Terça feira, 12 maio de 2020.
A partir do dia 1º de
junho, a Globo FM paulista deixará de
existir. Em fevereiro acabou a Globo
AM, também Paulista. Falta de rumo e incompetência se aliaram informação de
bastidores dos clubes.
Depois do acidente de Osmar Santos, a Rádio Globo de São Paulo jamais se recuperou. |
Mudança constante de rumo.
Incompetência para
lidar com a perda de Osmar Santos. E com a chegada da era digital.
Os motivos para duros
golpes nas rádios Globo AM e FM.
Ainda mais para quem
se acostumou a ouvir futebol nas décadas de 70, 80 e 90, quando a equipe de
Osmar Santos revolucionou a maneira de cobrir futebol.
"Futebol tem ser
levado a sério”. A minha equipe explora o futebol com alegria. Mas há um
tratamento de jornalismo, sem oba-oba, com muita cobrança e informação de
bastidores dos clubes.
"É preciso ter
uma ligação com o ouvinte de parceria, de confiança”. "Será assim para
sempre, na rádio Globo."
O próprio Osmar Santos
me disse essas palavras, quando eu estava ainda na faculdade.
Infelizmente sua
previsão estava errada.
Tudo começaria a ruir
no dia 22 de dezembro de 1994, quando Osmar sofreu um terrível acidente na
BR-153, em Getulina. Sofreu afundamento do lado esquerdo do crânio, perdeu
massa encefálica. Ficou com sequelas na fala e preso à uma cadeira de rodas.
A partir daí, a força
do futebol da rádio Globo nunca mais foi a mesma. Oscar Ulisses, irmão de
Osmar, fez o possível. E sustentou a 'Equipe do garotinho Osmar Santos', até
2019.
Osmar comandou, de
verdade, a equipe de 1977 a 1994. Sim, foi ele quem incentivou o repórter
Fausto Silva a criar o Balancê, que
acabou se tornando um bálsamo no final do Regime Militar. Com políticos
cassados, artistas, todos tinham espaço para uma esbórnia inesquecível.
Infelizmente, Fausto Silva foi para a TV Globo e
virou uma caricatura, com o Domingão do Faustão.
Comercialmente, depois
que Osmar sofreu o acidente, nunca mais o esporte conseguiu trazer tantos
patrocinadores.
A verba foi minguando.
Sem dinheiro e com a chegada da Internet, a rádio se encolheu.
Faltou visão para seus
chefes.
A 'reação' foram
inúmeras revoluções, que não levaram a lugar algum. A não ser a perda de
identidade. Logo a rádio começou a se tornar um subproduto no Grupo Globo.
Fausto Silva e Osmar Santos. Dupla que marcou a rádio de São Paulo |
Com a verba diminuindo, as trocas de locutores e repórteres foram se sucedendo. Não necessariamente para melhor.
E a Globo passou a
dividir o futebol com a rádio de notícias CBN AM, que sucedeu a Excelsior em
1991.
Comunicadores
populares como o Padre Marcelo foram
mandados embora.
A ordem era misturar
entretenimento, jornalismo, esporte e música. Uma salada, tentando alcançar
vários públicos. Não conseguiu nenhum.
Profissionais como Fernanda Gentil, Maju Coutinho, Adriane Galisteu, Otaviano
Costa, Leo Jaime, Mariana Godoy, Alex Escobar, Roger Flores, Fernanda Gentil,
Marcos Veras, Tiago Abravanel e Paulo Vinícius Coelho foram contratados para a ”Nova
Rádio Globo”.
"Nova" rádio Globo. Fracasso fulminante. Que terminou com a emissora em São Paulo. |
O projeto foi um fracasso.
Começou em junho de
2017 e acabou em abril de 2019.
Todas as 'estrelas'
saíram.
O prejuízo chegou no futebol.
A Globo começou a
fazer transmissões por 'tubo', ou seja, no estúdio. Narradores e comentaristas
ficavam no estúdio. E só os repórteres nos estádios. Depois, nem isso. Todos trancados na rádio.
O inevitável aconteceu.
Em fevereiro deste
ano, a tradicional Globo AM da capital paulista deixou de existir.
O prefixo 1.100 foi
abandonado.
A Globo FM se manteve
com uma programação assustadora. Músicas quase o tempo todo, com minúsculos
noticiários.
Era a morte anunciada.
E ela já está
programada. A Globo FM deixará de
existir daqui a 19 dias, me avisa o jornalista que mais conhece os bastidores
das rádios no país, Anderson Cheni.
No dia 31 de maio, o
prefixo 94.1 deixará de ser arrendado. Só restará a CBN FM, que também não é
lucrativa. Dá prestígio, não dinheiro.
E corre risco em médio
prazo.
Situação
constrangedora para ouvintes de rádio.
Para quem se lembra de
Osmar
Santos, Loureiro Júnior, Carlos Aymard, Fausto Silva, Roberto Carmona e
Henrique Guilherme, Juarez Soares...
A partir de primeiro
de junho, rádio Globo só terá um sinônimo em São Paulo.
Fracasso...
Com a criação da CBN
FM, em 1995, a homônima perdeu relevância.
Até que deixou de
existir no dia 3 de setembro de 2018.
A economia com o fim
da CBN AM foi notada pelos executivos globais.
Com a verba
diminuindo, as trocas de locutores e repórteres foram se sucedendo. Não
necessariamente para melhor.
Por COSME RÍMOLI Do R7
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