Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024.
Uma das mais brilhantes carreiras do futebol mundial terminou manchada por um crime. Nesta quinta-feira (22), Daniel Alves, ex-lateral-direito da Seleção Brasileira, foi condenado por estupro contra uma jovem de 24 anos. O desfecho da história do ex-jogador está longe do que ele demonstrava enquanto atleta. O início de sua carreira como jogador tem ligação direta com um natalense, que ajudou o atleta nos primeiros passos da carreira, ainda em Salvador.
Aos 18 anos de idade, o lateral Daniel estava nas categorias de base do Bahia. O clube tinha uma parceria com o Centro de Futebol Zico, coordenado no Rio Grande do Norte por Maurício Maeterlink. Com as relações, o empresário levou alguns jogadores do estado para o Bahia e, ao visitar regularmente os jovens para dar o apoio, Maurício conheceu Daniel. Ele foi convidado para trabalhar com o jogador e, em 2001, teve início uma vitoriosa parceria.
Amigo de Marcos Paquetá, então técnico da Seleção Brasileira Sub-20, Maurício Maeterlink indicou Daniel para compor elenco da equipe no Torneio de Toulon, na França. O Brasil foi campeão e lateral, que já era titular do Bahia, destacou-se, conseguindo a convocação para o Mundial Sub-20 e sendo campeão. De lá, Daniel Alves (que passou a ser chamado pelo sobrenome devido à presença do atacante Daniel Carvalho na Seleção) seguiu para o Sevilla, da Espanha, onde iniciou a carreira internacional e se consolidou como um dos melhores jogadores do mundo na posição. Ele permaneceu no clube até 2008, quando foi contratado por US$ 34 milhões pelo Barcelona.
Maurício Maeterlink trabalhou com Daniel Alves entre 2001 e 2009, e depois em um curto período de 2017. O empresário não falou sobre o comportamento recente de Daniel Alves, tampouco sobre o crime cometido, já que ambos não tinham proximidade há vários anos. Porém, Maurício Maeterlink fez elogios à postura de Daniel Alves e da família no início de sua carreira.
“O que posso dizer é que durante todo o tempo em que trabalhamos juntos ele teve um comportamento exemplar como profissional e como pessoa, sendo responsável pela manutenção da família, com quem mantinha excelentes laços afetivos e de quem herdou uma base de luta e determinação que, com certeza, o ajudou a conquistar tudo que conquistou profissionalmente”, disse Maurício Maeterlink, que manteve proximidade durante o período com os pais e irmãos do jogador, além da ex-mulher de Daniel Alves, Dinorá. “Não posso avaliar o comportamento atual de uma pessoa com quem não convivo de maneira próxima há 15 anos”.
Condenação
Daniel Alves foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro de uma jovem de 24 anos no banheiro de uma boate na Espanha. O caso aconteceu no dia 30 de dezembro de 2022. A sentença foi anunciada na manhã desta quinta-feira (22), pelo Tribunal de Barcelona. Ainda é possível que a defesa do ex-jogador apresente recurso.
Além do tempo de reclusão, Daniel Alves será obrigado a cumprir um período de cincos anos de liberdade vigiada (equivalente a um regime semi-aberto), além de ficar nove anos longe de qualquer contato da vítima e indenizá-la no valor de 150 mil euros (aproximadamente R$ 802 mil).
Reportagem: Tribuna do Norte / Natal/RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário