17-01-2011 – Por Nilton César.
Em março próximo completa dois anos que Natal foi escolhida sede da Copa do Mundo de 2014. Mas, não há muito que comemorar. A politicagem mesquinha e provinciana, somada ao “espírito de porco” de uma minoria, colocaram a capital potiguar na corda bamba.
Apesar das afirmações do presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local do Brasil), senhor Ricardo Teixeira, de que Natal não perderá o direito de sediar o Mundial de 14, os especuladores de plantão, por interesses escusos ou não, consideram a cidade ameaçada.
Muito dessa dúvida está na falta de ações. Nenhuma obra foi realizada ainda e a licitação do Estádio das Dunas brinca com a paciência da FIFA, sempre extrapolando prazos. Abril de 2011 é o limite. Se até lá, o Governo do RN não apresentar um parceiro privado para a construção do palco do Mundial, aí sim, a capital potiguar vai ficar de fora da Copa do Mundo.
Feito o balanço, o que não dá para entender e engolir, é a inércia dos políticos em nível estadual (RN) e municipal (Natal). Estes perdidos diante da grandiosidade do evento e àqueles mais preocupados com eleições e, claro, interesses pessoais. Politicagem da braba.
O mais estarrecedor, talvez, até pela inércia politiqueira, é a má vontade do povo natalense. É impressionante a quantidade de pessoas que não está nem aí para a Copa. Uns desdenham, achando impossível o torneio ser realizado na terra de Cascudo, por puro desconhecimento do que se passada nos bastidores da organização ou por ter o “espírito provinciano”.
50 anos em cinco!
Outros por não acreditarem na classe política que conduz o processo. Outros mais por não estarem conduzindo o leme. Natal está muito próximo de se desenvolver 50 anos em cinco, no melhor estilo JK, só por causa da Copa do Mundo de Futebol e ninguém está nem aí.
O Aeroporto de São Gonçalo só sairá do papel por causa da Copa, assim como a ampliação do Aeroporto Augusto Severo, as intervenções da mobilidade urbana, a melhoria na segurança, saúde, educação, saneamento básico, turismo, empregos, etc. E ninguém nem aí.
Não vejo engajamento da sociedade, dos empresários, dos governos. Só vejo ações por pura obrigação, exigidas pela organização do Mundial, feitas até com má vontade. É a impressão que dá. Por isso, talvez, a desconfiança de boa parte da população, como já citei.
Em tempo: se Natal perder o direito de sediar a Copa, o que continuo não querendo acreditar, sabe quando terá outra chance de crescer e virar destino de grandes eventos? Nunca. Vai continuar sendo o lugar onde o vento faz a curva, de um povo provinciano e politiqueiros profissionais.
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