Quinta feira, 07 de janeiro de 2021.
Comportamento do
Fluminense mostra como é possível a um time grande comportar-se de acordo com
sua tradição
Aperto o botão do
elevador às 8h da manhã e, a caminho da padaria, percebo a parada súbita três
andares abaixo do meu. Cinco acima do destino final, o térreo. Um senhor com
máscara branca e escudo do Fluminense pergunta se pode entrar. Apesar da
pandemia, permito. Também estou de máscara, só que preta, neutra para dia de
Fla-Flu.
Nos cinco andares de
distância, observo que o Fluminense só venceu um dos últimos dez Fla-Flus, ao
que ele responde: "Acho que hoje não vai ser fácil." Não seria.
Pouca gente imaginava
a vitória tricolor contra o time dirigido pelo badalado Rogério Ceni, com o
retorno de Gabigol, junto com De Arrascaeta, Éverton Ribeiro e Bruno Henrique.
O primeiro tempo foi
mais rubro-negro, o segundo tricolor. Enquanto o Bragantino atropelava o São
Paulo, em Bragança Paulista, e lembrava a todos que o campeonato só acaba
quando termina.
Chacrinha que nos desculpe.
Só que o Flamengo foi
vítima de um velho ensinamento do futebol: clássico é clássico. Corria o ano de
1995 quando Placar publicou pela primeira vez esta frase com o complemento...
"e vice-versa" atribuído ao centroavante Jardel. Hoje, todos têm medo
de atribuir a Jardel, mas sempre vale a pergunta ao centroavante, para saber se
foi ele o autor de frase tão estúpida quanto verdadeira.
Tradição ganha jogo,
camisa entorta varal e a do Fluminense é uma delas. Não apenas. O Bragantino
tem outro tipo de tradição, a de atormentar gigantes em sua casa. Mesmo que
jamais tivesse vencido o São Paulo pelo Brasileirão, já fez final contra o
Tricolor. Incomoda.
Se clássico é clássico
em ano comum, imagina numa temporada de pandemia. O Flamengo não se acerta, o
São Paulo corre o risco de entrar em parafuso depois da eliminação da Copa do
Brasil, o Atlético vive em começo de mandato, com demissões políticas, e muita
coisa pode acontecer.
A reta de chegada do
Brasileirão grita que a tradição tem de ser respeitada. Isto pode produzir o
campeonato mais equilibrado e disputado até a última rodada, como não acontece
há exatos nove anos. Por PVC / ge Rio de
Janeiro, RJ.
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