sexta-feira, 28 de maio de 2021

E agora? Briga Neymar x Nike após acusação de ataque sexual deixa CBF preocupada!

Sexta feira, 28 de maio de 2021.

A cúpula da Confederação Brasileira de Futebol se reuniu com o estafe de Neymar na manhã de sexta-feira (28/05) na tentativa de começar a sair de uma situação difícil. Acusado de ataque sexual por uma funcionária da Nike, o atacante da seleção entrou em guerra com a empresa, parceira de longa data da CBF.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A confederação se vê entre a cruz e a espada no caso que envolve sua patrocinadora há mais de duas décadas e o camisa 10 da equipe de Tite. O jogador e seu pai, Neymar da Silva Santos, indicam que haverá uma extensa briga jurídica com a fornecedora de materiais esportivos, da qual também foram parceiros em um passado recente.

De acordo com o seu balanço de 2020, a CBF teve receita bruta de R$ 365 milhões com patrocínios, quase a metade de todo o faturamento de R$ 661 milhões. Entre os diversos patrocinadores estão Nike, Itaú, Vivo e Guaraná Antarctica. Apesar de os valores com a companhia norte-americana serem mantidos em sigilo, assim como a duração do contrato, sabe-se que eles constituem boa parte desse bolo. 

Minutos após a publicação de uma reportagem do The Wall Street Journal, na noite de ontem, quinta feira, dia 27/05, sobre o suposto ataque sexual, a reportagem ouviu o agitado pai do atacante. 

“Como pode sair uma notícia dessa? Concorda comigo? Fomos surpreendidos por algo que aconteceu em 2016, ninguém lembrava mais desse fato. É muito estranho tudo isso agora. O Neymar nem conhece essa moça. Claro que isso partiu da Nike depois da nossa saída”, disse, nervoso ao telefone. 

Ele também afirmou: “Se a Nike quer chantagem, armação, vamos para cima da Nike, então”. Para o pai, a empresa tenta criar um problema porque seu filho não permaneceu como parceiro da marca. 

“Não me deram a oportunidade de me defender. Não me deram a oportunidade de saber quem é essa pessoa que se sentiu ofendida. Eu nem a conheço. Nunca tive nenhum relacionamento. Não tive nem sequer oportunidade de conversar, saber os reais motivos da sua dor. Essa pessoa, uma funcionária, não foi protegida. Eu, um atleta patrocinado, não fui protegido”, escreveu Neymar, em uma de suas redes sociais, nesta sexta. 

“Ironia do destino, continuarei a estampar no meu peito uma marca que me traiu”, completou. Além de fabricar o uniforme da seleção, a Nike também tem sua marca na camisa do Paris Saint-Germain. 

A companhia diz que pediu a cooperação de Neymar nas investigações sobre o caso, em 2019, e que rompeu o contrato com o jogador quando ele se recusou a colaborar. Hoje, o camisa 10 do PSG e da seleção tem acordo com a Puma. 

Fontes próximas ao jogador disseram à reportagem que a acusação já era conhecida por ele e seu pai. Foi por orientação de advogados contratados pelo atleta que ele decidiu se recusar a colaborar com a investigação. 

A Nike começou a patrocinar a CBF em 1997, na gestão de Ricardo Teixeira. O então presidente disse à época que não se tratava de um patrocínio, “mas de uma sociedade”. 

Até a Copa do Mundo 1994, a Nike não figurava em nenhuma camisa de seleção, enquanto a Adidas estava presente em 10 dos 24 países. O sucesso do evento nos Estados Unidos, com público total de 3,5 milhões, atiçou a empresa fundada em 1964 no estado norte-americano de Oregon. 

Já na edição de 1998, na França, a Nike passou a fazer os uniformes de Brasil, Holanda, Estados Unidos, Nigéria e Coreia do Sul, além da Itália—mas, nesta última, sem conseguir exibir a logomarca. 

A Nike teria pagado à CBF US$ 160 milhões (em valores da época) por dez anos, superando a proposta da alemã Adidas, e ainda se comprometido a arcar com a multa rescisória de US$ 10 milhões à inglesa Umbro. 

Em contrapartida, a Nike passava a controlar a agenda da seleção. Uma das cláusulas do acordo previa um mínimo de 50 amistosos da seleção durante os dez anos de vigência do contrato, com pelo menos três partidas por ano—de 1997 a 2006. O Brasil também deveria entrar em campo, nesses amistosos, com ao menos oito de seus principais jogadores entre os titulares. 

Esses termos do contrato, revelado pela Folha de São Paulo, também motivaram a abertura de uma CPI na Câmara para apurar a relação entre a CBF e a Nike, além de outra no Senado. A primeira terminou sem a votação do relatório final, enquanto senadores sugeriram o indiciamento de Teixeira. No entanto, ele conseguiu se safar das acusações. 

O escândalo envolvendo Neymar e a Nike respingou no ambiente da seleção concentrada em Teresópolis, em fase de preparação para jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. Em nota, a CBF disse que Juninho Paulista, coordenador da seleção, conversou nesta sexta com o camisa 10 sobre as notícias publicadas na última quinta. 

“O jogador se mostrou tranquilo e garantiu estar focado em participar dos treinos e dos jogos das Eliminatórias, uma vez que seu estafe pessoal cuida do assunto, já tendo se manifestado publicamente”, declarou a entidade. 

O ala Emerson Royal, do Betis, e o zagueiro Felipe, do Atlético de Madrid, escalados para a entrevista coletiva na Granja Comary, nesta sexta, tiveram que se desviar da polêmica. “Esse caso é pessoal. Ele que tem que resolver, e não a gente. Temos que olhar para o lado futebolista”, falou Felipe. 

“Eu, particularmente, vi o Neymar normal, como sempre. É um assunto chato e pessoal, não temos que falar de outra pessoa. Prefiro deixar para ele resolver, não cabe a mim”, respondeu Emerson.

Jogos do Brasil.

O Brasil enfrentará o Equador no Beira-Rio, em Porto Alegre, na sexta (04/05), às 21h30. Na terça-feira seguinte, dia 8, vai encarar o Paraguai, em Assunção, no mesmo horário. Fonte: https://www.otempo.com.br/

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