Quarta feira, 22 de janeiro de 2020.
A Globo prova do próprio veneno.
A emissora se rebela
com o fato de o clube exigir mais dinheiro pelos jogos no Estadual. O Flamengo
aprendeu com a próprio Globo em 2011.
Flamengo, campeão Brasileiro de 2019.
A Globo prova do próprio veneno.
Depois de nove anos, a
emissora carioca sente o reflexo de ter incentivado, via Flamengo e Corinthians,
a implosão do Clube dos 13.
Em 2011, o monopólio
da transmissão do Campeonato Brasileiro esteve realmente abalado. Os clubes
estavam revoltados com as cotas, baixíssimas, em relação ao mundo.
E decidiram que
haveria um leilão realmente aberto pela transmissão. O Clube dos 13, presidido
por Fabio Koff, deixou claro que a competição seria aberta como nunca foi. E
havia duas fortes interessadas na tevê aberta.
A Bandeirantes já começava a viver sua crise financeira. O SBT também carregava o trauma de Silvio Santos, que vê até hoje
que o futebol é um produto da TV Globo.
A Rede TV! sonhava, ao menos, em dividir as transmissões.
A Record TV era a grande favorita e o mercado, na época, sabia que a
emissora estava pronta para disputar, de verdade, com a Globo, o direito de
mostrar os jogos do Brasileiro.
Mas, com o apoio do então presidente Ricardo Teixeira, que
temia o nascimento de uma liga de clubes, que esvaziaria o poder da CBF,
dirigentes do Flamengo e do Corinthians agiram em favor da Globo.
Como?
Decidindo que iriam
negociar a transmissão dos seus jogos de maneira individual, não coletiva, como
acontecia desde 1987, quando foi criado o Clube dos 13.
Com os clubes mais
populares do lado da Globo, via o ex-diretor Marcelo Campos Pinto, com o
respaldo da CBF, o Clube dos 13 perdeu a razão de existir.
E nem houve disputa.
A emissora da família
Marinho seguiu com o monopólio. Flamengo e Corinthians foram recompensados.
Com a excelente
desculpa de serem os clubes mais populares do país, passaram a ganhar muito
mais do que as outras equipes do Brasileiro.
Se na aberta, a
situação seguia como sempre, no ano passado, houve a revolução na tevê a
cabo. A bilionária Turner deu
respaldo para os seus canais de Esporte, Esporte Interativo, comprarem o
direito da transmissão dos jogos de Athletico/PR,
Bahia, Ceará, Coritiba, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos entre
2019 e 2024.
Só que houve revolução mundial nos grandes grupos de
comunicação. O maior
exemplo foi a compra da Fox pela Disney. A Turner decidiu parar de investir no
futebol no Brasil. E os canais Esporte Interativo foram extintos. Mas os
contratos assinados obrigaram que o dinheiro aos oito clubes seguisse sendo
pagos até 2024.
A Globo viu a vibrante
Fox Sports perder toda sua volúpia por transmissão de campeonatos, com a
incorporação à ESPN, da Disney.
Se viu sozinha.
Mas não percebeu que
os clubes acordaram para sua força. Principalmente
o Flamengo.
Há tempos, as
diretorias já queriam se livrar do Campeonato Carioca. Não há mais sentido em
disputar o esvaziado Estadual, expor seus jogadores caríssimos contra
adversários fraquíssimos, em estádios vergonhosos.
Acabar com a
pré-temporada para perder dinheiro, expor o time montado para tentar vencer
competições muito mais importantes como Libertadores, Brasileiro, a milionária
Copa do Brasil.
Espertamente, o
Flamengo foi adiando a renovação do Carioca. Até que ela chegou, em 2020.
E, para falta de sorte
da Globo, o clube foi campeão da Libertadores, do Brasileiro, revolucionou o
futebol deste país, com o trabalho de Jorge Jesus.
No início desta temporada já tem dois troféus importantes
para disputar, mal
começou 2020. No dia 16 de
fevereiro, disputará a Supercopa do Brasil, em Brasília. Como campeão
brasileiro, enfrentará o Athletico Paranaense, vencedor da Copa do Brasil. A
data, por coincidência, é a mesma de um dos jogos semifinais da Taça Guanabara.
Flamengo, campeão da Libertadores 2019.
Três dias depois, o
Flamengo inicia, no Equador, a disputa da Recopa Sul-Americana. Como campeão da
Libertadores terá pela frente o Independiente del Valle, vencedor da Copa
Sul-Americana. A decisão será no Maracanã, dia 26 de fevereiro.
Ou seja, não há motivo
real para o Flamengo colocar seus principais jogadores do Carioca.
Mesmo assim, o campeão
de audiência do Brasil, não quer desperdiçar dinheiro. E, como é obrigado a
disputar o Carioca, para não ser desfiliado pela CBF, o clube exige o preço de
ter sua camisa em campo.
Pouco importa se
Fluminense, Vasco e Botafogo se contentaram com R$ 15 milhões. Da Globo, o
Flamengo quer R$ 100 milhões pelo Carioca.
Aprendeu a negociar
isoladamente, com a própria emissora, na implosão do Clube dos 13.
Por COSME RÍMOLI Do R7
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