Terça-feira, 25 de junho de 2024.
Técnico Higor César irá comandar o time na “Segundona”
Por Marcos Santos / Repórter do JORNAL DE FATO
Em meio a um cenário de transformações no
futebol brasileiro após o surgimento de uma nova modalidade de investimentos no
mercado, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) recebeu a sua quarta
SAF. O Rio Grande Sociedade Anônima do Futebol (Rio Grande SAF) surge como um
clube que promete inovar e conquistar seu espaço no cenário estadual e, com pés
no chão, também mira uma possível projeção nacional em médio prazo.
Com uma gestão moderna, metas ambiciosas e
investimentos que prometem atingir a casa de até R$ 1,2 milhão ainda neste ano,
o Rio Grande já começa a chamar a atenção dos amantes do esporte. Formado pelos
sócios Fernando e Henrique Heltai, além do empresário Roberto Dantas, o novo
clube anunciou a contratação do treinador Higor César e agora busca outros
profissionais para fechar a comissão técnica.
Dizendo-se amante do esporte, mas que até
então não havia tido chance de ingressar no mercado, Fernando Heltai, um dos
sócios-fundadores, destaca que a criação das SAFs trouxe uma oportunidade única
para investir no futebol com maior segurança financeira. Antes, os riscos eram
altos, mas agora, com a nova legislação, o cenário mudou. O clube adquiriu um
terreno em Extremoz e planeja investir cerca de 1 milhão de reais na construção
da primeira fase do centro de treinamento (CT).
O novo clube possui uma visão estratégica
para o futuro. A base será o coração do projeto, com o objetivo de formar
jovens talentos e tornar-se referência no desenvolvimento de jogadores no
estado. A meta é clara: acesso à Série A do Estadual ainda este ano e vaga na
Série D do Campeonato Brasileiro em 2026. A longo prazo, o clube almeja
firmar-se como uma potência do futebol potiguar e chegar à Série C do
Brasileirão nos próximos cinco anos.
Indagado se a criação de um novo clube
seria melhor que locar os investimentos em cima de uma agremiação já em
atividade, Heltai argumentou que este seria o cenário perfeito, mas o tamanho
do investimento seria impeditivo.
“Ter uma torcida de massa ao nosso lado
como a América ou do ABC seria um sonho, porém devido aos altos valores pedidos
na negociação seria financeiramente inviável para nós nesse momento. Devido a
esse fato nem chegamos a abrir negociação”, ressaltou ele em entrevista à
Tribuna do Norte.
Outro fato que pesou na decisão é que a
implementação do modelo de Sociedade Anônima de Futebol no Brasil trouxe
consigo uma série de desafios para os clubes que optaram por adotar essa
estrutura de gestão, fato que tornaria o projeto mais arrastado. Alguns dos
principais desafios enfrentados pelas SAFs em clubes já montados incluem a
resistência cultural devido ao futebol brasileiro ter uma tradição centenária
de clubes geridos de forma associativa, o que cria um certo tipo de resistência
à mudança para o modelo de SAF, tanto por parte dos torcedores quanto de parte
da mídia e de alguns setores da sociedade.
“Sou um apaixonado pelo esporte e sempre
tive a vontade de trabalhar com futebol, porém nunca passou de vontade porque
não podíamos fazer um investimento seguro, era sempre via clube de associação.
O que não nos dava muita segurança financeira. Com a lei das SAFs isso mudou e
achei que era o momento certo de começar”, reforçou Fernando Heltai.
Com o foco voltado inicialmente para
disputa do Campeonato Sub-20, o Rio Grande pretende fazer desta competição a
fase embrionária desse novo processo. “Iremos disputar o campeonato Sub-20
antes da segunda divisão. A ideia é utilizarmos em torno de 10 a 12 jogadores
da base para compor o elenco do profissional. As outras peças iremos procurar
atletas profissionais disponíveis no mercado”, ressaltou Fernando. “Quanto ao
orçamento do futebol para esse e o próximo ano deve ficar algo em torno de R$
1,2 milhão”.
Apesar da ambição apresentada no cenário
potiguar, o novo grupo sabe que o futebol não se faz apenas com verba. “Sei que
precisamos de tempo para preparar uma equipe competitiva, então já começamos a
trabalhar na montagem da comissão técnica para depois focarmos no elenco.
Depois de muito discutir com a equipe, apresentamos o projeto para o professor
Higor César que adorou o projeto e vai nos ajudar na implementação”, disse
Fernando Heltai.
Entre as metas mais ambiciosas se inclui a busca pelo Certificado de Clube Formador na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), fato que demonstra um compromisso com a formação técnica e social dos atletas, além de mostrar a intenção do clube em cumprir com requisitos importantes estabelecidos pela legislação esportiva.
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