domingo, 15 de junho de 2014

Futebol do RN: Tricolor adota o uso da cana-de-açúcar na suplementação alimentar!

DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014.
Ao se reapresentarem para a pré-temporada visando a Série D do Campeonato Brasileiro, os atletas do Globo foram surpreendidos com um acréscimo considerável na suplementação pós-treino, o caldo da cana-de-açúcar. Dentro deste assunto a nutricionista do clube, Célia Dantas (Foto), explana como será conduzido o trabalho com a finalidade de fortalecer as necessidades nutricionais dos jogadores.
 
Célia Dantas (Nutricionista) - Ao lado, o massagista Bem-te-vi 
“Os suplementos alimentares são recursos utilizados no Globo F. C com a finalidade de complementar a alimentação dos atletas e suprir as necessidades nutricionais adicionais, visando melhor desempenho desses indivíduos nos treinos e competições”.

“Após a realização de avaliações antropométricas, físicas e laboratoriais solicitadas e realizadas majoritariamente pela comissão técnica do clube, é possível traçar um planejamento de suplementação adequado para a realidade de cada jogador”. Considerando que os jogadores iniciarão a pré-temporada para a série D do Campeonato Brasileiro, e passarão por uma maior sobrecarga metabólica, em função do aumento da carga de treinos, a alimentação associada à suplementação pré-treino, durante o treino e pós-treino devem ser rigorosamente prescritas, administradas e acompanhadas. Dessa forma, a nutricionista do clube elabora cardápios e estratégias de suplementação condizentes com o objetivo do time, sempre buscando associar custos acessíveis e produtos de qualidade. Quanto aos suplementos, atualmente são utilizados hipercalóricos, whey protein, albumina, glutamina, BCAA, creatina, repositor de eletrólitos e um xarope composto de citrusaurantium, inositol, bitartarato de colina e L-carnitina. Apenas os hipercalóricos e o xarope são restritos a alguns jogadores, com composição de gordura corporal abaixo e acima do recomendado para a modalidade esportiva, respectivamente. Todos os suplementos, com exceção dos hipercalóricos, são manipulados na Farmafórmula de Ceará-Mirim, após prescrição e supervisão da nutricionista do clube quanto à certificação de qualidade da matéria prima utilizada nos produtos. O farmacêutico responsável pela empresa também participa da criação, adaptação e sugestão de novos suplementos fornecidos aos atletas do clube. O caldo de cana ou garapa é o nome que se dá ao líquido extraído da cana-de-açúcar no processo de moagem. Essa bebida é composta basicamente de água e sacarose (açúcar) e conserva todos os nutrientes da cana-de-açúcar como minerais (ferro, cálcio, potássio, magnésio, sódio, fósforo e cloro); vitaminas do complexo B e C; proteínas, ácidos graxos, ácidos fenólicos e flavonóides. Além disso, constitui um produto de baixo custo, genuinamente abundante e nacional. Considerando a seriedade das investigações científicas realizadasno Laboratório de Bioquímica do Exercício (Labex), no Instituto de Biologia da Unicamp (IB), e no Departamento de Alimentos e Nutrição, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) acerca da eficácia do caldo de cana como uma bebida energética capaz de aumentar o rendimento físico e recuperação da massa muscular de atletas, esta semana foi iniciada a administração dessa bebidano pós-treino das categorias de base e profissional. Um dos produtos da digestão do amido e do açúcar provenientes da dietaé a glicose. A glicose entra nas células, incluindo as do músculo e do fígado, sendo imediatamente utilizada, ou armazenada na forma de glicogênio para uso posterior, através de uma série de reações que consomem energia (ATP). Dessa forma, o glicogênio muscular é o principal combustível para o trabalho muscular, pois pode ser utilizado para a produção de energia (ATP) tanto pela via anaeróbica (glicólise anaeróbica) como aeróbica (glicólise aeróbica), em função do destino do piruvato formado: se reduzido a lactato, ou se oxidado a CO2 e H2O, respectivamente. Está relatado na literatura que após um treino ou competição de futebol os níveis de glicogênio muscular podem cair significativamente. Nessa situação inicia-se um processo catabólico generalizado, pois à medida que o glicogênio muscular vai se esgotando, o organismo passa a utilizar proteínas tanto como fonte de energia como fonte de glicose. Como resultado do uso aumentado de aminoácidos, a concentração de uréia no plasma tende a aumentar e a massa magra diminuir, interferindo ao desempenho no futebol. A ressíntese de glicogênio ocorre somente durante períodos de descanso, e através de alimentação adequada, rica em carboidratos. Está bem documentado na literatura que a ingestão de carboidratos de moderado a alto índice glicêmico (0,7 – 1,5 g/kg de peso corporal, respectivamente) em intervalos frequentes (15 a 60 minutos) durante um período de recuperação de 3 a 4 horas permite uma maior reposição de glicogênio. Foi com a intenção de buscar alternativas eficazes de reposição do glicogênio muscular que estamos iniciando uma revisão bibliográfica concomitante à administração individualizada, através do cálculo de 0,7 g/Kg de peso corporal do atletade caldo de cana pós-treino para todos os jogadores. Como o futebol envolve uma gama enorme de interesses culturais, sociais e econômicos, a preservação física dos jogadores é tão importante quanto montar esquemas técnicos e táticos que, por sua vez, dependem de um bom condicionamento físico, pois significam uma economia enorme para os clubes”.
Fonte e Imagem: Canindé Pereira

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