Segunda feira, 09 de setembro de 2019.
ECONOMIA
Por Raphael Fernandes*, do R7
Estimativas apontam
que a maior parte dos recursos liberados a partir da próxima sexta-feira (13)
deve ser utilizada para o pagamento de dívidas.
Na próxima sexta-feira
(13), começa a liberação do saque de até R$ 500 do FGTS (Fundo de Garantia
do Tempo e Serviço). O primeiro lote estará disponível para os
nascidos em janeiro, fevereiro, março ou abril. Os que nasceram em maio, junho,
julho ou agosto realizarão o saque a partir de 27 de setembro e os
aniversariantes de setembro, outubro, novembro ou dezembro estão liberados
no dia 9 de outubro.
A expectativa do
governo para esse ano é que sejam liberados R$ 30 bilhões e, em 2020, mais
R$ 12 bilhões do FGTS e do PIS/Pasep. O saque limite de R$ 500 valerá para
contas ativas e inativas do FGTS.
Fabio
Gallo, professor de finanças da FGV EAESP, diz acreditar que esse dinheiro
pode dar uma "animadinha" na economia. "Não vai fazer a economia
rodar nesse momento. Não vai tirar da situação atual, vai dar uma 'animadinha',
mas nada acima disso", comentou.
Com o aumento do
número de pessoas endividadas, o professor acredita que o valor retirado seja
utilizado para pagamento de dívidas. "Potencialmente, esse dinheiro seja
usado fortemente para o pagamento de dívida, o que também é bom para a
economia. Não é uma notícia ruim", analisou Gallo.
Dívidas dos brasileiros
Pesquisa divulgada
pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC Brasil (Serviço
de Proteção ao Crédito), com dados referentes ao mês de julho, revelou
que 37% dos brasileiros possuem dívidas que não ultrapassam o valor de R$
500, o mesmo que será liberado na
sexta-feira (13).
Apesar do número de
inadimplentes ter crescido em julho (1,73%) em relação ao mesmo mês do ano
passado, 53% dos brasileiros com contas atrasadas têm dívidas que não
superam R$ 1.000.
Expectativa do
comércio
João Sanzovo Neto,
presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), declarou que com
a economia na "corda bamba", a instituição pensou em revisar a
expectativa inicial de 3% de crescimento nas vendas de 2019 para um valor
inferior. "Após sabermos da liberação do FGTS e também do PIS/Pasep,
resolvemos manter a projeção do começo do ano, em 3%", falou.
Sanzovo Neto comentou
que a liberação "representa uma dose extra de otimismo" para os
próximos meses. "Para o nosso setor, essas medidas, que devem injetar R$
30 bilhões na economia este ano, de acordo com o governo federal, representaram
uma dose extra de otimismo em relação aos próximos meses, e nos impulsionaram a
acreditar em um final de ano mais promissor", disse o presidente.
De acordo com Neto, a
redução na taxa básica de juros, antecipação do 13º dos aposentados e,
ainda, a Semana do Brasil, foram outras medidas que incentivaram
o "otimismo" no setor.
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