Sábado, 25 de julho de 2020.
O
lateral-direito Edilson, ex-Cruzeiro, comentou sobre a breve
passagem de Rogério Ceni pela Toca da Raposa II,
no ano passado, em entrevista ao programa Resenha, da ESPN, nesta
sexta-feira, 24/07. O defensor, que teve rescisão de contrato com o clube
celeste acertada neste mês, elogiou o trabalho dentro de campo, mas apontou
relacionamento com jogadores mais experientes como principal fonte de problemas
do técnico com o elenco.
Edilson comenta bastidores de Ceni com elenco do Cruzediro |
“O trabalho dele
dentro de campo era muito bom. De repente, ele está muito novo e pegou um grupo
muito experiente no Cruzeiro. Uma coisa é ele ser líder como capitão, sem sombra
de dúvida ele é um dos maiores da história do São Paulo, mas uma
coisa é ele gerir como treinador. Esses erros são normais para quem está
começando a carreira de treinador. Tenho certeza que vai haver uma evolução.
Espero que ele encontre um ponto de equilíbrio. Sem dúvidas, ele vai ser um
grande treinador no Brasil. Eu acho que falta ter um equilíbrio com os mais
experientes. Saber tratar o jovem da forma boa como ele sempre trata, mas falta
saber também tratar os experientes”, declarou.
Edilson admitiu que a
relação com Ceni era ruim e revelou uma tentativa frustrada de reconciliação. O
experiente ainda detalhou o episódio polêmico envolvendo Thiago Neves e
o treinador ocorrido na partida de volta contra o Internacional,
pela semifinal da Copa do Brasil, vencida pelos gaúchos por 3 a 0,
no Beira-Rio.
Na ocasião, o
treinador não contava com Orejuela, titular da lateral direita, e
optou por improvisar Jadson a escalar Edílson na posição. Ainda no campo,
Thiago Neves reclamou das escolhas de Ceni. O Cruzeiro acabou eliminado
da competição com placar agregado de 4 a 0.
“Nossa relação não foi
muito boa. Isso foi falado ali. Eu não iria reclamar por não estar jogando.
Claro, todo jogador quer jogar, ser titular, mas há um respeito muito grande
por quem está melhor ou quem está jogando no momento. Sempre falei muito bem
isso. A maior briga do grupo, não só do Thiago como os outros experientes, é
que eu tivesse no vestiário e estivesse mais junto com elenco, pois sabiam do
meu papel de liderança e sabiam do meu respeito que eu tinha com todos do
elenco. Esse foi um dos papéis que mais me deixaram chateado. Ele praticamente
quis me excluir e não me deixar participar nem de ir aos jogos. Isso que me
deixou mais chateado", ressaltou.
"Eu fui bem claro
depois do jogo contra o Inter, que ele não me colocou para jogar. Meu clima com
ele estava horrendo, porque eu praticamente não estava nem com vontade de
treinar, estava muito difícil. Cheguei para ele e falei: ‘Rogério, vamos deixar
tudo que passou para trás e vamos seguir em frente. Vamos pensar no Cruzeiro,
que eu tenho certeza que é muito maior do que todas as coisas que estão
acontecendo no clube. A gente vem vivendo um momento difícil, e eu quero poder
ajudar. ‘Eu me preparei e quero poder ajudar. Eu estava muito bem fisicamente
naquela época. Ele falou que achava que não tinha errado em nada. Eu falei: ‘Eu
errei, de repente você errou também, mas vamos esquecer tudo’. A partir daí foi
a gota d'água para que a gente não pudesse mais conversar", concluiu.
Passagem de Ceni
pela Toca
A passagem de Rogério
Ceni pelo Cruzeiro durou menos de dois meses. Foram apenas oito jogos, com duas
vitórias, dois empates e quatro derrotas. No curto período à frente da equipe,
o treinador deu oportunidade a quatro jogadores recém-promovidos: o zagueiro Cacá (cinco
partidas, quatro como titular), o lateral-esquerdo Rafael Santos (uma
partida, como titular), o volante Éderson (cinco partidas,
três como titular) e o meia Maurício (duas partidas, nenhuma
como titular, e um gol).
Rogério assumiu o
Cruzeiro sucedendo Mano Menezes, treinador do clube por mais de
três anos - entre julho de 2016 e agosto de 2019. Os problemas de
relacionamento de alguns atletas, como Dedé e Thiago Neves, já
haviam sido apontados como pontos determinantes na saída de Ceni.
Após a demissão de
Ceni, Abel Braga e Adilson Batista ainda
comandaram o Cruzeiro na temporada 2019, mas não conseguiram evitar o inédito
rebaixamento celeste à Série B do Campeonato Brasileiro.
Edilson no
Cruzeiro
Contratado ao Grêmio em
negociação que envolveu os meias Alisson e Thonny Anderson, no início de 2018,
Edilson não conseguiu cair nas graças dos torcedores. Apesar de ter se sagrado
campeão da Copa do Brasil e do Campeonato Mineiro (2018 e 2019), o
lateral-direito alternou bons e maus momentos, sendo por várias vezes
substituído em sua posição pelo volante Lucas Romero. Com a camisa celeste,
anotou três gols em 75 jogos.
Da redação do Superesportes.com
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