O município de Currais Novos teve seu nascimento
durante o período de expansão do ciclo econômico da pecuária, no século XVIII.
Os primeiros habitantes das terras curraisnovenses
foram os índios Canindés, Janduís e Cariris, que durante décadas lutaram para
manter sob seus domínios as áreas ribeirinhas do Assú o que dificultou a
interferência do Governo da Capitania do Rio Grande do Norte até 1687. Já em
março de 1688, o Governador Geral do Brasil, Matias da Cunha enviou uma
expedição objetivando a repressão da revolta dos índios, tendo como principal
alvo os Canindés e Janduís.
Somente em 1755 é que se iniciou o processo de
povoamento do município pelo primeiro Coronel do Regimento de Cavalaria da
Ribeira do Seridó, o Senhor Cipriano Lopes Galvão, vindo de Igarassu/PE,
nomeado pelo governador Pedro de Albuquerque Melo. Instalou sua residência na
localidade de Totoró numa fazenda de gado na bifurcação dos rios Totoró e
Maxinaré. Suas terras estendiam-se até a região de São Bento.
Fora construída uma casa e três "novos
currais", bem estruturados, feitos de pau-a-pique, com troncos de aroeira,
onde realizava-se compra, venda e troca de gado, despertando, então, a atenção
de todos, que viam a fazenda como referência na região, o que estimulou um
progressivo interesse de novas instalações de fazendas de gado, aumentando
assim o número de habitantes do povoado.
Em 1764 falece o Coronel Cipriano quando assumiu os
negócios, o primeiro dos seis filhos, Cipriano Lopes Galvão, capitão-mor da
Ribeira do Totoró e proprietário do Sítio São Bento, o qual foi considerado
historicamente o fundador do município de Currais Novos.
Dando continuidade à realização de um desejo do
falecido pai, o Capitão-Mor Galvão fez doação, de meia légua de terras situada
na ponta da Serra do Catunda, para construção de uma capela em homenagem a
Sant’Ana, padroeira dos ciganos. Em 24 de fevereiro de 1808 foi inaugurada a capela.
Aos 26 de julho de 1808 realizava-se a primeira
procissão com a imagem de Sant’Ana. Até 1835, a capela pertencia à jurisdição
de Caicó.
Cada vez mais se instalavam novos colonizadores,
aumentando a população nas áreas próximas ao rio Totoró e impulsionando o
crescimento econômico da agropecuária. Em conseqüência disto, fez-se necessária
a construção de uma nova Capela de Sant’Ana, erguida a partir de 11 de outubro
de 1889, dentro do estilo gótico-romano, no mesmo local onde hoje está
edificada a Matriz.
Através da Lei Provincial nº. 893, de 20 de
fevereiro de 1884, foi instituída a freguesia do Distrito.
O Decreto Estadual nº. 59, de 15 de outubro de
1890, instituiu a criação da vila do município de Currais Novos e o
desmembramento do município de Acari, tendo a sua efetivação ocorrido em 06 de
fevereiro de 1891. Embora já houvera se consolidado em sede de comarca, desde
27 de novembro de 1919, Currais Novos atingiu a categoria de cidade através da
Lei nº. 486, de 29 de novembro de 1920.
Anterior à emancipação política, o município foi
administrado por 12 Intendentes, durante o período de 23 de janeiro de 1892 a
30 de dezembro de 1922. A partir de então, assumiu a primeira gestão
administrativa do município como o 1º Prefeito de Currais Novos, o Senhor Quintino
Galvão.
A sede da Prefeitura Municipal foi edificada em
1933, tendo como arquiteto o Prefeito Raul Macedo, que inspirou o nome atual do
Palácio Municipal.
Com a descoberta da potencialidade mineralógica
identificada no município, com destaque para a Scheelita, na década de 40, que
se registrou a grande alavancagem do crescimento econômico local e regional.
A produção desse minério chegou a representar 90%
da produção nacional até os meados dos anos 80, quando se deu a inviabilidade
econômica da exploração da Scheelita, em razão da concorrência internacional,
notadamente da China, maior produtor de minério de Tungstênio através da
Wolframita*.
A partir daí, buscou-se a diversificação da
atividade econômica, direcionando-a para o comércio e serviços, posicionando
Currais Novos, estrategicamente, como micro pólo regional.
*Wolframita ou Wolframiete é um minério que pode
ser considerado uma mistura de dois outros minerais: o Tungstato de Ferro e o
Tungstato de Manganês. Quando a porção de Ferro é dominante o mineral é
denominado de Ferberita, quando é o Manganês que predomina é chamado de
Hubnerita.
Junto com a scheelita é o minério mais importante para obtenção do tungstênio. Importantes depósitos destes minerais estão na Bolívia, na Califórnia e Colorado (Estados Unidos) , na China, em Portugal, na Rússia, e na Coréia
do Sul (segundo os chineses, a China produz
aproximadamente 75% da demanda mundial destes minérios).
Cavalgada na Av. Teotônio Freire.
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