sábado, 30 de março de 2024

Pedrinho estranha distanciamento com a SAF do Vasco nas decisões do futebol.

Sábado, 30 de março de 2024.


Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

Presidente do Vasco, Pedrinho deu uma entrevista coletiva na última quarta-feira, 27/03, em São Januário, a primeira desde que tomou a posse do cargo no fim de janeiro. Ele disse que tem estranheza no distanciamento com a SAF e afirmou que gostaria de ter mais participação nas decisões, mas afirmou diversas vezes que não pode falar sobre determinados assuntos sobre o futebol.

- Por que? Não sei também (risos). Também me causa estranheza. Quando eu era um comunicador, fui procurado pela SAF para exercer um cargo importante, remunerado, na parte esportiva. Quando me lancei candidato e eleito, além de sócio, o raciocínio óbvio é que a gente tivesse um relacionamento próximo em relação à parte esportiva. Eu não posso ter esquecido em três meses algum conteúdo direcionado ao futebol.

- Eu não posso, por mais que eu seja sócio minoritário, obrigar alguém a nada. Não estou incomodado que não estou participando do futebol, estou incomodado que poderia estar ajudando. Se eu tenho um sócio, que quis contratar lá atrás, e esportivamente não estou desempenhando, seria natural que eu tivesse uma conversa em relação a isso. Conversa não é mensagem faltando 15 minutos para comunicar. Faz parte de um planejamento. Isso não aconteceu. Respeito, mas não concordo. Não fiz parte de contratações, dispensas e tudo. Não estou fugindo de responsabilidades, se eu saí de onde saí, sabia das responsabilidades. Infelizmente, não participo dos processos. Mas gostaria de ser cobrado pelo o que eu participo. Estou sempre disposto a ajudar o Vasco. Não existe vaidade, nunca tive intenção de ter uma última palavra. Zero vaidade. Esportivamente, acho que poderia colaborar. É uma opção deles. O que as pessoas têm que entender é que o Vasco está acima de todos. Uma SAF, as pessoas esperam um projeto a curto-médio prazo. Quando você fala "médio a longo prazo", eu acredito que eu conseguiria restruturar sem uma empresa. Uma empresa com aporto, esperamos umas situações mais aceleradas. Nem sei se poderia estar falando isso, mas "vambora".

Confidencialidade

O presidente do Vasco disse que não pode comentar se a SAF do clube cumpre ou não o contrato previsto, porque há um contrato de confidencialidade. No entanto, admitiu que há uma relação fria entre as partes.

- Não posso falar. Posso falar sobre a relação. Existe uma relação fria. Muito mais de registros, do que de interação. Mas Pedrinho, você não disse que seria proativo? Fui proativo. Dei minha opinião sobre o diretor executivo, dei minha opinião. Me pediram a liberação de um projeto que estava preso desde março, foi pedido numa quinta-feira de dezembro, e na sexta-feira, de manhã, já estava liberado R$ 4 milhões do projeto incentivado - três para a base e um para o feminino. Nunca vou colocar minha insatisfação na frente do Vasco. Com relação ao contrato, eu não concordo com o contrato esportivo, que possui cláusulas de confidencialidade - onde o torcedor é o maior patrimônio e não tem acesso. Isso é uma opinião minha. Tenho limitações contratuais. Torcedor, quando eu vou falar do que eu posso, do paralímpico, falam que não querem saber disso. Mas eu quero saber. Porque temos 80 funcionários, tenho o basquete de base. Tenho futebol de salão. O Vasco é o clube da inclusão. Como não se importam com o associativo. Quando me comunico sobre esses assuntos, não querem saber. Querem que eu fale de futebol. E do futebol, eu não posso falar. Espero que entendam isso. Querer é uma coisa, poder é outra.

Pedrinho iniciou a coletiva com um pronunciamento sobre os motivos pelos quais não havia falado antes com a imprensa, mas disse que não queria tirar a atenção da imprensa e da torcida do Vasco dentro de campo.

- Quando eu jogava, vocês não me davam tanta moral. Vocês vão receber através da plataforma, tudo discriminado os 60 dias de gestão. Parecem três anos. Sou cobrado para corrigir um problema de 40 anos de Vasco, mas só são 60 dias. Já sabia que iria enfrentar isso, não vou me lamentar. Nesses 40, 50 anos, o Vasco acumulou uma dívida de mais de 700 milhões. A minha gestão não fez um real dessa dívida - que fique isso claro. Dentro dessa, eu tinha uma dívida para receber num valor considerável, que eu abri mão de receber vendo o estado financeiro do clube associativo. Não posso falar mais. Não quero causar danos financeiros à pessoa física e à instituição.

- Com relação à comunicação, eu comuniquei muito através das redes sociais. Agora, sou presidente, então me comunico pelas redes sociais do clube. Ali tem algumas notas do que fazemos há um tempo. Resolvi comunicar ao término do Carioca. Devido ao Vasco não chegar às finais, antecipamos isso. De forma cautelosa, com os atletas e a comissão, que têm meu respeito, e com a SAF, e com o coração do clube que estava sem nada organizado, que precisávamos organizar isso, decidi falar ao término da competição com vocês. Não quis ter nenhuma interferência para que isso não atrapalhasse o Vasco esportivamente. Minha comunicação não pode ser diária porque não faço parte do futebol. A rotina do futebol tem um contato quase diário com vocês. Como eu não tenho acesso, para falar com vocês preciso fazer uma coletiva. Durante o campeonato, isso teria uma repercussão grande.

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