clube, a maior era com o ex-lateral-direito de Cruzeiro e Botafogo Ruy Cabeção:
R$ 192 mil. Além dele, o volante Elton, ex-Grêmio, receberá R$ 180 mil,
enquanto o atacante Felipe Moreira, R$ 97 mil. Os três passaram pelo clube em
2013, na gestão do inglês Anthony Armstrong, que
teve sua empresa, patrocinadora do Alecrim, como alvo da Polícia Federal na
Operação Godfather para apurar crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal,
crimes tributários e formação de quadrilha.
Além deles, outros
sete jogadores também têm valores a receber: Ney Carioca, Junior Bahia,
Carioca, Nego, Renato Terto, Jorge Ney e Rafinha. Os processos foram originados
por atrasos de salário e quebras de contrato.
Imagem do Alecrim na antiga sede campestre, em Macaíba (Foto: Reprodução)
O atual presidente do
Alecrim, Ubirajara Holanda, que assumiu o comando do Alviverde em dezembro do
ano passado, explica que o valor atual da dívida vai aumentar. Isso porque,
segundo ele, a última atualização do processo foi em 2016.
- Eu ainda não tenho o
valor real atualizado. Quando isso acontecer, eu acredito que essa dívida, hoje
em R$ 527 mil, deve chegar na casa do R$ 1 milhão ou R$ 1,2 milhão - destacou.
O Alecrim perdeu os
processos a revelia, ou seja, por falta de contestação, de defesa do próprio
clube nos julgamentos. Assim, teve seus terrenos penhorados para pagamento das
dívidas.
Ubirajara Holanda lamentou negociação da sede campestre.
(Foto: Reprodução/InterTV Cabugi)
- Recebi uma
administração que nem prestou contas. Se eu fosse lhe explicar, eu diria que é
como se o Alecrim começasse hoje - disse.
O dirigente lamentou
principalmente o fim da sede campestre do clube, local que foi c do Alviverde
durante algumas temporadas.
- Lamento muito porque era algo remanescente do antigo CT do
Alecrim. Aquilo era ainda um resquício, que ontem (quarta-feira) foi enterrado
com a última pá de cal - lamentou Bira.
Segundo Holanda, a
projeção é de que o valor recebido seja suficiente para o pagamento dessas
dívidas e de outros processos que ainda estão em andamento. Depois disso, o
clube busca investir prioritariamente o valor que permanecer em caixa no
futebol. Em 2017, o clube acabou rebaixado para a segunda divisão do Campeonato
Potiguar e tenta se organizar para disputar o torneio no segundo semestre deste
ano.
- A prioridade número
um é investir no futebol, mas não sei ainda o quanto vai sobrar. E se ainda
tiver algo, tentar comprar ao menos um terreno para o futuro do clube - ressaltou.
Por GE/Natal.