Quinta feira, 15 de junho de 2017.
O Rio Grande do Norte
tem um dos melhores técnicos de futsal do mundo, o Ricardo Sobral, o
"Cacau". No comando do Kairat Almaty, do Cazaquistão, já foi bicampeão europeu e,
recentemente, foi eleito o segundo
melhor treinador de clubes e o terceiro melhor de seleções do mundo pelo site
Futsal Planet. Mesmo longe, se preocupa com a realidade do futsal no
estado. De férias em Natal, o técnico falou sobre talentos potiguares que se
perdem por causa da baixa estrutura oferecida no estado em contraponto à
negociação do defensor Douglas Júnior para o Barcelona.
- Fico feliz pela proposta que o Douglas recebeu do Barcelona. Isso serve para incentivar os jovens
atletas de futuro do Rio Grande Norte. Quem se dedicar e tiver oportunidade vai
ter muito sucesso. Nós temos a matéria-prima. Isso aí ninguém pode negar.
Precisamos de mais incentivo e Douglas é a maior prova disso - disse ao Globo
Esporte.
O técnico aponta a má
gestão da Federação Norte-rio-grandese de Futsal como culpada pela situação. A
entidade promove competições estaduais, mas com pouca repercussão e estrutura.
O Rio Grande do Norte não tem, por exemplo, nenhum participante na Taça Brasil
Sub-15. Na visão de Cacau, os longos anos do mesmo grupo à frente da FNFS
defasaram a modalidade no estado e somente a participação de times com
investimento, como o ABC/Nossa Terra, não basta.
Cacau também defende a
criação da Liga Norte-rio-grandense de Futsal (LNF). Essa nova entidade está em
processo de criação há cerca de um ano por gestores e profissionais
insatisfeitos com o desenvolvimento da modalidade no estado. A ideia é apostar
nas categorias de base e na maior participação das equipes do interior do
estado.
- A gestão da FNFS
está há mais de 20 anos no poder e eu nunca vi campeonatos juvenis e infantis
terem repercussão no nosso estado. Estão acabados. Fizeram a fusão do ABC com o
Nossa Terra, mas essa estrutura já vinha de Ceará-Mirim Nossa Terra, que é do
Markênio Guedes. Usaram o ABC para dizer que tem um campeonato de alto nível. O
Alecrim era de Lajes, não tinha nada a ver com o Alecrim daqui. Quem está
convivendo com o nosso esporte sabe que isso é uma ilusão. É uma vergonha o
nosso futsal. Graças a essa liga que está sendo criada e a FNDE (Federação
Norte-rio-grandense do Desporto Escolar), através dos seus comandados, vem
fazendo competições sub-12, sub-14, sub-15 e sub-17. Eu mesmo estive no Marista
e acompanhei garotos com talento incrível, mas falta apoio.
Faltam campeonatos
federados. A Paraíba está indo disputar um Brasileiro e tem seis jogadores do
Rio Grande do Norte. Por que o Rio Grande do Norte não tem essa licença para
jogar? Sem campeonato não pode ir para o Brasileiro. Isso eu não tenho medo de
falar. Não dependo do futsal do Rio Grande do Norte, mas sempre defendi e vou
defender. Eu sei que a Confederação Brasileira de Futsal dá apoio a todas as
categorias de futsal, e eu nunca vejo reflexo de nada aqui. Isso pra mim é uma
vergonha. Eu sou oposição à gestão da federação por tudo que ela não fez pelo
nosso futsal. Hoje, para alguém brilhar tem que sair daqui porque se ficar aqui
não aparece - conta.
Fonte: GE/RN
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