Quarta feira, 18 de março de 2015.
Diante da
instabilidade de sua base aliada no Congresso, o governo cedeu e vai propor
condições mais amigáveis para que os clubes de futebol brasileiros paguem suas
dívidas com a União.
O deputado Vicente
Cândido (PT-SP), ligado a dirigentes de futebol e que trabalhou nas negociações
do governo com o Legislativo, afirmou nesta terça (17) que a medida provisória
que a presidente Dilma Rousseff prometeu editar na quinta-feira (19) deve
contemplar duas possibilidades de refinanciamento.
A primeira
possibilitará que os clubes paguem suas dívidas em 20 anos (240 meses), como
antecipou a Folha, com descontos em multas (60%) e juros (25%).
A segunda estabelecerá
prazo de dez anos (120 meses)para o pagamento, mas com descontos maiores --70%
das multas e 30% dos juros.
Segundo Cândido, a
norma deve trazer algumas contrapartidas à possibilidade de renegociação das
dívidas.
Uma delas é a
possibilidade de rebaixamento de times voltem a ser inadimplentes.
Inicialmente, o
governo defendia que as dívidas, estimadas em um total de R$ 4 bilhões, fossem
parceladas em até 180 meses, com uma entrada correspondente a 10% do valor do
passivo de cada clube. Os 12 maiores clubes do Brasil acumulam mais de R$ 1,5
bilhão em dívidas.
Agora, atravessando
uma crise política que dificulta a aprovação de projetos de interesse do
Executivo, o governo federal aceitou condições mais próximas das pedidas pelos
clubes e apoiadas pela "bancada da bola" (grupo de congressistas
ligados a dirigentes ou clubes de futebol).
A flexibilização
ocorre a despeito de resistências do Ministério da Fazenda, que comanda o
esforço federal para cortar gastos e aumentar a arrecadação.
Fonte: Folha de São Paulo.
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