Sábado, 21 de março de 2020.
O presidente do Comitê
Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, explicou as razões pelas quais a
entidade mantém a postura de, por enquanto, não mexer com a programação da
Olimpíada de Tóquio, marcada para julho. Segundo o dirigente, um cancelamento
está fora de cogitação e até mesmo adiar em alguns meses ou para 2021 não
entrou na pauta.
Thomas Back ainda não projeta adiamentos dos Jogos Olímpicos. Foto: FABRICE COFFIRINI/AFP |
"É claro que
estamos considerando muitos cenários diferentes, mas somos diferentes de outras
organizações esportivas e ligas profissionais porque a Olimpíada está a quatro
meses e meio de distância. Essas organizações estão sendo ainda mais otimistas
do que nós, porque adiaram seus eventos até abril ou o final de maio. Já nós estamos
falando do final de julho", comentou, em entrevista ao jornal The New York
Times.
Ele explica que a
pandemia de coronavírus, que tem afetado muitos países, deixado pessoas em
isolamento e impossibilitado atletas de treinar, coloca uma incerteza no movimento
olímpico, mas garante que por enquanto a
data de 24 de julho para a cerimônia de abertura da Olimpíada no Japão está
mantida.
"Ninguém consegue
dizer hoje quais serão os desdobramentos amanhã, quais serão os desdobramentos
em um mês, quanto mais dentro de mais de quatro meses. Portanto, não seria
responsável, de maneira alguma, estabelecer agora uma data para tomar uma
decisão, já que isso se basearia em especulação sobre futuros
desdobramentos", disse.
Bach montou um grupo
de trabalho para lidar com a situação, que conta inclusive com representantes
da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Eles nos dizem que é cedo demais
para tomar uma decisão e, ao mesmo tempo, estamos monitorando de perto o que
está acontecendo", explicou. "Para nós, não seria responsável agora e
seria prematuro começar a especular ou tomar uma decisão em um momento em que
nosso grupo de trabalho ainda não fez uma recomendação."
A comparação com
outros grandes eventos do calendário, como a Copa América e a Eurocopa, ambos
do futebol, é inevitável. As duas competições já foram adiadas para o próximo
ano, mas Bach entende que com a Olimpíada é diferente. "Algumas
organizações adiaram eventos a fim de abrir espaço para que outros eventos
possam ocorrer. A Eurocopa deveria começar em junho, na Itália (ao todo 12
países serão sede da competição). O torneio foi adiado por um ano, o que foi
recebido com aprovação pelas ligas profissionais da Europa porque isso garante
concluir suas temporadas."
Na entrevista ao
jornal dos Estados Unidos, Bach garante que o foco no momento é proteger a
saúde dos atletas e ajudar na luta pela contenção do coronavírus em todo mundo.
E garante que a decisão do COI não terá qualquer influência de interesses
financeiros. Por fim, ele bancou que os Jogos de Tóquio serão realizados.
"Devemos oferecer a todos os atletas, e à metade da população mundial que
assiste aos Jogos Olímpicos, a garantia de que não vamos colocar o cancelamento
na agenda.
Fonte: O ESTADÃO.
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