Sábado, 24 de agosto de 2019.
Os refugiados da
África e Oriente Médio agradeceriam se recebessem da França a mesma
hospitalidade que ativistas brasileiros oferecem ao G7.
Emmnuel Macron, presidente da França. Será que o interesse dele é só com a Floresta Amazônica? |
Foi desconcertante a
lembrança da vocação colonialista francesa. Tanto que as redes sociais
praticamente ignoraram a declaração de Bolsonaro acerca do rompante moralista
do colega Macron. Quem postou, saiu correndo.
Por mais que todo
terráqueo esteja preocupado com as queimadas na Amazônia, ninguém precisa
passar por cima de fatos históricos e interesses geopolíticos tão evidentes
quanto as imagens de focos de incêndio captadas pela Nasa.
E é curioso ver os que
se julgam nacionalistas botando lenha na fogueira da intervenção alienígena.
Não faltaram nem defensores de duras sanções econômicas de países ricos contra
o "pária" subdesenvolvido que lhes fornece oxigênio, sim, mas em forma
de commodities cultivadas em solo tão gentil.
Se é para defender a natureza, podíamos começar pela humana. Os refugiados da África e Oriente Médio agradeceriam se recebessem do governo
francês a mesma hospitalidade que ativistas brasileiros oferecem, de rompante,
ao G7. Quem diria.
Mas vamos nos ater ao
que se viu na quinta-feira (22/08). O lado ocidental do planeta acolheu mais um
tsunami de internet, fenômeno cada dia mais aleatório — e no qual, no passado
recente, Bolsonaro surfou. Foi um arrastão. Salve geral.
Em poucas horas, o
"mundo" se comoveu com um desastre ambiental iminente (embora dele saibamos há décadas).
Seria lindo, não fosse o oportunismo indisfarçado de algumas grandes
potências. Do nada, predadores e vilões se tornaram Robin Hood
defendendo a floresta de Sherwood — aquela, da qual pouco restou.
Atenção, militância.
Toda ajuda, inclusive estrangeira, é bem-vinda na defesa dos tesouros
ambientais brasileiros, desde que fique clara a intenção. Se for interesse
universal, como propagado, será inédito. Ingenuidade está vetada, por instinto
de sobrevivência.
E fica, de imediato,
colocada uma prerrogativa: que o diga o verde-louro dessa flâmula, a Amazônia é
do Brasil.
Fonte: https://noticias.r7.com
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