Domingo, 14 de fevereiro de 2021.
Restando menos de seis meses para os Jogos Olímpicos de Tóquio, a decisão do governo do Japão de estender o estado de emergência por várias regiões do país, incluindo a capital, por causa da pandemia do novo coronavírus levanta dúvidas sobre a realização do evento, marcado para julho. Apesar de o Japão, na comparação com outros países, ter sido relativamente pouco afetado pela covid-19, com cerca de 6 mil mortos, de acordo com números oficiais, o sistema de saúde do País está saturado e a popularidade dos Jogos não é grande.
Pesquisas recentes
apontam que grande parte dos japoneses é contrária à realização da competição
no país este ano, temendo que isso aumente os casos de coronavírus. Muitos
defendem o cancelamento da Olimpíada porque
o Japão, por exemplo, só deverá começar a vacinar seus cidadãos no fim deste mês.
Como, em março de
2020, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já tomou a decisão histórica de
adiar o evento por um ano, algo inédito na história dos Jogos, a competição não
será novamente adiada. Pelo menos é o que garantem os organizadores. “Neste
momento, não temos nenhuma razão para crer que os Jogos não serão abertos no
dia 23 de julho, no Estádio Olímpico. Não estamos especulando se os Jogos serão
realizados. Estamos trabalhando em cima de como os Jogos serão realizados”,
insiste Thomas Bach, presidente do COI.
Estudo elaborado por
Katsuhiro Miyamoto, professor de teoria econômica da Universidade de Kansai, no
Japão, aponta que organizar Jogos Olímpicos e Paralímpicos sem público
implicaria prejuízo de US$ 3,7 bilhões (cerca de R$ 19,8 bilhões). Caso se
computem os gastos com consumo dos visitantes, perdas da indústria do turismo e
na promoção de eventos esportivos e culturais, a soma chegaria a US$ 23,1
bilhões (R$ 124 bilhões).
O estudioso projetou ainda outros cenários, como a perda de US$ 44,1 bilhões (R$ 236 bilhões) caso os Jogos de Tóquio sejam cancelados, e de US$ 13,6 bilhões (R$ 73 bilhões)caso o número de espectadores seja reduzido pela metade. O adiamento de 2020 para 2021 já teria acarretado um acréscimo no orçamento de US$ 2,8 bilhões (R$ 15 bilhões), elevando o valor total para US$ 15,8 bilhões (R$ 84 bilhões), fazendo dos Jogos de Tóquio os mais caros da história. Nesse custo, US$ 1 bilhão se refere apenas às medidas de combate à covid-19.
Dos US$ 15,8 bilhões
do custo atualizado da Olimpíada de Tóquio, US$ 6,7 bi são bancados por
recursos privados. O restante sai dos cofres das instâncias governamentais do
Japão. Para tentar minimizar os efeitos, o Comitê Organizador procura aumentar
a fatia do orçamento bancada por patrocinadores, que contribuem com US$ 3,3
bilhões, levantados pela Dentsu Inc., a agência de publicidade dos Jogos. De
acordo com o jornal Nikkei, os 15 maiores patrocinadores domésticos deverão
elevar sua contribuição em US$ 150 milhões. Fonte: https://www.ma10.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário