Sexta feira, 26 de julho de 2019.
Bicampeã olímpica e
presente nas últimas três finais, sueca assume a Seleção Brasileira com os
Jogos de Tóquio 2020 no horizonte.
Crédito da foto: Lais Torres/CBF |
Pia Sundhage esteve
nas últimas três finais olímpicas: duas medalhas de ouro e uma de prata. Seu
trabalho a transformou em uma referência mundial. Na tarde desta quarta-feira
(24/07), a CBF concluiu negociação e ela assume a partir de agora o desafio de
comandar a Seleção Brasileira Feminina.
Bicampeã olímpica com
os Estados Unidos, a treinadora de 59 anos estava à frente do desenvolvimento
da base da Seleção Sueca e aceitou a proposta para escrever novos capítulos de
sua vitoriosa história no País do Futebol. CBF e Pia firmaram um compromisso
inicial de dois anos, com possibilidade de renovação por igual período.
– A escolha da Pia
reflete a nova dimensão que vamos imprimir ao futebol feminino no Brasil. A
partir da sua chegada, desenvolveremos um planejamento totalmente integrado
entre a Seleção Principal e a base, equilibrando objetivos de curto prazo, como
Tóquio 2020, com a renovação contínua dos nossos talentos. Pia reúne a
experiência e o talento perfeitos para isso. É uma enorme alegria termos essa
lenda do futebol feminino no nosso time. Na busca permanente por inovação e
excelência, teremos pela primeira vez, uma treinadora estrangeira comandando a
Seleção Brasileira Feminina - afirmou o presidente da CBF, Rogério Caboclo.
Mais sobre a treinadora
Pouca gente conhece
tanto o futebol feminino como Pia Sundhage. Nova técnica da Seleção Brasileira,
a sueca começou sua trajetória na modalidade quando tinha apenas 17 anos. Em
1977, deu início à sua carreira como atacante no futebol sueco.
Dotada de boa técnica
e um preciso poder de finalização, Sundhage foi uma das expoentes do futebol
feminino. Com a camisa da Suécia, disputou a primeira Copa do Mundo da FIFA, em
1991. Também jogou a Copa de 1995 e as Olimpíadas de Atlanta, em 1996. Nestas
três competições, marcou cinco gols em 13 partidas.
Ao todo, foram 144
jogos e 71 gols pela Suécia. Foi campeã da primeira edição da Euro Feminina, em
1985, e ficou com o vice dois anos depois. Depois de disputar a primeira edição
dos Jogos Olímpicos da história do futebol feminino, Pia encerrou a carreira
como jogadora e começou sua trajetória como técnica.
Após trabalhos como
assistente, Sundhage teve a primeira oportunidade como técnica no Boston
Breakers, dos Estados Unidos. Mas foi no futebol de seleções que ela mais
brilhou. Antes de assumir o time dos Estados Unidos, Pia trabalhou como
assistente da China na Copa do Mundo de 2007. Foi justamente naquele Mundial,
em função de uma derrota por 4 a 0 para a Seleção Brasileira na semifinal, que
a sueca recebeu a chance de comandar as norte-americanas.
Com os EUA, foi
bicampeã olímpica, em 2008 e 2012, e vice-campeã da Copa do Mundo, em 2011. No
ano em que conquistou os Jogos Olímpicos de Londres 2012, Pia foi eleita como a
melhor treinadora de futebol feminino pela FIFA.
Depois desta passagem
vitoriosa pela seleção dos Estados Unidos, ela aceitou um desafio e tanto:
comandar a Suécia. O primeiro objetivo era a Euro de 2013, disputada em casa. A
campanha parou na semifinal. Pia comandou a Suécia na Copa do Mundo do Canadá,
em 2015, e surpreendeu o mundo ao eliminar Estados Unidos e Brasil (nos
pênaltis) nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a Suécia ficou
com a prata. A última competição de Pia Sundhage no comando da seleção sueca
foi na Euro de 2017, quando as escandinavas ficaram nas quartas de final. Pia
Sundhage deixou o comando da Suécia depois da Euro.
Na edição deste ano do
evento Somos Futebol – Semana de Evolução do Futebol Brasileiro, na sede da
CBF, Pia destacou a importância da paixão que o esporte desperta em meninas e
meninos em todo o mundo. Ela falou sobre a motivação para superar as barreiras
até conquistar um espaço relevante no futebol.
– Adultos e crianças
querem jogar futebol. Não importa se é menina ou menino. Você tentará ser muito
bom. Só pensa nisso, não importa o gênero. É a mesma coisa como técnica. Para
fazer isso, ao olhar a história, você vê que precisa ter vontade, ter paixão e
amar o jogo. Às vezes é injusto porque existem alguns obstáculos a mais para as
mulheres dentro de um ambiente masculino como o futebol. Mas, se você tem força
de vontade e paixão, juntando esses dois elementos, pode fazer a diferença.
PERFIL DA TREINADORA
Nome: Pia Morror
Sundhage
Nacionalidade: Suécia
Idade: 59 anos
Principais trabalhos
como treinadora: Hammarby (Suécia), Boston Breakers (EUA), Kollbotn (Noruega),
KIF Orebro (Suécia), China (assistente), Estados Unidos, Suécia e Suécia Sub-17
Títulos: Jogos
Olímpicos de 2008 e 2012
Eleita a Melhor
Treinadora de Futebol Feminino pela FIFA (2012)
Fonte: Site da CBF.
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