Quinta feira, 12 de setembro de 2019.
Por COSME RÍMOLI - Do R7.
O banco estatal se
cansou de esperar. Entrou na justiça para receber os R$ 487 milhões da
construção do Itaquerão. Não há mais a proteção de Lula.
Todos no Parque São
Jorge sabiam.
Com a troca de
governo, com a prisão de Lula, com a saída do PT do comando do país, o
Corinthians teria mais dificuldades para renegociar sua dívida com o Itaquerão.
O grande indício já
havia sido a truculência do fim da negociação com a Caixa Econômica Federal
como patrocinadora master do time.
Por trás dos sorrisos,
a certeza de que o banco público já não seria tão parceiro quanto na época de
Lula.
E hoje, a certeza para
o ex-deputado do PT e presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, que acabou a
paciência em relação à dívida do Itaquerão.
Afinal, ela já se
acumula há nove anos.
A direção da Caixa
resolveu notificar oficialmente, na justiça, o Corinthians.
Quer receber R$ 400
milhões que emprestou, em 2010, quando ficou acertado que o clube teria o seu
estádio e ele abriria a Copa do Mundo. Mesmo com São Paulo já tendo o Morumbi,
o Pacaembu e o Palmeiras trabalhava na sua arena.
Andrés Sanchez nunca
negou a influência de Lula no nascer do Itaquerão.
Marcelo Odebrecht
confessou em delação premiada que o estádio foi um 'presente' do seu pai Emílio
a Lula.
Na delação, Marcelo
garantiu que fez de tudo para tirar sua construtora do estádio. Não conseguiu e
diz ter entrado em um 'atoleiro'.
A obra passou, segundo
ele, de R$ 400 milhões para R$ 800 milhões.
E ele sabia o que
aconteceria.
Perguntado sobre quem
pagaria pelo estádio, por conta dos juros, que levaram a conta para mais de R$
1,6 bilhão, o herdeiro foi claro.
"Acho que, no
final, perde a gente (Odebrecht), o Corinthians, perde a Caixa, perde todo
mundo. É o tipo de jogo que todos perdem."
Mas a direção da Caixa
não aceita perder.
O banco estatal
emprestou R$ 400 milhões.
Recebeu R$ 175 milhões
do Corinthians, nos últimos anos.
Mas os juros elevaram
a dívida para R$ 487 milhões.
Depois de cansar de
cobrar a direção corintiana, veio a notificação oficial.
A Caixa declarou
guerra contra o Corinthians.
Quer o dinheiro.
"Não há nenhum
beneficio ou “perseguição”. Mas se a Caixa não recebe e não tem renegociação,
ocorre a cobrança de garantias. A execução é natural."
A afirmação é do presidente
da Caixa, Pedro Guimarães, ao jornal O Globo.
A cúpula corintiana
ficou assustada. Na verdade, não esperava o confronto jurídico.
Andrés mandou que
fosse divulgada uma 'nota oficial'.
Nela, o clube afirma
que houve precipitação do banco estatal.
A tolerância da Caixa
Econômica Federal acabou.
Além dos R$ 487
milhões do banco estatal, ainda há a dívida com a Odebrecht, que passaria do R$
1,2 bilhão.
No Corinthians só há
um sentimento maior que a indignação.
Uma saudade imensa dos
tempos de Lula presidente...
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