Domingo, 13 de novembro de 2016.
Líder do Campeonato
Turco pelo Istanbul Basaksehir FK, Márcio Mossoró jamais abandonou a cidade em
que nasceu. O jogador de 33 anos construiu a carreira longe do Rio Grande do
Norte, mas se tornou conhecido como "Mossoró". Depois de passar por
Paulista, Internacional, Marítimo e Braga, de Portugal, teve uma rápida
passagem na Arábia Saudita antes de chegar à Turquia, em 2014.
Márcio Mossoró. Foto: Istanbul Basaksehir FK, da Turquia |
O bom momento no
Basaksehir empolga o jogador potiguar, que já marcou quatro vezes na liga. Após
10 rodadas, a equipe lidera a competição, desbancando rivais como Besiktas,
Galatasaray, Bursaspor e Fenerbahce. Mesmo após dois anos, o idioma ainda não
deixou de ser problema para Márcio. No entanto, a presença da família contribui
para a permanência do jogador no país. Ele também aponta as diferenças
existentes dentro de campo entre o Brasil e a Turquia.
- Agora, estamos
treinando de manhã por causa do frio europeu. A rotina de treino aqui é bem
puxada, muito mais que no Brasil. Eu acho que o que dificulta mais (a
permanência na Turquia), não só para mim, mas também para a minha família, é a
comunicação. Eu falo um pouco de inglês e aí dá para se virar. Estou muito
feliz aqui e pretendo continuar aqui. Se minha família estiver aqui comigo, eu
fico 'numa boa' - afirmou.
A situação delicada da
Turquia com os conflitos políticos e sociais acaba por gerar medo no
meio-campista. Este ano, uma série de atentados terroristas aconteceu no país -
inclusive em Istambul, onde o jogador mora. Em junho, a cidade foi alvo de um
atentado no Aeroporto Kemal Atatürk, que resultou em 42 mortos e 200 feridos.
Um mês depois, uma tentativa de golpe de Estado acabou com 265 mortos e 1.440
feridos, entre apoiadores e opositores do governo.
- Eu pensei em sair da
Turquia. Fiquei assustado. Não é fácil para mim. Imagina se você está no
estádio de futebol e explode uma bomba? Se aconteceu no aeroporto, que para mim
é um dos lugares mais seguros, por que não poderia ser no estádio de futebol? E
isso já aconteceu lá na França - completou o jogador.
Em Mossoró, a família
de Márcio se preocupa com este risco, mas torce para que o jogador continue no
país enquanto estiver feliz.
- Tudo bem ele ficar
lá agora, não tem problema. Só se a situação (da Turquia) piorar. Mas ele está
bem, não reclama de nada - afirma Geraldo Vieira, pai do jogador.
Um desejo
Apesar de afirmar que
está feliz na Turquia, Márcio Mossoró não esconde a vontade de regressar para
Portugal. No país, o jogador passou cinco anos (um de empréstimo ao Marítimo e
quatro no Braga) e disputou mais de 200 partidas.
- Eu penso muito em
poder voltar para Portugal ou então, se as coisas não derem certo lá, regressar
para o Brasil. E que assim seja - completou.
Histórico
Depois de ser revelado
pelo Ferroviário, do Ceará, Márcio Mossoró seguiu para o Paulista, em 2002. Foi
vice-campeão do Paulistão em 2004 e, no ano seguinte, conquistou a Copa do
Brasil. Depois, foi para o Internacional e conquistou os dois títulos mais
importantes de sua carreira: a Libertadores de 2006 e a Recopa Sul-Americana de
2007. No título do Mundial de Clubes, o jogador estava lesionado e não viajou
com o grupo colorado.
Logo após a Recopa,
Márcio Mossoró deu os primeiros passos em terras estrangeiras. O jogador chegou
ao Marítimo, de Portugal, por empréstimo em 2007, foi artilheiro do time no
Campeonato Português de 2007/2008 e despertou o interesse do Braga, para onde
se transferiu em 2008. Lá, ficou por quatro anos, foi para o Al-Ahli, da Arábia
Saudita, em 2013 e, um ano depois, foi para o Istanbul Basaksehir FK.
Fonte: GE/RN
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