Sexta feira, 25 de dezembro de 2015.
Fim de ano é o período
em que os jogadores têm para descansar e reencontrar a família. No caso de
Rodriguinho, a parada é mais do que merecida. Depois de ter feito parte do
elenco do Corinthians que conquistou o hexacampeonato brasileiro, ele voltou a
Natal e, em bate-papo com o GloboEsporte.com, fez um balanço da temporada 2015.
Rodriguinho |
Campeão brasileiro
Rodriguinho voltou ao
Corinthians em junho deste ano, após um período de empréstimo ao Al Sharjah,
dos Emirados Árabes Unidos. Os dez meses em que esteve fora do Brasil deixaram
o jogador mais experiente, por conta das dificuldades que enfrentou. Mesmo
reserva, Rodriguinho aproveitou as chances dadas por Tite e fez gols
importantes para o time paulista. Se os titulares Jadson e Renato Augusto eram
intocáveis no grupo, o jovem meia buscou seu espaço e ganhou a confiança da
comissão técnica, como fez quando marcou o gol de empate do Corinthians com a Ponte
Preta, pela 29ª rodada do Brasileirão. A partida acabou empatada em 2 a 2. No
Corinthians, o grupo é muito unido e o Tite soube trabalhar essa parte com os
jogadores, fechar o elenco e ver que todo mundo é importante para o clube e que
seria importante em algum momento. Foi o que aconteceu, em cada jogo tínhamos
um destaque e isso colaborou para que tivéssemos uma convivência muito boa. Eu
estive no grupo e fui campeão brasileiro, mas o que todo jogador quer é ser
titular. Temos que lembrar que eu estou jogando em um time que não é fácil de
jogar. Na posição que eu jogo, só tem jogador de seleção brasileira. Tem o
Jadson, que foi o artilheiro da equipe, e o Renato Augusto, que foi eleito o
melhor jogador do Brasileirão. Então, não é fácil jogar lá, mas esse final de
ano foi muito positivo pelo fato de ter demonstrado que eu tenho condições de
estar no elenco, de poder brigar por uma posição. Agora é esperar a
oportunidade de ter uma regularidade maior e, quem sabe, conseguir uma
titularidade, que é o que todo jogador almeja - planeja Rodriguinho.
Rodriguinho está confirmado no elenco que vai embarcar para os Estados Unidos
no dia 6 de janeiro. O Corinthians foi convidado para participar da Florida
Cup, torneio internacional que reúne além da equipe paulista, outros três
clubes brasileiros - Atlético-MG, Fluminense e Internacional. As outras equipes
convidadas são Bayer Leverkusen e Schalke 04, ambos da Alemanha, Shakhtar
Donetsk, da Ucrânia, Independiente Santa Fé, da Colômbia, e Fort Lauderdale
Strikers, dos EUA. Na volta ao Brasil, o Corinthians terá duas importantes
competições no primeiro semestre, que são o Campeonato Paulista e a Taça
Libertadores da América. Cabeça de chave do grupo 8 da competição
sul-americana, o Timão encara o Cerro Porteño, do Paraguai, o Cobresal, do
Chile e o vencedor do confronto entre Oriente Petroleiro, da Bolívia e Santa
Fé, da Colômbia. Para Rodriguinho, o Timão entra como favorito na disputa
sul-americana, embora a equipe possa sofrer algumas baixas até o início do próximo
ano. Pelo que aconteceu no Brasileirão, o Corinthians é favorito no Paulistão e
na Libertadores. Mas temos que esperar como vão ficar as situações de alguns
jogadores, que vão sair e que vão chegar. Nós temos um elenco muito bom, e
tenho certeza que vai ficar ainda mais reforçado, pelo treinador que a gente
tem - conta.
Sonho com a Amarelinha
Se os planos para 2016
envolvem competições internacionais, por que não sonhar ainda mais alto e
vislumbrar uma vaga na seleção brasileira? Como espelho, estão o goleiro
Cássio, o zagueiro Gil, o volante Elias e os meias Jadson e Renato Augusto,
todos com passagem pelo time de Dunga. É com esse objetivo que Rodriguinho quer
mostrar que pode ser titular pelo Corinthians para, depois, pensar numa
convocação.
O sonho de todos é
chegar à seleção brasileira. É um sonho já conquistado por algumas pessoas, sei
que para mim ainda está distante, mesmo estando em um grande clube. Preciso
jogar mais, me firmar em uma, duas ou três temporadas para que possa ter uma
chance. Mas, não custa nada sonhar e seguir trabalhando que eu posso chegar lá
- almeja.
Crise no futebol
potiguar
Rodriguinho é cria do
ABC, clube que foi rebaixado para a Série C do Campeonato Brasileiro esse ano.
Se o jogador passa por um bom momento na carreira, não se pode dizer o mesmo do
futebol potiguar. Além do Alvinegro, o América-RN também está na terceira
divisão nacional. Às vésperas de começar o Campeonato Potiguar, dois clubes -
Corintians-RN e Santa Cruz-RN - anunciaram a desistência do torneio por falta de
dinheiro. A crise econômica vivida pelo país e a ausência de investimentos
privados no futebol prejudicam o planejamento dos clubes. O jogador espera que
a situação seja contornada e os clubes possam a voltar a campo.
Cria
do ABC, Rodriguinho lamenta má fase do Alvinegro
e
do futebol potiguar (Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com)
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É um momento muito
difícil para todo o futebol, na verdade para todo o país. A gente sabe da
crise, como o país está. Eu fico triste por esse momento, de ver os times
saindo do campeonato estadual por dificuldades financeiras. ABC e América-RN,
eu como sou do Rio Grande do Norte, torço para que pelo menos na Série B eles
estejam, porque eles têm condições para isso. Infelizmente, o ABC caiu para a
Série C e o América-RN não conseguiu subir. Vou ficar torcendo para que, pelo
menos, consigam o acesso de volta, porque eu acho que são clubes que merecem
estar lá pelas estruturas que possuem e até para o futebol potiguar crescer -
analisa.
Saudade da família
Rodriguinho está fora
de Natal há quase sete anos. Já morou em Bragança Paulista, quando atuou pelo
Bragantino; em Belo Horizonte, quando esteve no América-MG; em Porto Alegre,
quando jogou pelo Grêmio; teve uma experiência internacional em Abu Dhabi,
quando foi jogar no Al Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos; e, agora, está em
São Paulo. A rotina longe de casa e a saudade da família são superadas pelas
constantes ligações e pelas redes sociais. Quando tem uma folga, viaja a Natal
para ficar perto da família e dos amigos, como fez no mês de outubro.
Rodriguinho
mata a saudade com os irmãos Alexandre
e
Ícaro e a mãe Salete (Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com)
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Só em estar perto da
família e dos amigos que cresceram comigo já dá um alívio muito grande. Poder
ir à Praia do Meio, Ponta Negra, que eu gosto muito. Por sinal, eu adoro praia,
mas em São Paulo, infelizmente, não tem. Quando a gente volta para casa, dá
para matar um pouquinho da saudade. Ver todo mundo junto e feliz... São coisas
que me deixam mais feliz ainda. Não só por estar em evidência agora, mas por
ter conseguido com muito esforço esse sucesso e que eu posso, nesse momento,
compartilhar com eles - declarou. Um dos locais por onde passou foi na quadra
da AABB, em Natal. Rodriguinho, que foi jogador de futsal na infância e
adolescência, foi convidado para bater uma bola e acabou fazendo a festa da
garotada. Rever lugares onde cresci, conversar com pessoas que realmente gostam
de mim, tanto na fase boa quanto na ruim estão ao meu lado, é muito bom -
festejou.
Por Jocaff Souza – GE/Natal
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