Terça feira, 17 de novembro de 2015.
Uma gestão composta por vários sentimentos, da glória com o título nacional da Série C do Campeonato Brasileiro ao rebaixamento no ano em que o ABC completa o centenário. Foram seis anos à frente do clube, e a despedida será no dia 14 de dezembro, quando será conhecido o novo presidente após a escolha do conselheiros do clube. Licenciado da presidência desde setembro deste ano, o empresário Rubens Guilherme Dantas já começa a ensaiar a despedida do comando alvinegro.
Rubens Guilherme assume a responsabilidade pelo ano ruim
do ABC (Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com)
A expectativa da torcida abecedista em 2015 era de que o clube conquistasse o acesso à Série B do Brasileirão e, para isso, um grande planejamento foi estruturado. Mas, ao contrário do esperado, a temporada acabou se tornando uma crise enorme, que culminou com a queda à terceira divisão. A contratação de Rodrigo Pastana, profissional responsável por cuidar dos rumos do futebol, acabou não dando o resultado esperado. As trocas de treinadores, seis ao longo do ano, e as contratações de alguns jogadores como o volante Neto Coruja, que não apresentou condições físicas para atuar com o mesmo nível de outros atletas, comprometeram o rendimento da equipe. Houve ainda um jejum de 19 partidas sem vitórias, fato nunca ocorrido por um clube que disputou a fase por pontos corridos do Campeonato Brasileiro, e que afundou as chances do Alvinegro na competição. Diante de tantos problemas, Rubens Guilherme assumiu a culpa pelo mau planejamento e lamentou ainda que a torcida não teve o que comemorar em um ano que deveria ser marcado por celebrações. A responsabilidade é total da presidência, porque fomos nós que traçamos um planejamento que não deu certo. A vinda de vários treinadores é uma consequência dos resultados. No futebol, quando não tem resultado, não tem jeito. Não tem como se ter sucesso se o clube não teve o resultado dentro de campo. Estou muito triste com o momento do ABC, com o rebaixamento do clube. Nós passamos cinco anos na Série B, e, no ano do centenário, nada deu certo - lamentou Rubens Guilherme. No início do ano, o time ainda passava pelo período de formação, e houve a primeira mudança na comissão técnica. Com a saída de Roberto Fonseca e a chegada de Josué Teixeira, a equipe conquistou de forma invicta o segundo turno do Campeonato Potiguar. No entanto, a perda do título para o rival América-RN, no Frasqueirão, deu início à má fase alvinegra. Depois, ocorreu a eliminação na Copa do Brasil em casa, para o Paysandu. Por último, a inexplicável sequência de 19 partidas sem vencer na Série B, que só terminou no dia 17 de outubro, após a vitória por 4 a 2 sobre o América-MG. Sem falar de seis meses sem os torcedores terem o prazer de uma vitória em casa. Nós tivemos um bom início de ano, o time produziu muito e, no segundo turno do estadual, quando conquistamos, sofremos apenas um gol. Esse time foi elogiado por toda a torcida, mas, a partir de um determinado momento, não conseguiu produzir mais, apesar de fazer grandes jogos, mas não conseguiu desenvolver um bom futebol. Os jogadores perderam a confiança e não tivemos resultado dentro de campo e, com isso, tornou um ano que nos deixou muito tristes, porque fizemos um planejamento totalmente diferente de anos anteriores, mas as coisas dentro de campo não aconteceram da forma esperada - comentou.
Eleições no ABC
No próximo dia 14 de dezembro, o ABC realiza a eleição para a escolha do novo presidente do clube, além do Conselho Deliberativo. Os novos mandatários comandarão o Alvinegro no triênio 2016/2018. Na disputa, três candidatos já estão definidos: o ex-presidente do clube, Judas Tadeu, o deputado estadual José Adécio e o empresário Fabiano Teixeira, que tem o apoio da atual direção. Para Rubens Guilherme, a indicação de Fabiano, que é filho do ex-técnico do ABC, Ferdinando Teixeira, revela uma melhor qualidade frente aos outros concorrentes. Sem dúvida, ele é a nossa aposta. Ele é jovem, porém experiente. É competente, empreendedor, independente... Nasceu no berço do futebol, filho de Ferdinando Teixeira, um profissional que ninguém tem o que contestar. Por ter nascido em meio à vivência no futebol, naturalmente é o candidato que está mais preparado neste momento. Tem um estilo próprio de dirigir, é o novo no ABC. Eu espero que ele conduza bem o ABC e traga o clube de volta para à Série B - almejou.
Fabiano Teixeira (centro) recebe o apoio de Rubens Guilherme
para dirigir o ABC (Foto: Klênyo Galvão/GloboEsporte.com)
Com os dias contados na direção do ABC, Rubens revela não ter mais pretensões de atuar como dirigente do clube nos próximos anos. No entanto, conta que vai ajudar o clube no que for necessário para que o Mais Querido possa voltar a conquistar título e garantir o acesso à segunda divisão. Estou saindo no dia 14 (de dezembro). Nesse dia, serei ex-presidente do ABC e assim me comportarei. O que estou fazendo é preparando o ABC para entregar o clube de forma equilibrada, administrativamente e financeiramente, para que o novo presidente, que espero que seja Fabiano Teixeira, possa ter o caminho de volta à Série B com mais facilidade. Rubens será um torcedor apaixonado pelo ABC, um ex-presidente que vai se comportar como um ex-presidente, que não vai se intrometer em qualquer gestão. Mas, quando for chamado, será um soldado de plantão para trabalhar a favor do ABC - finalizou.
Fonte: GE/RN
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