Domingo, 24 de maio de 2020.
O Brasil não é o País
do futebol. Ao menos em termos profissionais não é mesmo. Esse fato está
comprovado por um estudo da empresa especializada em análise do futebol no
País, a Pluri Consultoria. O documento foi divulgado nesta quarta-feira (20) e
aponta que os 650 clubes que atualmente disputam competições profissionais no
Brasil (todas as divisões de estaduais e nacionais) estão distribuídos por
apenas 422 dos 5.570 municípios brasileiros. O que significa que cerca de 100
milhões de pessoas (cerca de metade da população do país) vivem em cidades sem
nenhum futebol, além daquele que é praticado de forma recreativa. Não bastasse
a pouca penetração geográfica, na média, a atividade desses clubes ocupa apenas
35% do calendário útil do futebol, equivalente a cerca de três meses do ano. O
relatório afirma que “esse Raio X do futebol brasileiro permite apontar as
tantas oportunidades perdidas de criação de uma verdadeira indústria do futebol
nacional, que seja geradora de renda, emprego e impostos, com verdadeira
abrangência territorial, e que fortaleça a revelação de mais e mais talentos”.
O estudo aponta várias
nuances que são dignas de serem listadas:
1 – Os clubes brasileiros passaram
65% de seu período de atividade sem disputar uma única partida;
2 – Apenas 128 clubes (19,7% do total)
têm calendário anual, por disputarem uma das 4 divisões do Campeonato
Brasileiro. As outras 522 equipes profissionais tiveram apenas as competições
estaduais e, em raros casos, a Copa do Brasil para disputar;
3 – São Paulo é a unidade de federação
que possui mais clubes profissionais no Brasil (89), seguida por Rio de
Janeiro, com 66, e Rio Grande do Sul, com 41;
4 – Amapá, com 5 clubes, e Roraima, com
6, são as unidades de federação que contaram com menos clubes disputando, ao
menos, alguma competição profissional em 2019.
5 – O RN é o 19º do Brasil com clubes
profissionais em atividade – 13 (2019).
6 – O nosso estado ocupa apenas 34% do
calendário anual do futebol. Somos a 12ª unidade da federação em relação a este
quesito. São Paulo lidera e é o único estado com taxa superior a 50%. Em
relação ao Nordeste somos o quinto colocado. À frente dos potiguares estão o
Maranhão (41,8%), a Bahia (37,2%), o Caeará (37,1%) e Pernambuco (34,2%).
7 – As U.Fs com maior percentual de
municípios com clubes profissionais em atuação são o Distrito Federal (100%),
Rio de Janeiro (33,7%) e Sergipe (28%). São Paulo tem clubes profissionais em
apenas 1 de cada 10 de seus municípios. A Bahia é o estado com menor
distribuição do Futebol em seu território, com apenas 2,6% de seus municípios
tendo clubes profissionais de futebol. Na sequência aparecem Minas Gerais com
3,4% e Piauí com 3,6%.
8 – 106 cidades brasileiras com
mais de 100 mil habitantes não contaram com nenhuma equipe disputando
competições profissionais em 2019. São Paulo concentra 40 delas, seguido por
Minas Gerais com 13 e Bahia, com 10.
9 – Em 2019 o Brasil tinha 3,09
clubes profissionais para cada milhão de habitantes. O maior índice por unidade
de federação foi de Sergipe, com 11,75, seguido por Acre com 11,34 e Roraima
com 9,90.
10 – A Bahia apresentou o pior índice,
com 1,08 clube para cada milhão de habitantes, seguido por Minas Gerais com
1,89 e São Paulo, com 1,94.
11 – A relação bilhão de reais de PIB
pelo número de clubes de futebol profissional foi de 10,13 no Brasil. Enquanto
em São Paulo esse indicador foi de 23,82, no Acre a taxa foi de 1,43 em 2019.
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