Terça feira, 10 de novembro de 2020.
Escrito por Alexandre Mota – Diário do Nordeste / Fortaleza.
Rogério Ceni partiu. A relação de quase três anos com o
Fortaleza chega ao fim com um técnico mais fortalecido e um clube atravessando
o maior momento da história centenária. Era quase impossível recusar qualquer
oferta do Flamengo: o melhor time do Brasil e da América do Sul.
Badalado desde a
chegada em novembro de 2017, o ex-goleiro soube se deixar abraçar por uma
torcida apaixonada e, jamais, se portou como alguém maior que a equipe
que defendia. O Ceni do São Paulo virou também do Fortaleza.
- Vitórias: 81
- Empates: 33
- Derrotas: 39
- Gols marcados: 223
- Gols sofridos: 133
- Campeão da Série B 2018
- Campeão Cearense de 2019
- Campeão da Copa do Nordeste 2019
- Acesso à Série A
- Classificação às oitavas da Copa
do Brasil
- Classificação para Copa
Sul-Americana
O adeus chegava a ser
inevitável, assim como o rótulo de maior treinador da história do clube,
algo incontestável. Longe de uma relação abalada pela saída, o respeito. Com o
profissionalismo apresentando no dia a dia, Ceni apenas provou porque é gigante
e, acima de tudo, conseguiu deixar o Leão com dimensões maiores, fruto dos
títulos da Série B, Estaduais (2x) e Copa do Nordeste.
É fato: havia medo.
Rogério Ceni admitiu. Mas era por reconhecer o tamanho do torcedor.
Na saída de campo após a última taça, afirmou: “uma das coisas que mais tenho
receio e fico com medo é de não conseguir me despedir disso com a casa cheia.
Seria uma tristeza muito grande. Como a gente não sabe como nossa carreira
segue, seria a coisa mais triste para mim".
No fim, o que fica é o
discurso: criar um legado. A frase foi dita por Ceni na apresentação e se
manteve como máxima até aqui. A imagem é de um homem que se integrou ao jogo
com tamanha intensidade, que trouxe o foco ao trabalho. Agradecimento é do
futebol cearense.
Um adendo: deixa um Fortaleza bem montado no Brasileirão e que pode caminhar com as próprias forças na competição. O desafio agora é encontrar um substituto à altura para alguém que nunca deixou de fazer história a cada passo que deu no Pici.
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