Domingo, 23 de fevereiro de 2020.
Já é quarta-feira de
Cinzas para a Globo. Emissora não terá a decisão do Fla na Recopa. Mostrará
Moto Clube e Flu. E Corinthians e Santo André.
Anunciantes pagaram 1,8 bilhão pelo futebol da Globo em 2020. Sem finais do Flamengo, fica complicado. Foto: Reprodução / Sportv |
Em meio à comemoração da
conquista da segunda taça em 2020, a reação de milhares de
flamenguistas não foi apenas de exaltação.
Nas redes sociais e
mesmo em pleno Maracanã, depois de o time de Jorge Jesus ser campeão da Taça
Guanabara, muitos palavrões reservados à TV Globo.
A emissora detentora
do monopólio do futebol brasileiro na tevê aberta, não mostrou a decisão do
primeiro turno do Campeonato Carioca, por falta de acordo financeiro.
Transmitiu jogos
insignificantes e, justamente, a final, não.
A raiva dos torcedores
veio à tona com a perspectiva de, de novo na quarta-feira, como aconteceu na
quarta-feira passada, a Globo não colocar na sua tela, o jogo mais importante
deste primeiro trimeste.
Flamengo e
Independiente del Valle, decisão da Recopa Sul-Americana. No Maracanã ficará
claro qual time deste continente é o mais forte. O campeão da Libertadores ou
da Sul-Americana.
Mergulhada em uma
crise financeira sem precedentes, com direito a demitir mais à demissões em
massa nos seus veículos de comunicação. Saíram centenas de pessoas na TV Globo,
na Rádio Globo e no G1.
O corte de verba de
publicidade do governo central foi um golpe duro, pesado demais. Os reflexos
atingiram o futebol. A emissora não pôde dar os R$ 80 milhões que o Flamengo
exige no Carioca. Assim como também não está conseguindo dobrar o serviço de
streaming DAZN para a transmissão das finais da Recopa Sul-Americana.
Já perdeu uma
oportunidade de ouro, no emocionante primeiro jogo decisivo, no Equador, que
terminou em 2 a 2.
Flamengo pode conquistar o terceiro títulos em 10 dias. Jogo importantíssimo. |
Vai tentar uma última
vez para tentar ter a decisão da competição sul-americana na quarta-feira. Mas
a perspectiva é péssima.
Executivos globais
seguem repetindo que o dinheiro pedido pela DAZN é 'exorbitante'.
A Globo não tem mais a
força política na Conmebol. O que impera agora nos torneios sul-americanos não
é mais a influência. Mas o dinheiro. Leilão aberto, claro. Daí o streaming
ficar com a Recopa Sul-Americana e a Sul-Americana, por exemplo. E já tem
também a Libertadores para alguns países da Europa, para assustar ainda mais a
emissora carioca.
Sem ter o que fazer, a
Globo reage como pode.
Para os paulistas, que
rejeitaram Tolima e Internacional, na quarta-feira passada, a atração será
previsível.
O Corinthians. O time
enfrentará o Santo André, no Itaquerão. Jogo transmitido às 21h30. Pelo torneio
estadual.
Já no Rio de Janeiro,
cidade dominada por flamenguistas, a atração é um pouco mais exótica.
Copa do Brasil.
Moto Clube, do
Maranhão contra o Fluminense, clube que acaba de ser eliminado da
Sul-Americana, logo na primeira fase, e que caiu na semifinal da Taça
Guanabara.
Patrocinadores que
gastaram R$ 1,8 bilhão, pela temporada 2020, não terão seus produtos expostos
em mais uma final do Flamengo, o clube mais popular deste país.
E sim em jogos do Moto
Clube e do Santo André. O que não deve trazer muita satisfação.
Há a certeza de que
poucas vezes na história do futebol pela tevê, executivos da Globo poderão
afirmar com toda convicção. A quarta-feira será de Cinzas...
Por COSME RÍMOLI Do R7
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