Quarta-feira, 03 de maio de 2023.
A Fifa vendeu os direitos de transmissão da Copa do Mundo feminina de futebol 2023 para 156 países até este momento, segundo documento ao qual a Itatiaia teve acesso.
O torneio será disputado entre 20 de julho e 20 de agosto na Austrália e na Nova Zelândia e hoje estaria no escuro, ou seja, sem qualquer tipo de transmissão em cinco mercados gigantes da Europa: Itália, Espanha, França, Alemanha e Inglaterra. O Brasil terá transmissão pelo Grupo Globo e pela Cazé TV, canal do streamer Casimiro Miguel no Youtube.
Como comparativo, a Copa do Mundo masculina de 2022, disputada no Qatar, foi a vista em mais lugares da história, em 225 territórios, superando os 223 do Mundial de 2014, no Brasil. Já a última Copa feminina, a de 2019, na França, teve transmissão para 201 países, com 1 bilhão de espectadores, segundo dados da federação internacional. Os 156 para a edição 2023, portanto, é um fracasso.
Mas o que está acontecendo? O presidente da Fifa, Gianni Infantino, voltou nesta terça-feira (2) a reclamar dos valores oferecidos pelas empresas de comunicação para a compra dos direitos de transmissão da Copa feminina.
" As ofertas das emissoras, principalmente dos países europeus 'Big 5' [Inglaterra. Alemanha, Espanha, França e Itália], ainda são muito decepcionantes e simplesmente inaceitáveis com base em quatro critérios", disse Infantino.
Segundo o dirigente, esses são os critérios:
100% de qualquer taxa de direitos paga iria direto para o futebol feminino, no movimento da Fifa de promover ações em prol da igualdade de condições e remuneração;
As emissoras públicas, em particular, têm o dever de promover e investir no esporte feminino;
Os números de audiência da Copa do Mundo Feminina são de 50% a 60% os da Copa do Mundo masculina, mas as ofertas das emissoras nos 'Big 5' dos países europeus são de 20 a 100 vezes menores do que a masculina;
Enquanto as emissoras pagam de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões pela Copa do Mundo masculina, elas oferecem apenas de US$ 1 milhão a US$ 10 milhões pela Copa do Mundo feminina.
"Isso é um tapa na cara de todas as grandes jogadoras da Copa feminina e, na verdade, de todas as mulheres do mundo".
O raio-X da transmissão da Copa feminina
O documento ao qual a Itatiaia teve acesso mostra que, na Europa, a Fifa fechou acordo com a União Europeia de Radiodifusão, que tem como principais membros emissoras públicas e privadas de serviço público de mais de 50 países, incluído também o norte da África e o Oriente Médio. A empresa distribuiu a emissoras de 28 países europeus os direitos da Copa, mas nações de menor expressão como Eslovênia, Eslováquia, Montenegro e Moldávia. Fonte: Itatiaia - BH
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