Terça feira, 21 de março de 2017.
Comentarista de
arbitragem da Rede Globo, Renato Marsiglia encontra critério que pode
prejudicar os mais eficientes na competição. Ferj avisa que vai manter o
critério.
Renato Marsiglia levou a questão
polêmica
para a reuniãodos comentaristas de
arbitragem
(Foto: Reprodução)
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Uma distorção no
regulamento do Campeonato Carioca em relação aos cartões amarelos, descoberta
pelo comentarista de arbitragem da Rede Globo Renato Marsiglia, pode complicar
a reta final da competição. As advertências são zeradas ao fim das fases de
grupos de cada um dos turnos (Taça Guanabara e Taça Rio). Mas o mesmo não
acontece após as finais dos respectivos turnos. Dessa forma, quem disputa a
fase decisiva dos turnos está sujeito a suspensões pelo terceiro cartão amarelo
logo no início da fase seguinte, como aconteceu com Richarlison, do Fluminense,
na segunda rodada da Taça Rio. E pior. Depois da final do segundo turno, são
disputadas as semifinais e a final do Carioca. Ou seja, quem disputar a fase
decisiva da Taça Rio corre um risco muito maior de perder jogadores na decisão
do campeonato.
A fase final do
Carioca será disputada pelos campeões da Taça Guanabara e da Taça Rio, além dos
dois melhores classificados na tabela. Dessa forma, o clube que se classificar
para a fase final vencendo o segundo turno tem uma probabilidade bem maior de
desfalques por terceiro cartão amarelo na fase decisiva do Carioca.
O atacante tricolor
Richarlison recebeu cartões amarelos na semifinal e final da Taça Guanabara,
contra Madureira e Flamengo, respectivamente. No primeiro jogo da fase de
grupos da Taça Rio, contra o Boavista, também foi advertido. Acabou fora da
rodada seguinte, contra o Nova Iguaçu. O problema com os cartões cria
distorções também para os critérios de desempate, uma vez que os clubes que
disputam os jogos finais de turno têm maior possibilidade de ter jogadores
advertidos.
A questão foi debatida
pelos comentaristas de arbitragem da Rede Globo, em reunião coordenada por
Arnaldo Cezar Coelho. Renato Marsiglia comentou a questão com o diretor de
competições da Ferj, Marcelo Vianna, que prometeu esclarecer o critério aos
clubes.
- Os critérios de
punição por suspensão pelo terceiro cartão amarelo são confusos e prejudicam um
clube que foi eficiente, como prejudicaram o Fluminense nessa virada de turno.
O cartão como critério de desempate é o último item, mas pode acontecer -
analisou Marsiglia.
Apesar de
potencialmente prejudicar os clubes mais eficientes na Taça Rio, o diretor de
competições da Ferj disse que o critério será mantido:
- Na verdade, não tem
problema. Já está tudo decidido e tudo será colocado aos clubes através de
resolução de diretoria, como foi no caso do Richarlison. Assim que terminou a
Taça Guanabara fizemos uma resolução de diretoria deixando claro que os cartões
acumulados na semifinal e final da Taça Guanabara são levados em consideração
para a Taça Rio. Tanto que o Richarlison já cumpriu. E haverá o mesmo critério
para as finais do Carioca, não tem como haver dois critérios. Os cartões das
semifinais e final da Taça Rio serão levados em conta para as semifinais e
finais do Carioca. Será expedida uma nova resolução de diretoria para ser
enviada aos clubes e publicada no site - analisou Vianna.
Arnaldo Cezar Coelho coordenou
reunião dos comentaristas
e vê regulamentos confusos (Foto:
Reprodução SporTV)
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- De certa maneira,
sim. Mas tem de trabalhar o lado da prevenção da violência no futebol. Já é
feito dessa maneira há algum tempo. A fase final nada mais é do que a terceira
fase. Os cartões da primeira fase são levados para a segunda, que é a Taça Rio,
e os cartões da Taça Rio contam para a terceira fase. Aí o justo e o injusto
fica um pouco distante de julgamento. O importante é que existe um critério, e
o critério é esse.
No Campeonato
Paulista, os cartões amarelos nunca são zerados em qualquer fase. Paulo César
Oliveira mostrou preocupação em relação ao alto risco de ter algumas das
principais estrelas da competição fora da final. Ele avaliou o regulamento na
reunião dos comentaristas:
- O regulamento é
simples e de fácil entendimento. Todavia, as quartas de final e semifinal serão
disputadas com jogos de ida e volta. Bem que os cartões poderia ser zerados
para a final, porque aí preservaria os principais jogadores para a decisão.
Na Copa do Brasil, por
sua vez, os cartões são zerados ao fim da quarta fase (a fase atual), já que na
fase seguinte, as oitavas de final, os clubes que disputam a Libertadores, além
dos campeões da Copa Nordeste, Copa Verde e Série B do Brasileiro, se juntarão
aos demais. Ou seja, todas as equipes - tanto as que se classificaram na quarta
fase como as que entram diretamente na quinta fase - iniciam as oitavas de
final com cartões zerados. Isso não se aplica somente no caso de um jogador ter
recebido o terceiro cartão amarelo na quarta fase. Nesse caso, ele terá de
cumprir a suspensão automática na fase seguinte. O regulamento foi elogiado
pelo comentarista Leonardo Gaciba, na reunião.
- Acho um regulamento
justo nesse critério. Com a entrada das 11 equipes, os amarelos dos cinco times
que estavam na competição desde a primeira fase são zerados. A medida evita
injustiças técnicas na competição - disse Gaciba.
Arnaldo Cezar Coelho
vê regulamentos confusos até no exterior
Arnaldo Cezar Coelho
trouxe até o regulamento da Liga dos Campeões da Europa para o debate:
- Sabe como é o
regulamento? Na fase de grupos, o jogador é suspenso depois de três cartões
amarelos. Agora, no mata-mata, dois cartões amarelos suspendem por um jogo. A
regra é clara, os regulamentos em relação às punições pelos cartões amarelos é
que são muito confusos pelo mundo afora.
Por GloboEsporte.com/Rio de Janeiro
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