Domingo, 26 de setembro de 2021.
Arena das Dunas, em Natal - Foto: Reprodução
Para a relatora da
CPI, deputada Isolda Dantas, os depoimentos colhidos até o momento foram
esclarecedores.
Retomada há dois
meses, após hiato de um ano devido ao agravamento da pandemia da Covid-19 em
todo o país, a CPI da Arena das Dunas instalada pela Assembleia Legislativa do
Rio Grande do Norte (ALRN) ouviu nove pessoas sobre o contrato de construção e
administração do estádio e analisou documentos encaminhados por órgãos
ministeriais e de controle e finanças. O presidente da CPI, deputado estadual
Coronel Azevedo afirmou que a comissão está bem próxima de descobrir a verdade
sobre os prejuízos que ultrapassam o valor de R$ 421 milhões aos cofres
públicos do Estado.
“Há um ponto central,
sobre o qual se debate que a mudança no cálculo da remuneração, a chamada
parcela variável, depois de construído o estádio, e quando começou a operação e
exploração do espaço multiuso, houve uma mudança de conceito entre lucro
líquido e receita líquida. É uma questão contábil e muito complexa, estamos
ouvindo todos e analisando os documentos. Há uma equipe que nos assessora na
ALRN e o Tribunal de Contas colocou servidores para nos assessorar, vai ter
perícia contábil e uma série de trabalhos que irão substanciar o relatório
final”, afirmou o parlamentar.
O deputado explicou
que durante o depoimento do auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN),
Vladimir Sérgio de Aquino, foi levantada a questão sobre como a empresa OAS
havia chegado ao valor de R$ 400 milhões para a demolição do antigo Machadão e
do ginásio Machadinho e posterior construção da Arena das Dunas. Isso fez com
que o custo do estádio fosse 40,9% superior ao custo das arenas construídas em
outros estados do Nordeste, por exemplo. O auditor revelou ainda que sempre
teve dificuldades em obter documentos sobre o contrato junto à OAS.
Para a relatora da
CPI, deputada Isolda Dantas, os depoimentos colhidos até o momento foram
esclarecedores. Além da questão da falta de entrega dos documentos pela
construtora, o que, para ela, evidencia claros
sinais de que houve sobrepreços, o fato da Arena das Dunas não ter enviado
parte dos documentos que comprovam o faturamento do estacionamento e outros
dividendos, comprovam que os membros da comissão estão no caminho certo.
“Estamos chegando ao ponto final. O importante é defender o Estado, mas estamos
discutindo da forma mais ampla e transparente possível e com oportunidade para
todos serem ouvidos”, disse.
Outro ponto de
destaque da CPI ocorreu com o depoimento do ex-secretário da Copa do Mundo,
Demétrio Torres, responsável pela formatação dos contratos de construção e
administração do estádio. Para os parlamentares, ele foi o autor de um ofício que alterou um ponto do contrato da
parceria público-privada e que resultou em mais prejuízo. O acordo mudou o
cálculo das despesas do estádio com base na receita líquida, ou seja, no lucro
total menos os impostos, para que fosse feito com base no lucro líquido,
levando em conta as despesas administrativas, custo fixo e encargos, gerando um
aumento estimado de R$ 15 milhões.
“A CPI tem cumprido sua função dentro do cronograma. O prazo é de 120 dias, que podem ser prorrogados, mas a intenção é concluir os trabalhos dentro desse período, com a apresentação do relatório final em novembro. Recebemos vasta documentação de órgãos como TCE, Controladoria Geral do Estado (Control), Ministério Público Estadual (MP-RN) e Federal (MPF), Governo do Estado, Consórcio Arena, Tribunal de Justiça (TJ-RN) e Justiça Federal (JF-RN) e BNDES. E outros depoimentos que teremos nos próximos dias”, afirmou o Coronel Azevedo. Por Agora RN.
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