sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Atlético-MG x Fred: disputa milionária com sentença arbitral ainda envolve o Cruzeiro; entenda!

Sexta  feira, 12 de fevereiro de 2021.

Atacante foi pivô da mais polêmica troca de lados no futebol mineiro, ao rescindir com o Atlético e assinar com o Cruzeiro em dezembro de 2017, gerando cobrança de R$ 10 milhões.

Por Fred Ribeiro — Belo Horizonte

O atacante Fred foi sentenciado a pagar a multa contratual ao Atlético-MG, por ter trocado de lado em Belo Horizonte e acertado contrato com o rival Cruzeiro na virada de 2017 para 2018. O recurso do jogador no CBMA não teve aceitação. O valor da condenação ultrapassa os R$ 18 milhões, nos cálculos do ex-vice presidente do clube alvinegro. O pagamento ao Galo tem possibilidade real de vir dos cofres da Raposa.

O "caso Fred" foi bastante complexo em mais de três anos de existência. Envolveu diversos órgãos na justiça arbitral, trabalhista e comum. O Cruzeiro chegou a entrar como "assistente" de Fred na ação promovida pelo Galo na CNRD. Depois, virou réu de Fred em processo trabalhista de quase R$ 80 milhões. 

Atacante Fred assinou com o Cruzeiro na antevéspera do Natal de 2017, quando o imbróglio começou
Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

O litígio entre o jogador e o clube celeste não existe mais, depois de acordo trabalhista no fim de 2019, quando o Cruzeiro acertou pagar R$ 25 milhões ao ex-jogador, parcelados, e só a partir de 2021. Mas houve uma ressalva no acordo: a multa dos R$ 10 milhões.

Quando Fred aceitou a proposta do Cruzeiro, costurou contratos com a Raposa nos quais, em caso de condenação e obrigação de quitar o débito com o Atlético, o próprio clube celeste seria o responsável pelo pagamento. Em um contrato de penhora entre Fred e Cruzeiro, de dezembro de 2017, os dirigentes davam créditos de R$ 10 milhões ao jogador por meio de penhora de valores a receber da venda de direitos de transmissão de TV dos jogos da equipe.

Na própria ação trabalhista Fred x Cruzeiro, a defesa do clube chegou a solicitar a inclusão dos ex-dirigentes Wagner Pires de Sá e Itair Machado na ação trabalhista, como responsáveis por eventual pagamento dos R$ 10 milhões ao Atlético.

Houve alegação por parte do atual departamento jurídico celeste que o ex-presidente e o ex-vice (denunciados à Justiça por irregularidades na gestão) teriam fraudado o contrato de penhor ao antecipar créditos das cotas de TV a serem pagos entre 2019 e 2022. O Tribunal do Trabalho não acolheu o pedido de inserção dos ex-dirigentes na ação trabalhista.

Um caminho possível de ser percorrido é Fred não pagar o Atlético de forma voluntária, tentar reverter a situação na Justiça do Trabalho, em cenário improvável, correr o risco de sanções desportivas da CNRD, ser acionado pelo Atlético na Justiça Comum (cumprimento de sentença). E, ele, por sua vez, fazer o mesmo com o Cruzeiro no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Então, em efeito dominó, o próprio clube celeste acionar Wagner Pires de Itair Machado na Justiça.

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