Quinta feira, 18 de junho de 2015.
Sem estrutura, Juvenal
Lamartine está proibido de receber público por falta de laudos. FNF usa local
como "alternativo" para times amadores, mas dará segurança a times.
Os vestiários são os
únicos espaços que ainda podem ser utilizados, segundo afirma o diretor técnico
da FNF, José Marques da Costa Neto. O dirigente explica que a escolha do velho
estádio foi por conta da ausência de outras praças esportivas para quatro
clubes participantes do torneio - América,
Atlético Potengi, Atlético Potiguar e Visão Celeste.
- O América de Natal
escolheu o estádio. Eles (clubes) indicam os estádios que vão jogar e nós
avaliamos a situação. O estádio não tem capacidade de receber público e os
filiados têm ciência disso. Desde o ano passado, o local está interditado pelos
Bombeiros e não pode receber público, mas serve como uma alternativa para o
futebol amador. Os vestiários estão em boas condições e podem ser usados, mas
geralmente os jogadores já chegam ao estádio, prontos para o jogo - declarou o
dirigente.
Reconhecido como patrimônio histórico, cultural, esportivo e
arquitetônico do Rio Grande do Norte, título reconhecido pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do estado, o Estádio Juvenal
Lamartine, localizado na zona Leste de Natal, há anos agoniza por uma
reforma na sua estrutura. O local, que já recebeu a ilustre presença do craque
Mané Garrincha, não possui condição para eventos profissionais. Atualmente, o
local serve apenas para treinamentos de equipes infantis e juvenis, ou
atividades ligadas à Federação Norte-rio-grandense de Futebol. Contudo, neste
sábado, o JL recebe o clássico entre
América e ABC, às 15h30, pela abertura do Campeonato Potiguar Sub-19. Interditado
pelo Corpo de Bombeiros, o estádio não terá a presença de espectadores e apenas
jogadores e comissões técnicas estarão em campo.
Estádio Juvenal
Lamartine, em Natal, é utilizado apenas por
Equipes amadoras
(Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Mesmo que não haja
público, são obrigatórios alguns pontos, como a presença de uma ambulância, na
qual a FNF detém um veículo; de um médico, de responsabilidade do clube
mandante; e de uma guarnição da Polícia Militar, solicitada por meio de ofício
para o Comando Geral.
- Vai ter segurança
para os jogadores, com ambulância e PM. Já enviamos um ofício para a PM e
teremos uma ambulância. O clube mandante tem que ter médico. O acordo que foi
feito é que o profissional é do clube mandante - ressaltou.
MP NÃO FOI NOTIFICADO
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Arquibancadas do JL
não podem receber torcedores
(Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
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O promotor de justiça
Luiz Eduardo Marinho, que integra a Comissão de Implementação do Estatuto do
Torcedor no Rio Grande do Norte, relatou que o Ministério Público não foi
notificado quanto a uma possível proibição da partida. O promotor avalia que
aconteça uma verificação nos laudos técnicos de todos os estádios de futebol do
estado, sejam eles utilizados para jogos de categorias profissionais e
amadores.
De acordo com o
Estatuto do Torcedor, para competições que disponham da presença de público e
ocorram venda de ingressos, são obrigatórios laudos técnicos que atestem a
segurança das praças esportivas. No entanto, para competições de caráter
amador, são exigidas apenas as questões de segurança para os envolvidos nos
confrontos, no caso, jogadores e comissões técnicas. Itens como ambulâncias e médicos
plantonistas, além da presença de policiais militares, são importantes para a
realização do evento.
- Temos que verificar
as questões de seguranças aos jogadores, como a presença de uma ambulância e
paramédicos com os equipamentos necessários para o atendimento. Aquelas
alegações que estão no Estatuto do Torcedor, como a verificação da
infraestrutura das arquibancadas, a quantidade de lugares para os espectadores,
e as condições sanitárias, que possam impedir a realização de um jogo oficial,
são descartadas para eventos amadores. Nesse tipo de situação, o que tem que
ser resguardada é apenas a segurança dos jogadores - analisou.
Recentemente, o
jogador argentino Emanuel Ortega bateu a cabeça em muro próximo ao campo e
sofreu um traumatismo craniano, vindo a falecer 11 dias depois, em Buenos
Aires. O temor é que casos como este não se repitam no Rio Grande do Norte por
falta de uma maior fiscalização.
Por Jocaff Souza – Globoesporte.com/RN