Quarta feira, 29 de abril de 2015.
Pôster do Ceará campeão invicto da
Copa do Nordeste 2015.
Foto: Twitter oficial
do Ceará SC / Reprodução
Pode chamar de
‘Lampions League', mas a atmosfera ensurdecedora foi de Libertadores. Com
direito a atraso em campo de mais de dez minutos, confusão envolvendo Polícia
Militar e estilhaços de bombas entre torcedores, o Ceará voltou a bater o
Bahia, venceu por 2 a 1 e, enfim, faturou o título da Copa do Nordeste nesta
quarta-feira, 29 de abril, na Arena Castelão, em Fortaleza.
A equipe bateu na trave nos últimos dois anos.
Em 2013, parou nas
semifinais contra o ASA-AL enquanto que, na última temporada, ficou com o
vice-campeonato diante do Sport.
É a maior conquista da história do clube - antes disso, ele carregava o
Torneio Norte-Nordeste de 1969, ainda remanescente da CBD, como o seu maior
título de expressão.
Mesmo com o
crescimento fora de campo, foram anos de penúria, sofrimento e de frustrações
diante de sua torcida que foram finalmente colocadas de lado nesta noite,
primeiramente aos 15 minutos, em cruzamento pela direita de Ricardinho que
Charles cabeceou para o fundo da rede e abriu o placar.
Na volta do intervalo,
Gilvan fechou a conta aos seis minutos também por cima, em nova assistência de
Ricardinho. Maxi Biancucchi descontou no fim.
Não parecia que iria ser tão fácil assim.
Atrapalhado pela PM em
seu percurso até o estádio, o Bahia chegou atrasado ao Castelão e entrou em
campo 12 minutos depois do horário previsto.
Em desvantagem após
perder o confronto de ida por 1 a 0, na Fonte Nova, o time não se deixou abalar
pelas vaias e partiu para o ataque desde o início.
Foram pelo menos duas
excelentes oportunidades, em cobrança de falta de Rômulo e lance individual de
Kieza que passou do lado da trave. Enquanto o Bahia assustava, o Ceará,
praticamente sem reação, restringia as suas ações às escapadas de Wescley,
substituto de Marinho pelo meio.
Em uma delas, o
zagueiro Charles aproveitou falha da defesa do Bahia, subiu bem e apenas
completou de cabeça para marcar aos 15 minutos do primeiro tempo.
O time tricolor sentiu
o gol. Mais do que isso, sentiu a falta de uma referência na frente - sem o
centroavante Léo Gamalho, que não viajou por conta de lesão, não teve em Kieza
um homem de área. O técnico Sérgio Soares reclamou por diversas vezes das
saídas do atacante da área.
Não adiantou. Ele até
marcou aos 27 minutos, após passe de Maxi, mas foi flagrado em impedimento.
Sérgio Soares, que
havia aberto mão de seu trio ofensivo com a entrada de Rômulo entre os
titulares, resolveu tirar o meio-campo no intervalo e voltar com o ‘amuleto' Zé
Roberto na frente. Não deu nem tempo de esquentar: Ricardinho acertou a trave
aos quatro e praticamente em seguida, aos seis, bateu cobrança de falta para
Gilvan esfriar qualquer chance de reação baiana.
Não ia na técnica,
então, os visitantes tentavam na raça, abusando dos cruzamentos. Em um deles,
Magno Alves quase marca contra. Quase.
Mesmo diminuindo com
Maxi no final, o Bahia foi o ‘time do quase' no Castelão, por isso, após uma
série invicta de 16 partidas, chegou na reta decisiva do primeiro semestre à
sua terceira derrota consecutiva - no fim de semana, perdeu a ida do estadual
para o Vitória da Conquista por 3 a 0, fora de casa.
Foram 63.904 mil pessoas no estádio, o maior público de sua história e também
pós-Copa no Brasil. A renda
ficou em R$ 1.807 milhões.
Com o título, o Ceará
assegura a premiação de R$ 2,74 milhões
destinada ao campeão e ainda garante vaga na Copa Sul-Americana. A festa
será ‘pequena' em Porangabuçu.
Ficha técnica da
partida:
Jogo: CEARÁ 2 x 1 BAHIA
Local: Arena Castelão, em Fortaleza-CE
Data: 29 de abril de 2015, quarta-feira.
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Italo Medeiros de Azevedo-RN
Assistentes: Lorival Cândido das Flores-RN e Luís Carlos Câmara
Bezerra-RN
Público: 63.903 pagantes
Renda: R$ 1.807.162,00
Cartões amarelos: Uillian Correia e Wescley (Ceará); Wilson Pittoni e Tiago
Real (Bahia)
GOLS: Charles, aos 15 minutos do primeiro tempo, e Gilvan, aos seis minutos do
segundo tempo para o Ceará; Maxi Biancucchi, aos 43 minutos do segundo tempo
(Bahia).
Equipes:
CEARÁ: Luís Carlos; Samuel Xavier, Charles, Gilvan (Sandro) e Fernandinho;
Sandro Manoel, Uillian Correia, Ricardinho e Wescley (Marcos Aurélio);
Assisinho (Tiago Cametá) e Magno Alves
Técnico: Silas
BAHIA: Jean; Tony (Tchô), Robson, Titi e Bruno Paulista; Wilson Pittoni
(Willians Santana), Souza, Tiago Real e Rômulo (Zé Roberto); Maxi Biancucchi e
Kieza
Técnico: Sérgio Soares.
Com 1º passo em 2014, relembre caminhada do
Ceará até taça!
A espera terminou.
Após bater na trave, na última temporada, ano de seu centenário, o Ceará conseguiu sua primeira taça da Copa do Nordeste e colocou fim à
expectativa do torcedor alvinegro que pôde explodir nas arquibancadas da
abarrotada Arena Castelão, em Fortaleza.
A vitória por 2 a 1 sobre o
Bahia foi a última da campanha invicta dos cearenses na competição. No
entanto, a impressão é que essa Copa do Nordeste começou para o Ceará no dia 9
de abril de 2014.
Há pouco mais de um
ano, os alvinegros viviam o sonho de conquistar pela primeira vez em sua
história o torneio regional. Na ocasião, o rival era o Sport Recife e o jogo de volta também em Fortaleza. O empate,
1 a 1, na Arena Castelão foi insuficiente para levantar o caneco, já que o
Ceará tinha sido derrotado fora de casa. A expectativa por levantar a taça no
ano do centenário se tornou frustração, mas também uma lição.
O goleiro Luís Carlos,
presente naquela decisão, lembrou o quanto foi difícil superar o
vice-campeonato. "Só quem está aqui como remanescente sabe o que sofremos
perdendo o título em casa no ano passado. Agora sabíamos que teria de fazer
diferente e nós conseguimos, fomos coroados", comentou.
Nesta temporada não
teve para ninguém. O Ceará foi impecável e conquistou o título de forma
invicta, após 12 jogos, sendo sete vitórias e cinco empates. O time alvinegro
balançou as redes 16 vezes e sofreu apenas oito gols.
Relembre a caminhada para o título:
Veterano, Magno Alves vibra com
vitória sobre o Fortaleza na primeira fase.
Foto: Christian
Alekson/CearaSC.com/Divulgação / Divulgação
- Primeira fase:
Logo de cara, o Ceará
teve o arquirrival Fortaleza como concorrente no Grupo D. O time alvinegro
enfrentou também o Ríver do Piauí e o Botafogo da Paraíba. O Ceará levou a
melhor no duelo com o tricolor ao empatar um jogo e vencer o outro. Com 12
pontos avançou em primeiro lugar da chave.
- Segunda fase:
Entre os oito melhores
clubes da competição, o Ceará teve pela frente o Salgueiro-PE, após sorteio
realizado. Apesar da boa campanha do time pernambucano no Estadual, o Ceará não
tomou conhecimento e venceu as duas partidas no mata-mata. Fernandinho e
Ricardinho anotaram os gols no Estádio Cornélio de Barros, enquanto Magno Alves
e William marcaram em casa.
Alvinegro cearense passou pelo
Salgueiro-PE na segunda fase.
Foto: Christian
Alekson/CearaSC.com/Divulgação / Divulgação
- Semifinal
Após superar o
Salgueiro-PE, o Ceará estava a quatro jogos do tão sonhado título. Teria pela
frente o Vitória-BA. O rubro-negro baiano passava por um período de
instabilidade com queda precoce no Campeonato
Baiano e renúncia de presidente. O alvinegro ganhou favoritismo, mas após o
empate sem gols na Arena Castelão, no jogo de ida, trouxe o filme de 2014 para
as retinas dos alvinegros. O empate no Barradão, 2 a 2, em Salvador, deu a
classificação ao Ceará. O título se aproximava.
Outro gigante da região, o Vitória
não resistiu ao Ceará na semifinal
Foto: Christian
Alekson/CearaSC.com/Divulgação / Divulgação
- Final
Do outro lado da chave
estava o Bahia, que eliminou o até então campeão Sport Recife na outra
semifinal. O fantasma pernambucano que impediu a conquista no ano do centenário
estava fora do caminho. Mas o tricolor baiano buscava o tricampeonato da Copa
do Nordeste e seria páreo duro. No entanto, a vitória na Fonte Nova com mais de
40 mil pessoas deu ao Ceará um boa vantagem para decidir em casa. Desta vez, os
milhares de alvinegros que foram ao Castelão puderam soltar o grito de campeão
que estava preso no peito. Nova vitória alvinegra e o primeiro título da
Lampions League.