DOMINGO, 03 DE NOVEMBRO DE 2013.
Na foto, em pé a esquerda, Didier defendendo o Currais Novos E.C
Faleceu às oito horas da manhã deste sábado (02/11), na UTI
do Hospital Regional de Currais Novos/RN, o ex-goleiro do Treze F.C de Campina Grande/PB, DIDIER Nunes da
Silva. Didier completaria 85 anos de idade no dia 28 deste mês, ele vinha
sofrendo problema de saúde e há três anos estava acamado, nos últimos dias seu
quadro de saúde se agravou e teve que ser internado no Hospital local. O
velório aconteceu em sua residência na Rua Abílio Chacon, em Currais Novos. Seu sepultamento foi realizado hoje
(domingo 03/11) às nove horas da manhã no Cemitério Nossa Senhora de
Fátima, no Bairro Paizinho Maria, nesta cidade. Natural de Campina Grande/PB, Didier
morava no município de Currais Novos desde 1958, era viúvo, deixou oito filhos
e 18 netos.
A trajetória no
futebol!
Apesar de sua baixa estatura para a posição de goleiro, (1m75),
na época (décadas de 50/60) não tinha nenhum problema, hoje fora de cogitação, Didier compensava esse fator adverso com
agilidade, ótima colocação, impulsão e coragem. Quem o viu jogar ficava
impressionado, pegava demais. Ele começou sua carreira futebolística no Treze
Futebol Clube de Campina Grande/PB. Ainda muito jovem foi emprestado ao Sport
Recife onde jogou nos Juvenis e no time principal, fez grandes atuações, recebeu
proposta para ficar e não aceitou, preferiu retornar à Rainha da Borborema. A
saudade bateu mais forte, estava apaixonado. Voltou a jogar no Treze, com galhardia, conquistou
títulos e a torcida, porém teve que deixar o Galo, seu destino foi o Brejuí E.C, time “amador”, na época o melhor
do interior do Rio Grande do Norte, pagando salário bem superior ao do time
paraibano. É bom lembrar que naquele tempo jogador de futebol profissional,
ganhava muito pouco, o Brejuí ofereceu três vezes mais.
Didier e Kelé no
Brejuí!
O Brejuí Esporte Clube era uma potência no futebol do Rio
Grande do Norte, seu presidente e patrocinador o saudoso Dez. Tomaz Salustino,
fanático pelo futebol, dono da Mina Brejuí (Até hoje a maior Mina de Scheelita
da América Latina), homem mais rico do estado e um dos mais ricos do Brasil,
não media esforços. Contratava quem ele quisesse. Uma vez o Brejuí perdeu um
jogo importante e Dr. Tomaz não gostou. Perguntou ao então treinador da equipe,
Seu Binoca, o que estava acontecendo.
Ele respondeu: “Está faltando um grande
goleiro e um zagueiro”. Dr. Tomaz perguntou: “Você sabe onde encontra-los?”.
Seu Binoca respondeu: Sim, Didier e
Kelé, do Treze de Campina Grande/PB”. Era uma segunda feira, Dr. Tomaz disse
pra Seu Binoca “amanhã você vai acertar com os dois jogadores”. Na quarta feira,
Didier e Kelé estavam na Mina Brejuí. Um detalhe: O zagueiro Kelé veio do Sport Clube Bahia e estava no Treze apenas
um ano. No mesmo período o Brejuí contratou o fenomenal Piloto, seleção do Rio Grande do Norte e só não foi para
o Flamengo/RJ porque não quis. O atacante Dequinha tentou leva-lo para o time
carioca várias vezes. Com Didier, Kelé e
Piloto, o Brejuí conquistou quase todas as competições que disputou,
inclusive o time era constantemente convidado para participar de importantes torneios em João Pessoa,
Campina Grande, Patos, Guarabira e Mossoró.
Depois que Dr. Tomaz morreu, em 1963, o Brejuí começou a cair
de produção, o time continuou forte, porém sem o brilho de antes. Didier e Kelé
foram efetivados como funcionários da Mineração Tomaz Salustino S/A, detentora
da Mina Brejuí. Didier deixou o futebol no começo dos anos 70, foi motorista da
empresa, montou um Bar lá mesmo na Mina Brejuí e deixou a Mineração na década de
80. Em Currais Novos, instalou um Mercadinho em sua residência e continuou como
motorista, desta feita a serviço dos Postos Toscano, de Siderley Meneses até
2003.
Por Luiz Sátiro de Matos – Escrete de Ouro (Currais Novos/RN).
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