Domingo, 15 de novembro de 2015.
Zinho tenta reaver na
Justiça os valores referentes a três imóveis vendidos para custear o tratamento
de uma doença inexistente em sua filha.
Com passagens pela
Portuguesa, Sport e São Caetano, nos anos 90, o ex-meia-direita Zinho, 50 anos,
(não confundir com o tetracampeão mundial Zinho, ex-Flamengo e Palmeiras) tenta
reaver na Justiça os valores referentes a três imóveis vendidos para custear o
tratamento de uma doença inexistente em sua filha. Zinho acusa sua ex-mulher,
Fátima Cristine Ventura, de enganá-lo com a falsa notícia de que era preciso se
desfazer de bens para salvar a filha do casal de uma leucemia. E diz estar
pobre por ter gastado esse dinheiro.
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Zinho quando era jogador da
Portuguesa/SP - Reprodução
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Zinho já moveu um processo
de Vara da Família contra a ex-mulher (já houve sentença). Na Justiça, ele
apresentou depósitos que seriam das vendas dos apartamentos feitos na conta de
Fátima Cristine Ventura. Mas esse primeiro processo, por se tratar da Vara da
Família, considera apenas imóveis que ainda estão no nome da empresa de posse
do jogador e de sua ex-mulher, e não o que já foi desfeito por eles. Agora,
Zinho processará sua ex-mulher também na esfera cível na tentativa de reaver o
dinheiro que diz ter perdido. No primeiro que moveu, foi decidido pela partilha
do único imóvel que ambos têm em conjunto, no nome de uma empresa dos dois
(mais detalhes abaixo).
"Ela [Fátima] me
ligava até de madrugada ameaçando e dizendo que nossa filha iria morrer. Fiquei
desesperado. Vendi três imóveis e dei tudo que tinha para bancar um tratamento
que nunca existiu. Eu perdi tudo".
Segundo o ex-atleta, a
filha, atualmente com 17 anos, também dizia estar com leucemia. Ao UOL Esporte,
Zinho conta que desconfiou da história quando não recebeu o laudo médico.
"Eu pedia o laudo, mas não me mandavam. Tive a certeza de que era mentira
quando eu vi na internet que ela [Fátima] tinha viajado para a Argentina. Ela
visitou o estádio do Boca Juniors, comeu em restaurantes bons de lá. Não era
cara de uma pessoa que se dizia pobre e desesperada com uma filha doente".
No processo registrado
na Justiça paulista, Zinho anexou imagens em que a ex-mulher teria postado no
Facebook. Em uma delas, Fátima teria compartilhado a seguinte mensagem:
"Confie em seu marido, adore seu marido e passe o máximo que puder para o
seu próprio nome".
Procurada pela
reportagem, a advogada de Fátima, Ana Miliane Gomes, não quis se pronunciar e
informou que sua cliente estaria impossibilitada de conceder entrevista em
virtude de um problema familiar. A reportagem mandou mensagem para Fátima na
terça-feira, por e-mail, mas não obteve retorno.
No processo registrado
na Justiça de São Paulo, a defesa de Fátima Cristine Ventura diz que Zinho
criou a história da leucemia e afirma que ex-mulher nunca citou que a filha
tinha essa doença. "A filha do requerente [Zinho] jamais esteve doente,
muito menos com leucemia, tratando-se de mais uma mentira do requerente, no
intuito, de ludibriar a Vossa Excelência com alegações fúteis e sem o menor vislumbre
de juricidade", rebateu.
Ex-atleta diz que
tinha 1% de sua empresa
Zinho acionou a
Justiça de Vara da Família para contestar a partilha dos bens. Ele e a então
esposa abriram em 2000 a empresa Ventura & Silva. A divisão era de 99% para
mulher e 1% para o então jogador.
A empresa foi
constituída para que o então atleta recebesse parte do salário no clube. Zinho
alega que aceitou abrir empresa nessa condição (99% para a mulher e só 1%) por
ser uma pessoa com baixa formação acadêmica.
"Por ser
psicóloga, [Fátima] detinha um poder de manipulação, controle e total domínio
sobre o seu Companheiro [Zinho], seus bens e vencimentos, pois o requerente se
sentia inferior por ter baixo nível de escolaridade. O Zinho confiava muito
nela", apresentou a defesa de Zinho.
O ex-jogador também
sustenta que os imóveis vendidos para bancar o suposto tratamento médico da
filha foram adquiridos antes da união estável com a ex-mulher.
No processo, a defesa
de Fátima informa que a empresa Ventura & Silva foi criada em comum acordo.
O processo de partilha
dos bens de Zinho e sua ex-mulher teve sentença definitiva (não cabe mais
recurso). Ficou decidido que a empresa tem de ser partilhada em 50% para cada
um e também determinou que o único imóvel em nome de ambos (onde Fátima reside)
seja partilhado em iguais partes. A defesa de Fátima entrou com recurso para
desarquivamento do processo. Após a sentença, o processo entrará em execução.
Zinho tem pedido de
prisão por não pagar pensão
À Justiça, a ex-mulher
informou que, durante o casamento, Zinho teve um filho de um caso
extraconjugal. No trâmite, ela afirma que ex-jogador parou de ajudar
financeiramente a família (Fátima e a filha) e não paga pensão há mais de um
ano, fixada em dois salários mínimos. Ao Tribunal, a filha registrou atestado
de pobreza. Zinho alega que também vive na miséria.
"Eu perdi tudo.
Tudo o que eu tinha está nas mãos dela [ex-mulher]. Não tenho como pagar
pensão", diz o ex-jogador. Zinho e Fátima se conheceram em 1995. Na época,
Zinho era casado e tinha dois filhos. A relação extraconjugal foi mantida. Ele
e Fátima tiveram união estável de 1999 a 2009. Atualmente, Zinho presta serviço
não remunerado na prefeitura de Tangará/RN e pretende retomar a carreira de
técnico. Ele vive com outra mulher, com que teve um filho.
Fonte: Bruno Thadeu e Vanderlei Lima Do UOL, em São Paulo.