Terça feira, 14 de abril de 2015.
O técnico do Alecrim,
Anthoni Santoro, enviou carta aberta para a redação do GloboEsporte.com, na
qual expõe que, apesar das dificuldades que tem encontrado, não vai abandonar o
barco. Ele continua acreditando em um futuro próspero para o Verdão, mas, no
desabafo, apresenta o que chama de "retrato do futebol brasileiro longe do
horário nobre da TV".
Confira abaixo:
Anthoni Santoro -
Técnico do Alecrim F. C.
Começamos o ano do
centenário com ambições à altura, planejamento, novidades de outras partes do
país, aliadas às pratas da casa, foi o início da execução de um projeto
grandioso, de revitalização do time mais simpático do Campeonato Potiguar!
Questionado, e apontado como futuro rebaixado (e para muitos o clube alcançou o
seu objetivo principal que era não cair), o Alecrim começou com o pé direito e,
driblando dificuldades de todos os tipos e em todos os níveis, chegou a uma
grande final de Primeiro Turno, com reais chances de vitória. No apito final,
venceu mesmo o maior e mais estruturado (também centenário América)! Mas o ano
festivo do Verdão – mesmo sem o Ninho do Periquito – já ficou marcado por esse
feito que não ocorria há quase 30 anos! Dificuldades não faltaram! E,
infelizmente, acabam pesando muito. E é
notório que não se faz futebol sem dinheiro. O projeto e o planejamento para o
ano do centenário são excepcionalmente bem estruturados. Temos dificuldades, sim,
e as financeiras são as maiores. E sem dinheiro não se faz futebol. Dinheiro é
o que move tudo. Aqui aprendi o verdadeiro significado da palavra resiliência -
a capacidade de lidar com problemas, vencer obstáculos e não ceder à pressão,
seja qual for a situação. Apoiado – no que foi possível – pela Diretoria e pela
Presidência, não sucumbi ao acúmulo crescente de dificuldades no returno nem ao
agravamento causado pelo desgaste natural do tempo. A realidade não me faz
perder a fé e nem a esperança, mas os resultados ainda nos fazem acreditar na
classificação à tão sonhada Série D. Entrega, garra, batalha, vontade,
"sangue nos olhos"... Isso é fundamental, mas não o suficiente no
futebol. As grandes vitórias nem sempre acontecem em campo. Mas eu não vou pular
fora desse barco que se chama Alecrim (a não ser que a diretoria não me queira
mais no comando). Vou até o final e aportar na última rodada - começar e
terminar um trabalho -, algo raríssimo no futebol. Quando entrei nesse barco
sabia que teríamos um mar bravio e, às vezes, alguma calmaria. Mas o que vale é a coragem de entrar no mar e
encarar qualquer desafio. Mar calmo nunca fez bons marinheiros. Vida longa ao
Alecrim! E um viva pela linda marca deixada logo no início do seu centenário! Anthoni
Santoro
Por Augusto Cézar Gomes - GloboEsporte.com/RN
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